Resumo do capítulo Lição 45 - Estou aqui do livro Lição de Amor de Thay
Descubra os acontecimentos mais importantes de Lição 45 - Estou aqui, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Lição de Amor. Com a escrita envolvente de Thay, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.
Enrico apoiou a cabeça em sua mão ao escutar a conversa de Enzo com Emma. Ele ainda tentava buscar algum indicio verdadeiro dos sentimentos dele.
–Eu disse que ia ficar bom – vangloriou-se ao vê-la provar a lasanha com os olhos brilhando – mas devo confessar que esse é o único prato que sei fazer.
–E isso eu confirmo – Enrico disse sorridente – então Emma... conte-me como esta sendo sua vida desde que saiu do apartamento de Raoul.
Os dois homens olharam para ela a espera de uma resposta, mas a mente da jovem não estava naquela sala. Ela havia ido embora com Raoul. Por mais que tentasse ser forte sentia vontade de ir atrás dele. A cada instante recordava-se de suas palavras e de seu pedido, não podia evitar. Ela começava a se arrepender de certa forma.
–Só posso ser uma louca masoquista – sussurrou consigo mesma ao cutucar a lasanha a sua frente. Quando levou o olhar deparou-se com o semblante divertido de Enrico e o de tristeza de Enzo – me perdoem.. Eu estava distraída, mas sobre o que falavam?
–Emma.. ainda esta em tempo – Enzo disse calmo escondendo o seu sentimento– pode ir atrás dele.
–Porque eu iria atrás de alguém que me trata daquela forma? Ele é apenas um homem problemático.
–Quer dizer que sente pena dele? – Enrico indagou curioso.
–Pena? Não sei se sinto pena ou outro sentimento qualquer.
–Mas deve sentir algo por ele para estar pensando nele – insistiu apesar do olhar de advertência que Enzo lhe lançava. – apenas expondo os fatos – deu de ombros ao ver a expressão de desagrado em Enzo.
–Sentir algo por ele? Não... Isso.. seria improvável – disse mais para si mesma do que para ele. O viu assentir e dar de ombros.
–Vamos mudar de assunto – Enzo comentou após pigarrear – então Emma, quer mudar de colégio?
–É muito radical, não acha?
–Então o que pensa em fazer?
–Apenas enfrentar.
–Sozinha?
–Eu tenho Caroline e você, não tenho? – sorriu levemente.
Enrico levantou-se e fingiu bocejar.
–Estou indo para a minha cama, te espero mais tarde docinho – brincou ao piscar para Enzo.
–Ele é sempre assim? – Emma indagou com um leve sorriso na face – sempre brinca com tudo?
–Todas às vezes.
Sorriram um para o outro dando inicio a uma longa conversa. Sem perceberem a noite já havia chegado e eles encontravam-se envolvidos um com o outro.
***
As luzes coloridas davam um ar mais alegre e movimentado a boate em que Raoul encontrava-se. Ele estava sentado no bar da área reservada rodeado de pessoas, mas sentia-se sozinho. A mesma solidão que imaginara ter abandonado anos atrás. Olhou para o copo vazio a sua frente e suspirou. Fez um discreto sinal para o barman e não demorou para o seu copo estar cheio novamente. Bebeu vagarosamente o terceiro copo de whisky sem dar-se conta da mulher loira que se aproximava.
“Como pode um homem como eu.. com minha experiência estar sentindo isso por uma adolescente? Isso não é normal. Não tem como ser.” Repetiu em pensamento.
–Nem a empresa esta mais servindo como desculpa.. – bebeu todo o conteúdo que estava em seu copo de uma só vez – eu me nego a estar apaixonado por ela – murmurou.
A mulher loira parou ao lado dele colocou uma bebida em sua frente e sorriu ao vê-lo erguer os olhos.
–Estava te olhando faz um tempo. Me parece que esta sozinho.
–E se estiver? – tornou sem vontade ao afastar o copo dela.
–Bem.. eu também estou sozinha – sorriu singela. Raoul a olhou demoradamente e pode jurar uma semelhança entre ela e Emma. Meneou a cabeça para afastar a lembrança de sua esposa e encarou a mulher ao seu lado.
–Quer sair daqui? – ao vê-la assentir depositou dinheiro sob o balcão, segurou em seu braço e a levou para fora da boate. Ele não queria pensar. Ele não queria se lembrar da rejeição. O que ele queria era afogar os sentimentos em um mar de escuridão e esquecimento. Logo no estacionamento imprensou a mulher contra o capô de seu carro e a beijou demoradamente.
–Nada mal – provocou sedutor ao apertar o alarme do carro e colocá-la para dentro. Deu a volta e não demorou para estar dirigindo em direção ao seu apartamento.
***
Emma olhou para o relógio em cima da mesinha ao lado da cama de Enzo e levantou-se incomoda. Já se passara da meia noite, mas não conseguia dormir. Olhou em volta sorrindo levemente. O quarto de Enzo era exatamente como imaginava: tranquilo e lhe dava a sensação de calor ao olhar para a decoração. Retirou a coberta de si e caminhou para fora do quarto, a sala estava escura. Caminhou ate o sofá, mas ao se sentar sentiu algo nele. Levantou-se sorrindo ao ver Enrico deitado. Já estava voltando para o quarto quando escutou a sua voz.
–Perdeu o sono ao pensar em qual dos dois Belinni? - brincou ao bocejar. - ou será que foi em mim?
–Pensei que estava dormindo...
–Não estava conseguindo dormir – confessou ao sentar-se – mas e você porque esta acordada?
–Nem eu sei – suspirou ao sentar-se ao lado dele. Aconchegou-se no sofá e fechou os olhos – porque é tudo tão complicado?
–Quem sabe.. – murmurou a olhando – sabe que ficar aqui não vai resolver nada,não é?
–Eu sei e é isso que me deixa tão mal.
–Hoje... quis ir com ele, não quis?
–Cla...claro que não – disse nervosamente ao olhar para o lado.
Assim que chegaram ao prédio, Enrico falou que a esperaria no carro e lhe pediu para que ligasse caso acontecesse algo. Ela assentiu ao caminhar em direção a entrada do edifício e em seguida para o elevador. Seu coração palpitava e um sorriso brotava em seus lábios. Os segundos que levavam para o elevador chegar a cobertura nunca lhe pareceu tão demorado. Ao escutar o sinal de que seu andar havia chegado saiu apressada, abriu a porta e estranhou o gemido que escutou. Caminhou pelo apartamento um pouco escurecido e logo estava em frente ao quarto dele. Respirou fundo antes de erguer a mão para bater na porta, mas ao vê-la entreaberta, a empurrou levemente. O seu coração parou junto com sua respiração com a cena que viu. Raoul encontrava-se sentado na cama, mas uma mulher com vestido erguido ate a sua cintura estava sentada sobre ele, beijando o seu pescoço. O olhar dele estava perdido como se não estivesse presente ou não quisesse. Emma levou a mão aos lábios para não emitir nenhum som. Sentiu as lagrimas caírem pelo seu rosto ao mesmo tempo em que uma dor tomava conta de seu coração. Deixou-se cair no chão frio e fechou os olhos ao levar a mão em seu coração.
–Como dói – murmurou chorosa. Ela sabia que deveria sair dali, mas não tinha forças. – Porque tinha que ser assim?
Raoul viu um vulto na porta de seu quarto, mas não se abalou.
“Deve ser minha imaginação..” pensou ao imaginar Emma o beijando daquela forma. Sua mente estava longe daquele quarto. Os beijos e as caricias da mulher em cima de si não transmitiam nada para ele.
Com dificuldade Emma se ergueu do chão, apoiando-se na parede. Caminhou desta forma ate a porta e ao fechá-la caiu no corredor do andar do edifício. Chorou sozinha durante longos minutos, mas o triste episodio lhe mostrara uma realidade incontestável. Ela sentia algo por Raoul.
–Meu coração parece que vai se partir em dois – sussurrou consigo mesma em meio a lagrimas. Olhou para o nada com o semblante perdido. “Porque me sinto assim?”.
Enrico tamborilou os dedos no volante a medida que a musica tocava. Ele já imaginava retornar sozinho quando viu uma jovem ir ate a sua direção cabisbaixa. Estranhou ao perceber ser Emma. A esperou entrar no carro para perguntar o que havia acontecido, mas ao vê-la chorando e com a respiração difícil ficou pasmo.
–Emma.. o que houve contigo? Ele lhe fez algo? Aquele idiota.. não se preocupe aposto que... –antes que pudesse terminar de falar, ela se jogou sob ele, o abraçando. Suas lagrimas agora caiam em sua camisa. Os braços de Enrico a envolviam sem ao menos imaginar o motivo de a estar consolando. – “Provavelmente foi assim que começou para Enzo.. o calor de seu corpo é realmente aconchegante apesar das lagrimas em seu rosto” pensou no silencio. O único barulho dentro do carro era o do choro de Emma.
Enrico já não sabia o que fazer quando Emma se afastou com os olhos vermelhos. Ela se mostrou acanhada e sem jeito ao olhar para o homem ao seu lado.
–Me.. desculpe por isso – desculpou-se ao vê-lo sorrir um pouco.
–Só lhe desculpo se me contar o que houve.
–Apenas me dei conta de algo.
–De que?
–De que sou uma criança. Percebi que não importa o que eu pense, nada irá mudar. O melhor é manter tudo ate essas nuvens escuras sumirem dando lugar ao sol.
–Do.. que está falando? – murmurou confuso pensativo – será que está falando de Raoul?
Emma manteve o seu olhar perdido e prometeu a si mesma naquele instante que não o deixaria mais brincar com ela seja com palavras ou ações.
–Enrico.. o que pensaria de alguém que diz uma coisa, mas faz outra, completamente diferente?
–O que Raoul fez?
–Não foi ele.. só.. – suspirou ao passar o dorso de sua mão no rosto – esqueça. Estarei sendo idiota se continuar com isso.
Enrico piscou confuso. Para ele aquela conversa não fazia o mínimo de sentido.
“Esse sentimento... essa dor irá sumir tão rápido quanto surgiu, não é?” pensou ao pegar o seu celular em seu bolso e apertá-lo contra a sua mão, pois sempre que o fazia imaginava estar ao lado dele. Entretanto naquele momento desejou ter coragem para jogá-lo fora junto com suas lembranças.
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