Gabriela
-O que você está fazendo com esses óculos de novo?-perguntei rindo quando abria porta e encontrei Lucas usando a armação
vermelha no rosto.
Ele me surpreende passou os braços em volta do meu corpo e me deu um abraço forte, ele parecia com medo de algo. Aquele momento fez eu lembrar de quando ainda estávamos no ensino médio, ele enfrentava muitas brigas dos seus pais e vinha correndo para meus braços.
O Lucas sempre foi muito carente em relação àquilo, seu Marcelo era um ótimo pai, o criou muito bem, porém a separação dos pais criou uma carência gigante nele. Quando ele ia almoçar na minha casa de domingo, sempre dizia que queria pais como os meus, que sempre estavam juntos e dando carinho para os filhos.
Durante a faculdade enquanto amadurecia ele foi criando consciência sobre o relacionamento dos pais dele, Rick sempre foi muito presente na vida dele, o que fez com que ele melhorasse a concepção de afeto que ele tinha. Pois tinha percebido que mesmo de um jeito "torto" ele recebia afeto de todas as partes, e a vovó Marta sempre ajudava ele a notar que os pais amavam muito ele do jeito dele.
Acariciei seu cabelo e fechei a porta com meu pé. Peguei sua mão e o puxei para o sofá, ele deitou a cabeça na minha perna e ficou alisando minha barriga, enquanto eu ainda brincava com seu cabelo.
Ele gostava de ficar quieto assim quando estava triste ou nervoso, e eu sempre respeitava seu momento. Claro que eu queria saber o que estava acontecendo, mas apenas fiquei ali fazendo carinho nele.
-Voce está tomando suas vitaminas?
- Estou. - coloquei minha mão sobre a dele que estava parada na minha barriga. - O bebê já mexeu?
-Ainda não. Estou ansiosa para isso.
-Ele deve ser preguiçoso. sorriu e levantou minha blusa. - Sua barriga está tão linda.
-Espero que seja só isso mesmo, eu vejo algumas mães falando que os filhos já mexiam com 19 semanas o nosso ainda nada deve está com preguiça.
-Gabi... -ele se sentou e segurou minhas mãos encarando bem meus olhos.- Quero te pedir e te contar uma coisa.
Lá viria coisa. Encostei no braços do sofá e cruzei minhas pernas feito índio. Ele fez omesmo ficando de frente para mim.
-Eu vou ser demitida mesmo não é?
Eu estava decepcionada com a empresa que eu gostaria de passar o resto da minha vida profissional.
- Vai. E seu FGTS só vai ser corrigido se eu ganhar o processo, que pode trazer uma indenização também, assim como meu pai falou.-ele suspirou.- Você deve ter feito as contas e visto que não vai dar para manter o apartamento e todas as suas dívidas por mais de um mês. E o seguro desemprego paga somente o seu cartão.
Acho que ele sentiu minhas que mãos tremeram, porque as apertou.
- Eu vou sujar meu nome? Aos 25 anos e grávida?
-Eu pensei em uma solução.
-Qual? - perguntei com um pouco de esperança.
-Você vir morar comigo, pelo menos até eu conseguir ganhar uma indenização por conta da sua demissão. Isso reduziria todos os gastos com aluguel, água, luz, celular, internet e alimentação. Eu tenho um dinheiro guardado e acho que consigo te ajudar a pagar algumas contas do cartão, enquanto você não pode usar o FGTS para pagar os danos do acidente.
Ir morar com Lucas? Tá, essa foi uma ideia que eu considerei quando entrei na faculdade. Na verdade a gente morava praticamente juntos nesta época, Mas agora era bem diferente, eu estava grávida, nós estávamos encaminhados para a vida adulta.
- Não quero que gaste suas economias com isso, Lucas
-Gabi. Nós somos uma família, se já éramos antes, agora então.
-Eu sei, mas acho que pra criar uma criança a gente precisa ter uma reserva.- respirei fundo.- Isso tinha que acontecer logo agora?
- A gente vai dar um jeito. E aí, vai finalmente ser minha colega de quarto oficial?
- Não sei, Lucas. A Sara não vai gostar disso, as pessoas vão falar. Acho melhor eu voltar para casa dos meus pais.
Lucas chegou um pouco mais perto e ainda segurando minha mão, colou sua testa na minha, meus óculos se chocaram de leve com os falsos dele, seus olhos azuis encaravam os meus bem de perto. Podia sentir sua respiração e isso fez meus pelos se arrepiar.
- Uma menina aî me ensinou a não ligar para o que as pessoas vão falar. E eu não quero perder as fases da sua gravidez, eu quero participar, nāo somente como seu melhor amigo, mas como pai desse bebê. - suas mãos deixaram as minhas e pousaram sobre minha barriga.- Pode parecer uma
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