Resumo de Capítulo 27 – Capítulo essencial de Meu melhor erro por Letícia Nogueira
O capítulo Capítulo 27 é um dos momentos mais intensos da obra Meu melhor erro, escrita por Letícia Nogueira. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Gabriela
Lucas Fraga: "Boa noite, mamãe do
meu filho. Queria me desculpar por ontem,
prometo que não irá se repetir, eu estava
de cabeça quente e sei lá acho que seus
hormônios estão me afetando também kkk.
Enfim, me desculpa e volta logo, acho que
essa chuva vai destruir sua estufa, ela vai
precisar de cuidados."
Li a mensagem e suspirei, ah Lucas, nem
imagina você que eu não conseguia parar de pensar que não deveria ter fugido daquele beijo. Mas se ele estava falando isso, com toda certeza deveria estar arrependido de ter tentando me beijar.
Levantei do sofá e fui para o pequeno sofá acoplado na grande janela da sala. Olhei para a chuva lá fora, olhei para a mensagem novamente e um raio iluminou o céu.
Derrubei mais uma lágrima e comecei a
digitar a resposta.
Gabriela : "Está tudo bem em relação a isso,
acho melhor esquecermos mesmo. Quanto a minha estufa, bem que você podia dar uma olhada nas minhas plantinhas por um tempo, estou ajudando a minha mãe fazer os bolos para encomenda dela, não sei se volto ainda essa semana."
Enviei e sequei a lágrima que escorreu pelo meu rosto. Não queria esquecer, queria voltar naquela noite e não empurrar seus ombros.
Fechei minha mão e apertei minhas unhas
contra a palma. Seja lá o que era isso que eu estava sentindo, estava acabando comigo.
Bloqueei o celular e encostei a cabeça na
janela. Ouvi passos e vi meu pai descendo as escadas da sala, sequei minhas lágrimas com pressa, mas não tinha jeito, ele me olhou com uma cara e foi até a cozinha.
Voltou alguns minutos depois com um copo de água.
— Desde que chegou ontem em casa você só
chora, meu amor. Estou ficando preocupado, se abre com o papai.
Bebi a água e entreguei o copo novamente
para ele. Seu Rogério passou a mão pela
careca e sentou ao meu lado, esperando que eu dissesse alguma coisa.
— Eu não sei, papai. Minha vida mudou de
cabeça para baixo no último mês, eu não sei mais de nada.
Seu Rogério deixou o copo no chão e me
puxou para um abraço. Solucei e ele respirou fundo, me afastei e ele com seu polegar limpou minha lágrimas.
— Realmente tudo mudou muito rápido
minha pequena, e não tiro seu direito de
estar assim. Um filho, perder o emprego, estar com o coração confuso, olha minha querida você está enfrentando uma barra, mas eu sempre tive uma pequena guerreira dentro de casa, você sempre foi mais independente que seu irmão, sempre mais forte, corajosa e autêntica. Você vai passar por tudo isso — ele me abraçou novamente e deu um beijo na minha cabeça.
— Eu queria voltar para meus quinze anos.
— Uma grande filósofa muito inteligente,
que não me lembro o nome agora, diz que a
essência das pessoas não está na idade, no
que ela pode fazer ou no que ela tem, e sim
nos sonhos, na forma como ela enfrenta seus problemas e na sua persistência..
— Ei, eu disse isso. — me recordei.
— Sim, disse isso há dois anos quando foi
morar no seu apartamento. Eu e sua mãe
estávamos passando por vários problemas
relacionado a adoção, estávamos até mesmo brigados e a situação estava pesada e difícil e então você me disse isso. — ele afagou meu cabelo. — Incrível como você sempre foi madura na hora de dar conselhos. As vezes eu ia dormir pensando no que você havia me dito e pensava "Caramba minha filha, tão mais nova que eu, sabe sempre o que dizer.".
— Pena que eu nāo sei o que fazer com a
minha própria vida.
— Minha princesa, sofrimento alheio
não serve como apoio, mas eu e sua mãe
Conseguimos, seu irmão conseguiu, nossa
família tem sangue de vencedor, com você
não vai ser diferente.
Assenti e voltei a chorar, ele afagou mais
meus cabelos. Me aconcheguei em seu peito, quando como tinha cinco anos e estava com medo da chuva. Meus pais nasceram totalmente para exercerem papel de pais. Tanto minha mãe quanto meu pai sofreram com a gravidez precoce dela, comeram o pão que o diabo amassou, e nunca deixaram faltar nada para a gente.
Quando resolveram adotar os meus irmãozinhos eu lembro de dizer isso a eles, que com toda certeza do mundo eles tinham nascido para ser pais.
Dona Gisele tinha seu "Q" de exagerada e
dramática, mas sabia exatamente como dar
uma bronca e cuidar da educação de uma
criança ainda sendo amorosa e não deixando faltar absolutamente nada para suas crias.
Meu pai sempre foi mais bobão, de certa
forma até me lembrava o Lucas, apesar de
pagar de durão na hora da bronca, sempre
babava nos filhos.
— Papai, como é ter um filho?
— Não vou mentir Gabi, é bem difícil, muito dificil na verdade. Ter seu coração batendo fora do seu corpo é quase torturador, a preocupação, o amor, o ciúme, o mix de emoções que um filho traz é inexplicável. Mas ainda que difícil, eu jamais poderia deixar de dizer que a melhor coisa que me aconteceu foi virar pai.
— Achei que tinha sido ver o Corinthians
campeão da libertadores. — brinquei.
— Não corta meu momento pai do ano. — riu. — Agora fiquei na dúvida.
— Eu sabia.
— Mas falando sério. Foi difícil, até mesmo
estava conversando com sua mãe esses dias, você sabe que o que a gente passou não foi nada fácil, mas foi na dificuldade que eu aprendi que a paternidade me fez homem.
Gabriela: "Vai almoçar com sua mãe?Depois me conta tudo. Agora vou dormir, estou bem cansada, fiz vários bolos hoje.
Boa noite Ascendino."
Lucas Fraga: "Toma cuidado. E fala pra
dona Gisele que estou com saudades do bolode brigadeiro dela. Boa noite Gabi, boa noite bebe, o papai está morrendo de saudades de vocês dois"
Antes de bloquear o celular, ele mandou
uma mensagem de voz. Coloquei no ouvido e suspirei com a voz dele.
— Sonhei com nosso filho, foi tão lindo, não
sei nem explicar. Era uma menina. — ele
suspirou. — Estou com saudades já, sei lá
quando você está longe sinto que também
estou longe dela ou dele, meu amorzinho o papai ama muito você, cuida da mamãe viu, o papai está morrendo de saudades de vocês.
Aquela mensagem de voz dele fez eu me
emocionar novamente e sentir vontade de
voltar para o apartamento, só para ver ele
conversando com o neném enquanto eu
assistia televisão ou comia. Ele mandou outro áudio.
- Boa noite meu bebê, papai te ama e não vejo a hora de te conhecer.
Abaixei o volume para não acordar a minha Irmãzinha e coloquei perto do meu umbigo.
Como se entendesse as palavras do pai, o
neném se moveu bem de leve, senti algo
parecido com cócegas e sorri a reação dele
ou dela pela voz do pai. Digitei que minha
barriga havia mexido e não resistimos em
ficar conversando pelo resto da noite e parte da madrugada.
Não tocamos em assuntos delicados,
falávamos do nosso bebé, do quartinho, das
coisinhas, do sexo, do nome, do padrinho e
madrinha, e até mesmo tentamos imaginar como essa criança seria.
Lucas apostava no seu sonho e dizia que seria uma menina com cabelinhos loiros iguais aos meus e olhos azuis como o dele.
Eu não sei porque já imaginava um neném idêntico a ele, com os cabelinhos pretos e ondulados os olhos azul quase mar. Por todo esse tempo, conversando, eu me esqueci do último dia que passei praticamente deitada naquela cama.
Quando já passava das duas da manhã eu
reclamei de sono e dei boa madrugada para
ele. Lucas se despediu falando mais uma vez do meu jardim e eu fui dormir.
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Continua...
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