Gabriela de Sá
Meu coração pulou do peito e perdi a fome na mesma hora, deixei o pão de queijo que comia. Levantei e Lucas também, Rick já estava quase dentro do elevador.
Meu melhor amigo me olhou assustado e com cara de quem voltaria a chorar já, comprimi os lábios tentando confortar ele desde já.
— Não pode ser. — lágrimas escorreram por seu rosto.
— Não é. — o abracei bem forte e ele retribuiu, pude sentir seus músculos rígidos e tensos.
Peguei dinheiro na minha bolsa e dei para a atendente da lanchonete. Puxei Pedro para o elevador e apertei o primeiro andar, onde ficava a emergência. Ele chorava muito, afaguei seu cabelo tentando acalmá-lo.
Segurei seu rosto entre minhas mãos e sequei suas lágrimas. Se eu já me sentia aflita, imaginava como ele não estava.
—Minha sobrinha.
— Fique calmo. Rick já está nervoso, se ver você chorando então. Respira! — ele respirou fundo junto comigo e sequei suas lágrimas novamente.
A porta do elevador se abriu e nós adentramos em uma sala de espera, que tinha apenas uma mulher mexendo no celular.
Sentei Lucas em um dos bancos e fui até Rick que estava parado de braços cruzados do lado de fora da porta de vidro que separada a área interna do local que as emergências chegavam. Meu papel ali era manter a calma.
Suspirei.
Coloquei a minha mão nas costas dele e alisei, quando ele olhou para mim deu para notar a linha de seus olhos cheia de lágrimas, parecia estar se segurando para não derrubá-las.
Estendi a minha māo e ele segurou a
apertando.
— Não posso nem atender minha filha. — sua mão começou a tremer.
— E melhor assim, aqui tem muitos médicos bons. Vai ficar tudo bem!- apertei sua mão.
— Meu medo é do que a fez passar mal. E se
for...
— Não é. Ela pode ter passado mal ou tido
uma reação alérgica. — olhei em seus olhos.
— Vamos orar?
Ele assentiu e segurou minha outra mão.
Fechei meus olhos e comecei a pedir a Deus
para que cuidasse da pequena Maria, o pai
dela já havia sofrido demais e sei que ela
também. Assim que abri os olhos, um carro
cinza estacionou na frente das portas de
vidro que se abriram automaticamentee de
onde sairam dois enfermeiros e uma médica empurrando uma maca.
Uma mulher usando uniforme da escola
desceu do carro e abriu a porta do passageiro.
Rick correu até ela é tirou Maria de dentro
do carro, a colocando na maca. O rosto da
menina estava todo vermelho e ela estava
desacordada. Um dos enfermeiros segurou
Rick pelo braço, o impedindo de entrar na
emergência.
— Nós vamos cuidar dela, mas pra isso
você tem que esperar aqui. Você conhece as
normas do hospital! — o enfermeiro falou
gentilmente olhando nos olhos dele que
assentiu. — Vamos fazer o melhor pela sua
filha, Dr. Ricardo.
O enfermeiro deixou Rick e entrou atrás da maca, assim que passou pela porta, a mesma se fechou.
Respirei fundo e o abracei, assim como Lucas, tinha aquele grande homem
como um irmão. Ele desde que meu melhor amigo se mudou para a capital, era bem
presente na vida dele e consequentemente na minha que não desgrudava do Lucas.
— Vou pegar água pra você. — avisei e fui até a máquina de água.
A mulher da escola ficou um tempo contando sobre tudo, segurava a mochila da menina na mão, dava para perceber a tremedeira e o nervosismo dela, pelo visto todo mundo ali estava assim.
Peguei um chocolate quente e uma água que joguei adoçante junto. Agachei na frente de Lucas e dei o copo de chocolate quente em sua mão, sequei mais das suas lágrimas e beijei sua testa, ele triste bebeu o líquido e respirou fundo nitidamente agoníado.
Fui levara água com açúcar para Rick que
andava de um lado para o outro em frente à porta.
Voltei e peguei mais uma água para a
professora, ou diretora, da escola da Maria.
— Está demorando muito. Sabia que já deveria ter feito o ANA esse ano. — a mão que seguravam o copo tremia.
Maria fazia esse exame que detectada a
ação imunológica uma vez ao ano, mas ela
quando começou a entender mais as coisas,
não queria mais fazê-lo talvez por medo
de descobrir a mesma doença da mãe. Rick
era reumatologista, sabia que Lúpus não
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