Meu melhor erro romance Capítulo 35

Gabriela de Sá

— Está bem mesmo? — Lucas me perguntou pela milésima vez ao pegar minha bolsa e me estender a mão.

— Estou, Lucas. — falei pela milésima vez.

— E você, Maria?

— Estou, Lucas. — me imitou.

Nós três adentramos no Vectra do Lucas e

tanto Maria, quanto eu, encostados a cabeça no vidro, caindo de sono por conta dos.remédios. Rick ainda tinha uns pacientes da pesquisa para atender, então mandou Maria com a gente para ficar na casa da avó.

— Eu não sabia que salgadinho tinha

amendoim. — falei coçando a cabeça.

— Nem eu. Não fazia a mínima ideia. —

respondeu bocejando.

— Tadinha de você, não conhece o sabor de

uma paçoca.—  brinquei.

— Nem vai conhecer — Lucas falou autoritário enquanto dirigia. Parecia um pai todo preocupado.

— Não mesmo — a Maria falou.

Não demorou muito para chegarmos em casa, Maria pediu para ficar comigo e dona Elisa concordou e foi fazer uma sopa para a gente.

Deitamos as duas na minha cama depois de

tomar um banho quente, vestir uma roupa

confortável e então ficamos lá por um tempo.

— Então meu priminho vai ser um menino?

A tarde ia caindo e uma penumbra tomava

conta do quarto que costumava ser bem claro.

Também alisei minha barriga apertando um pouco e já sentindo as formas no meu bebê, pelo hábito de fazer aquilo.

— Meu menininho. — falei sorrindo sentindo ele se mexer.

— Deixa eu ser a madrinha? — pediu e eu

gargalhei.

— Você é muito nova pra isso. — afaguei seu cabelo.

A porta se abriu e o Lucas entrou com dois pratos na mão. Nós sentamos e pegamos a sopa que cheirava muito bem. Tanto eu quanto ela queimamos a língua na hora de comer, mas depois saboreando a sopa entramos em uma conversa sobre o bebê.

Meu melhor amigo foi tomar banho e quando voltou, usando uma calça de moletom e uma regata, nós duas já havia terminado de comer.

Insisti para lavar os pratos, mas não convenci o pai babão que queria que eu ficasse completamente parada, pois eu não podia passar nenhum nervoso.

Fomos para o quarto do Lucas, porque a cama dele era maior. Maria deitou a cabeça no meu.braço e ficou conversando com o meu bebê, não demorou a pegar no sono, tanto por contado remédio, quanto porque estava cansada já.

Lucas apareceu com um cobertor e cobriu a

gente, puxei sua mão e ele sentou na cama,

mexendo no meu cabelo assim como eu fazia com Maria.

A outra mão dele foi para minha barriga e assim como eu, já tinha pego o jeito

para sentir o bebê.

— Deita aqui. — pedi já incomodada por ele

estar em uma posição desconfortável.

Não estava com nenhuma intenção naquele

pedido, sempre tive meus momentos de

carência em que me tornava a pessoa mais

carinhosa do mundo.

Ele me obedeceu e deitou atrás de mim,

sem nem mesmo ter a intenção, ficamos de conchinha. Recebi um beijo no topo da minha cabeça e um braço quente em volta do meu corpo, me senti mais quente e protegida.

Fiz círculos no rosto ainda vermelho de Maria, ela dormia feito um anjinho.

— É incrível como eu me sinto parte da sua

família. — sussurrei.

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