Gabriela de Sá
— Está bem mesmo? — Lucas me perguntou pela milésima vez ao pegar minha bolsa e me estender a mão.
— Estou, Lucas. — falei pela milésima vez.
— E você, Maria?
— Estou, Lucas. — me imitou.
Nós três adentramos no Vectra do Lucas e
tanto Maria, quanto eu, encostados a cabeça no vidro, caindo de sono por conta dos.remédios. Rick ainda tinha uns pacientes da pesquisa para atender, então mandou Maria com a gente para ficar na casa da avó.
— Eu não sabia que salgadinho tinha
amendoim. — falei coçando a cabeça.
— Nem eu. Não fazia a mínima ideia. —
respondeu bocejando.
— Tadinha de você, não conhece o sabor de
uma paçoca.— brinquei.
— Nem vai conhecer — Lucas falou autoritário enquanto dirigia. Parecia um pai todo preocupado.
— Não mesmo — a Maria falou.
Não demorou muito para chegarmos em casa, Maria pediu para ficar comigo e dona Elisa concordou e foi fazer uma sopa para a gente.
Deitamos as duas na minha cama depois de
tomar um banho quente, vestir uma roupa
confortável e então ficamos lá por um tempo.
— Então meu priminho vai ser um menino?
A tarde ia caindo e uma penumbra tomava
conta do quarto que costumava ser bem claro.
Também alisei minha barriga apertando um pouco e já sentindo as formas no meu bebê, pelo hábito de fazer aquilo.
— Meu menininho. — falei sorrindo sentindo ele se mexer.
— Deixa eu ser a madrinha? — pediu e eu
gargalhei.
— Você é muito nova pra isso. — afaguei seu cabelo.
A porta se abriu e o Lucas entrou com dois pratos na mão. Nós sentamos e pegamos a sopa que cheirava muito bem. Tanto eu quanto ela queimamos a língua na hora de comer, mas depois saboreando a sopa entramos em uma conversa sobre o bebê.
Meu melhor amigo foi tomar banho e quando voltou, usando uma calça de moletom e uma regata, nós duas já havia terminado de comer.
Insisti para lavar os pratos, mas não convenci o pai babão que queria que eu ficasse completamente parada, pois eu não podia passar nenhum nervoso.
Fomos para o quarto do Lucas, porque a cama dele era maior. Maria deitou a cabeça no meu.braço e ficou conversando com o meu bebê, não demorou a pegar no sono, tanto por contado remédio, quanto porque estava cansada já.
Lucas apareceu com um cobertor e cobriu a
gente, puxei sua mão e ele sentou na cama,
mexendo no meu cabelo assim como eu fazia com Maria.
A outra mão dele foi para minha barriga e assim como eu, já tinha pego o jeito
para sentir o bebê.
— Deita aqui. — pedi já incomodada por ele
estar em uma posição desconfortável.
Não estava com nenhuma intenção naquele
pedido, sempre tive meus momentos de
carência em que me tornava a pessoa mais
carinhosa do mundo.
Ele me obedeceu e deitou atrás de mim,
sem nem mesmo ter a intenção, ficamos de conchinha. Recebi um beijo no topo da minha cabeça e um braço quente em volta do meu corpo, me senti mais quente e protegida.
Fiz círculos no rosto ainda vermelho de Maria, ela dormia feito um anjinho.
— É incrível como eu me sinto parte da sua
família. — sussurrei.
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