Lucas Fraga
— Lucas, eu e a Maria já estamos indo
embora. — ouvi a voz do meu irmão enquanto me sacudia., Me fazendo acordada.
Abri os olhos e encontrei meu irmão me
encarando bem de perto.
—Não, você tem..
Tentei organizar as ideias, precisava
perguntar alguma coisa para ele, peguei em
seu braço tentando lembrar o que era.
Apenas ouvi sua risada e ele se afastando.
— Preciso ir para casa, tenho que ir na escola da Maria e várias outras coisas para resolver. Estou indo! Mais tarde te ligo.— vi ele acenar e passar pela porta.
Deveria levantar e levá-los até a porta, mas eu não aguentava de tanto sono, agarrei mais o lençol com o melhor cheirinho que existe e até suspirei sem perceber.
Virei para o lado e voltei a dormir. Algum tempo depois senti mãos quentes pegarem meu cabelo, abri um pouco os olhos encontrei minha amiga, ela estava falando alguma coisa, mas meu sono acumulado era tanto que não estava nem entendendo.
Procurei sua mão e puxei para perto de mim, fazendo com que ela caísse ao meu lado.
— Lucas... — ouvi ela gritar rindo.
Prendi seu corpo na cama com minha perna e meus braços, fechei os olhos novamente querendo voltar a dormir.
Seus braços me envolveram com cuidado e ela afagou meu ombro. Fiz um barulho com a garganta e abri meus olhos, encontrei um sorriso e suspirei.
— Bom dia. — sussurrei dando um beijo em
sua bochecha e deixando minha boca ali.
— Bom dia.
Sua mão começou a brincar com meu cabelo e eu ronronei feito gato. Dei mais um beijo em sua bochecha e depois aconcheguei meu rosto em seu pescoço.
Com a mão que não envolvia seu corpo, puxei o cobertor para cima de nós, ela tremeu e depois ficou quietinha. Que terça feira boa, não precisava ir para o escritório, estava frio e chovendo e eu ali debaixo de cobertas abraçando Gabriela, que ainda por cima fazia cafuné em mim.
O que mais eu poderia pedir? Suspirei mais uma vez e sorri em seu pescoço.
— Está passando Bob esponja no SBT. —disse ligando a TV como controle.
Virei meu rosto para assistir o desenho, mas não deixei ela se soltar de mim.
Passamos boa parte da manhã ali daquele jeito. Só levantamos por volta do meio dia para almoçar. Então tive que ir estudar alguns processos, tinha audiência no dia seguinte e precisava ver tudo que iria falar.
Gabi foi dar uma olhada nas suas plantas e voltou meia hora depois morrendo de frio, preparou dois chocolates quente e me entregou um. Notei os olhares dela para todo os meus papéis em cima da mesa, ela tentava ler.
Abri um sorriso de canto, ela era tão linda, seus cabelos divididos no meio deixava seu rosto fino mais aparente. Podia notar até pequenas pintinhas um pouco, mais clara que sua pele, perto da boca. Seus olhos me
lembrava os grandes buracos negros que eu gostava de pesquisar, mas ao invés do preto, o verde era quem dominava aquele grande infinito.
— Seria antiético você me contaro que esse
cara fez? — perguntou me tirando dos meus devaneios.
— Seria. — ri da cara que ela fez.
— Ele é muito perigoso? —bebeu um gole do seu chocolate.
— O processo é trabalhista, Gabi. — ela
levantou as sobrancelhas e assentiu.
— Vou limpar a cozinha.
Lá se foi ela começar a cantar e limpar a casa.
Enquanto olhava aquele processo, recebi uma mensagem da Joice, falando sobre um chá de bebê surpresa que ela queria planejar.
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