Gabriela de Sá
— Fique quieta. — segurou meu rosto.
— Isso arde.— choraminguei.
— Ardido vai ficar a cara daquela vadia
quando eu cruzar com ela na rua.
Fui obrigada a rir, não sei porque eu mesmo não tinha revidado.
— Você é muito agressiva, Joice.
— E ela é covarde de bater em uma mulher grávida. Por que não briga com alguém do
tamanho dela?
— Ei, está me chamando de baixinha? — fiz
outra careta conforme ela passava pomada
no arranhão no meu rosto.
Serio, quero encontrar ela na minha frente
para você ver o que vou fazer.
Respirei fundo relembrando a cena de
algumas horas antes. Meu peito tinha uma
mistura de angústia e raiva, minha vontade
era de estrangular aquela louca, mas ao
mesmo tempo só conseguia pensar em Lucas e se era aquilo tudo que ele achava de mim.
— Ele quase me beijou. — falei com o olhar
fixo em um porta-retratos em uma prateleira.
— Que? —arregalou os olhos e se jogou
para trás no sofá, mas logo voltando para me encarar.
— Duas vezes. Antes dela chegar, eu estava
prestes a beijá-lo! — suspirei.— Mas então
Júlia chegou me lembrando que isso é um
erro e que nunca daria certo.
— Aí meu Deus. E a vontade de matar essa
garota só aumenta. — colocou as māos
na bochecha e se aproximou de mim. —
Finalmente o Lucas largou de ser frouxo e
percebeu que você e ele devem ficar juntos.
— Que história é essa, dona Joice?
— Todo mundo sabe que vocês nasceram para ficar juntos, Gabriela! — revirou os olhos.
— Lucas não gosta de mim desse jeito, Joice.
Ele gosta daquela louca.
— E porque tentou te beijar então?
Suspirei, eu também não sabia explicar isso e era mais uma que estava me atormentando.
Minha falta de reação, eu estava totalmente
entregue nos braços dele, não fiz absolutamente nada. Se a louca não tivesse
chegado, eu não sei o que teria acontecido, só sei que também desejava aquele beijo, e como desejava.
— Eu não sei Joice, só sei que estou cansada. Meus pés estão inchados, minhas costas doem, eu na maioria das vezes sinto que não sou eu que estou tomando minhas próprias decisões e sim um bando de hormônios pilantras. — respirei fundo e agarrei meus joelhos. — Eu só queria que tudo estivesse mais calmo.
— Tudo vai entrar nos conformes. — apertou meu ombro.
— Eu espero, caso contrário, eu vou ficar
maluca.
Meu celular se ascendeu indicando que tinha chego mensagem, mas nem olhei, apenas vi que já passava das duas da manhã.
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