Meu melhor erro romance Capítulo 40

Resumo de Capítulo 39: Meu melhor erro

Resumo de Capítulo 39 – Capítulo essencial de Meu melhor erro por Letícia Nogueira

O capítulo Capítulo 39 é um dos momentos mais intensos da obra Meu melhor erro, escrita por Letícia Nogueira. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Gabriela de Sá

— Você tem certeza disso?  — vi uma expressão assustada de Joice pelo espelho.

— Tenho. — falei bufando

— Mas não vai ficar muito curto? O seu cabelo é muito lindo, não corta assim meu vai amiga...

— Vai logo, Joice! Eu tenho certeza eu estou em uma nova fase da minha vida.

Me obedecendo ela começou a passar a tesoura entre meus fios de cabelo. Encarei

o espelho, até agora não parecia muito

diferente, ainda na altura do ombro. Ela

estava com muita dó de cortar, revirei os

olhos e estendi a mão para pegar a tesoura.

— Nem pensar, você vai picotar seu cabelo

sua louca. — Ela falou e riu.

— Então corte sem dó, cabelo crescer.

Respirando fundo Joice obedeceu, começou fazendo um corte que tínhamos visto em um vídeo da internet, deixando a parte da frente maior e reduzindo a de trás. Os fios loiros iam escorrendo pelo chão, e isso me trazia a esperança não só de uma mudança exterior como também interior.

Eu poderia ter ido a uma cabeleira com mais experiência do que aparar cabelos masculinos, mas até que minha amiga deu conta do recado. Atrás parecia um pouco torto, mas o cabelo estava um pouco abaixo

da minha nuca, na frente eu mesmo arrumei, a franja maior me dando um ar naquelas garotas rebeldes que se vê em filmes, sorri com a comparação.

— Agora tenho que ir trabalhar. — Joice falou correndo para tomar um banho.

Fui até a cozinha com quem eu já me sentia familiarizada, por conta da semana que já havia passado ali, e peguei uma vassoura e uma pá. Recolhi todo cabelo do chão e joguei fora.

Fui para frente do espelho novamente e mexi no meu cabelo. Até que eu gostei do meu novo visual, mas gostei mais ainda da força que eu sentia dentro de mim. Não deixaria mais ninguém me humilhar, me bater ou dizer coisas sobre meu filho. Eu ainda era muito nova, mas tinha que crescer de uma hora para outra. Eu estava esperando um filho, não era uma boneca que poderia ficar no meio de tanta briga e acusação. Eu ainda estava muito chateada com tudo, mas não podia parar de pensar naquele serumaninho que crescia dentro de mim.

Joice estava apoiando minha mudança, porém queria que eu tomasse uma atitude em relação ao Lucas, mas não tinha porque eu arriscar tantos anos de amizade, ou até mesmo a convivência do meu filho com o pai, por conta de algo incerto.

Meus sentimentos estavam um caos, mas isso não deveria influenciar de forma alguma minhas atitudes. Eu voltaria a morar com ele, daqui a duas semanas talvez, porém não daria brechas para que um quase beijo acontecesse novamente. Suspirei.

Fui para a cozinha preparar algo para minha amiga comer antes de sair. Ela estava sendo mega gentil em me deixar ficar por ali enquanto não resolvia meu impasse com o pai do meu filho. Era uma grande amiga e eu sabia que poderia contar com ela.

Meu pai tinha marcado de ir me visitar hoje pela tarde, eu estava morrendo de medo do que ele viria me dizer, pois sabia que seriam verdades que me atingiriam e poderiam fazer com que eu me abalasse novamente. Passei a mão em minha barriga e sorri, parecia que o medo passava quando eu lembrava do meu filho.

Meia hora depois Joice estava usando seu terninho habitual e devorando uma bela panqueca, que não sei por qual milagre, eu, Gabriela, consegui fazer. Ela se levantou se despediu de mim e passou a mão na minha barriga, se despedindo do bebê.

— Estamos parecendo um casal de lésbicas.— brinquei e ouvi a gargalhada dela enquanto ultrapassava a porta.

— Até que você é bonitinha, mas tenho preferência por coisas maiores, se é que me entende.

Dei risada e acenei enquanto ela partia para a fazenda em que trabalhava. Arrumei toda cozinha e foi minha vez de ir tomar banho, lavei o cabelo e molhado tinha ficado até mais bonito, porém ainda sentia a necessidade de aparar.

Peguei o celular, cheio de mensagens, e fui fazer uma pesquisa no Google: atrizes de cabelo curto. Entre Sophia Charlotte, Emma Watson e Anne Hathaway, escolhi a da última, bem mais curto, com a franja maior.

Liguei para o meu pai para perguntar a que horas ele viria e obtive a resposta de que apenas pela noite, perfeito. Peguei as chaves do meu gol vermelho, que meu irmão tinha trago no dia anterior e dirigi pela pequena cidade que eu mal conhecia.

Estacionei com dificuldade em uma vaga apertada nas ruas de paralelepípedo. Sentir o cheiro da pequena cidade, gostava dali, acho que moraria facilmente em um lugar tão tranquilo como aquele. Caminhei pelas calçadas largas em busca de um salão de beleza, encontrei um a uns cinco metros de onde deixei meu carro.

Adentrei no local que tinha cheiro de chiclete, esfumaçado e aconchegante. Apoiei os braços no balcão para falar com a mulher que digitava em um pequeno computador, dedos ágeis, ela olhou para mim e sorriu.

Dei o celular na mão de Gisele que analisou a foto abrindo um sorriso e passando para a manicure ver.

— Nossa! — falou. — Vou deixar meu número para você passar para esse garotinho quando ele crescer. — apontou para minha barriga.

Dei risada e peguei o celular de volta, passando as fotos e vendo Lucas com suas palhaçadas. Estava com saudade, com muita saudade, apesar de terem se passado apenas uma semana.

Bloqueie o celular e encarei o espelho novamente, eu era uma nova mulher, não uma menina que precisava do melhor amigo para sobreviver.

24 anos, chegando perto dos 25. 11 de agosto  estava perto e eu queria mudar para ser uma mãe e uma pessoa melhor. Respirei fundo, o primeiro ano do colegial ficou a oito anos atrás, não sou mais uma menina que necessita de um ombro amigo. Talvez eu pudesse trocar meus óculos por uma lente, quem sabe? Ou trocar as camisetas do Batman por um vestido de seda vermelho, quem sabe? "Se você ao menos tivesse dinheiro para isso", minha consciência insistiu em me lembrar que eu era uma desempregada com um filho no ventre.

As três conversaram mais sobre filho, futuro, casa e casamento e eu até que me distrai por um bom tempo. Gisele escovou meu cabelo bem curto e eu sorri para o reflexo do espelho, eu realmente parecia outra pessoa.

Meu rosto fino e pescoço apareceram bem mais com esse corte, fiquei mais moderna e bem mais bonita do que aquela pessoa de  cabelos até a cintura. Chacoalhei a cabeça me sentindo livre e feliz.

— Obrigada, meninas. — falei ao pagar e ir em direção a porta.

— Imagina, você está linda. — a mulher de cabelo verde elogiou.  — Parabéns pelo bebê, e não se esqueça de dar meu número a ele.

— Vou tentar não esquecer, porque se depender de mim ele só vai pensar em mulher depois dos tinta — falei e ele começou a rir.

— Mães são seres que amam se iludir — ela falou enquanto nos rimos.

Saí do salão sentindo o ar natural do lugar, eu definitivamente moraria ali. O dia estava ensolarado, mas ainda era possível sentir o vento batendo na minha nuca, algo que eu nunca havia sentido antes.

Fui até uma loja de artigos para grávidas e comprei um lindo vestido azul que caiu muito bem em mim. Eu está precisando afinal as minhas roupas estão um pouco apertadas.

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Continua...

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