Resumo de Capítulo 44 – Capítulo essencial de Meu melhor erro por Letícia Nogueira
O capítulo Capítulo 44 é um dos momentos mais intensos da obra Meu melhor erro, escrita por Letícia Nogueira. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Gabriela de Sá
— Por que você está evitando ele?
— Não sei, eu não sei. Ele falou algumas coisas que estão me deixando doida, eu não sei. Ai meu Deus, eu não deveria estar te falando isso. — falei enquanto colocava os docinhos na mesa.
— Relaxa, Gabriela. O que exatamente meu irmão disse? Rick parecia querer ouvir os dois lados da história, então eu contei, palavra por palavra, que ainda ecoavam na minha mente. E ele me escutava enquanto temperava a carne do churrasco e eu arrumava a decoração.
— O que você acha exatamente que ele quis dizer? — franzi o cenho temendo ou esperando muito a resposta.
— Você sabe, Gabriela. Os dois sabem e estão se afastando de bobeira, antes de tudo vocês são amigos. E a amizade de vocês? Ela deveria estar era prevalecendo agora. — começou a falar mais alto por conta do liquidificador ligado batendo um tempero doido.
— Você tem certeza que sabe o que é isso que está fazendo? — fiz uma careta olhando para a gosma verde.
— Eu vi na internet, mas não estava tão feio assim. — ele cheirou e fez uma careta. —Acho melhor colocar só sal grosso.
— Boa ideia.
— Nada de testar minhas habilidades culinárias hoje! — despejou a gosma no lixo e deixou a louça lá.
— Está aí uma coisa que eu não tenho. — rir
— Eu também não tinha, até me ver com um neném precisando de comida nos braços. — falou e começou a "massagear" a carne. — Acha que ela vai gostar? — ele perguntou.
— Claro que ela vai gostar. A Maria assim como eu adora Harry Potter! — falei antes de começara amarrar uma bexiga na outra.
— Falei para Arthur trazê-la lá para as 17 horas.
— Até lá já deu tempo de passar tudo isso — apontei para o que eu fazia — Para a sala de jantar ou para perto da piscina.
— Acho que na sala de jantar é melhor, na piscina já vai rolar o churrasco. Até lá Lucas já chegou para ajudar, aliás, obrigado por ter vindo.
— Caso contrário você ainda estaria enchendo bexiga. — amarrei mais bexigas. — Não precisa agradecer, você também vai ter que me ajudar nas festinhas do meu filhote. — alisei minha barriga. — E outra a Maria é praticamente minha sobrinha ou você acha que o Lucas estragava ela sozinho.
— Claro que sei vocês sempre foram muito unidos. — ele falou e eu abaixei a cabeça e alisei a minha barriga, pensando no Lucas.
Abaixei para pegar outra bexiga do chão e minhas costas reclamaram, arrumei meu Óculos e coloquei a mão na lombar me espreguiçando.
— Você me lembra a Linda, baixinha desse jeito e grávida. — sorriu puxando uma cadeira, pelo dedinho por conta da mão suja para que eu sentasse.
— Para né Rick, ela realmente era linda.
— Era, muito linda. — lavou as mãos e colocou a carne na geladeira. — Mas você também é bonita. E ficou engraçada grávida, mas porque lembro de você com espinhas na cara e agora está ai carregando meu sobrinho.
— Você falando assim parece que tenho uns quarenta anos. Só 25, apenas 25, tinha espinha até ontem. — estendi a mão e comi um brigadeiro que estava sobre a mesa. — Você quem está ficando velho, beirando os quarenta.
— Tenho 33 ainda menina. — gargalhou. — Estou no auge da adultisse.
— Imagino você todo tiozinho com cinquenta anos. — roubei outro brigadeiro. — Se não tirar daqui vai acabar antes da Maria chegar.
— Ai, meus braços estão doendo. — Jorge apareceu na cozinha colocando as mãos na perna.
— Esse aqui já está tiozinho. — Rick bateu nas Costas dele.
— Não é minha filha que já está fazendo 12 anos. — zoou.
— Comecei a procriar cedo, mais um fato que prova como sou mais jovem. — entregou dois sacos de carvão para o primo levar para a churrasqueira.
— Você ganhou, minhas costas estão mortas — Jorge pegou um dos sacos e deixou o outro para levar depois. Rick se sentou ao meu lado, estava todo soado, resultado de um empenho para fazer uma festa linda para a filha, com o tema do livro preferido dela.
— Tenho que procurar nas cartas, o presente que a Linda deixou para ela. — sorriu.
— Ela deixou para cada ano?
— Ela intercalava. Em uma das cartas que escreveu para mim explicou que não queria que os presentes se tornassem chatos por serem coisas antigas, então ela deixou presentes para serem dados em datas que ela considerava especial. Aniversário de cinco anos, de doze que é quando ela está entrando na adolescência, no de 15 anos que é um marco na vida das garotas e deixou para a formatura dela, para a aprovação na faculdade, para o dia do casamento. Deixou muitas cartas!. — suspirou. — Não sei como não notei todas essas cartas sendo escritas.
— Queria ter a conhecido.
Realmente queria, eu admirava muito aquela mulher que eu conhecia apenas por fotos e de ouvir falar. Tinha a imagem de alguém forte, carinhosa, batalhadora e principalmente alguém que distribuía amor.
— Vocês teriam se dado bem. Ela nesse momento estaria ao seu lado comendo brigadeiro, porém só se tivesse beijinho junto. Ah, como eu sinto falta. — abriu um sorriso torto. — Já fazem 12 anos, e eu ainda sinto falta dela todos os dias, tem dias que é mais tem dias que é menos. — ele falou e fui até ele tentando o abraçar ele realmente amou a Linda. — A Rosângela está receosa de vir hoje, disse que não queria invadir esse momento meu...
Rosângela e uma ficante do Rick, era médica no mesmo hospital que ele trabalhava, um pouco mais velha que ele e bem gentil, estavam meio que juntos há um mês. Ela entendia toda a história dele e sabia que nunca seria amada da forma que Linda foi, aliás, Rick era bem honesto em relação a isso com ela.
O amor que ele tinha vivido com Linda era inexplicável, falo isso com base nas histórias que escuto, nas fotos e em algumas cartas que tive a oportunidade de ler. Realmente foi muito lindo e como ele gostava de frisar, essa era a história dele, a que ele jamais iria esquecer.
E como prova disso, estava a aliança no seu dedo, que eu tinha a impressão de que jamais sairia dali.
— Como é perder... — fiquei com receio de terminar a pergunta, mas ele me encorajou com um aceno de mão. — alguém que se ama tanto?
— E a pior dor que eu já senti. — me fitou os olhos. — Eu ainda lembro daquele dia. Da hora exata, de como foi, e principalmente da dor do momento que não passou até hoje. Eu aprendi a conviver, curtir minha filha, cuidar e amá-la mais que tudo, até porque fiz uma promessa a Linda, prometi seguir em frente, foquei em ajudar outras pessoas e tudo isso me ajuda muito a amenizar os dias difíceis.
Não consegui segurar uma lágrima que escorreu desobedecendo minhas ordens de permanecerem quietas nos meus olhos, mas eu andava muito sentimental.
— Desculpa. — pedi.
Rick arrastou a cadeira no chão para pegar minha mão. Olhei para ele que sorria, tentando mostrar que estava tudo bem.
— Eu a sinto perto de mim Gabi, eu não sei explicar isso por mais que eu não posso tomá-la em meus braços, eu sinto que ela ainda está presente em tudo. E ela está, não só nas fotografias, nem nas cartas, mas ela está muito presente no meu coração — ele apertou minha mão. — Não tenha medo de se entregar para sentimentos assim, somos feitos para amar, demostrar amor, não coloque barreiras no que é simples. Você sabe o que quer, não tente apagar o que você tanto quer por conta do que nunca disse a ninguém, por medo. Se eu tivesse tido medo não teria sido tão feliz como fui e sou. —seu polegar limpou as lágrimas que escorreram pela maça do meu rosto. — O amor é melhor que o medo, eles são bem opostos, o medo te impede de arriscar as coisas que podem fazer você feliz e o amor é o próprio risco da felicidade.
— Eu não quero sentir medo Rick... — falei chorosa.
— Então não sinta. Tenha certeza do que você sente pelo meu irmão e arrisque. — ele se levantou, secou mais das minhas lágrimas e beijou o topo da minha cabeça.
— Obrigada Rick.
A campainha tocou e nós dois olhamos para a TV da câmera no canto da cozinha, na imagem aparecia Lucas acompanhado de dona Elisa é Yuri.
— Vá tomar um banho no quarto de hóspedes. Deixa que eu termino isso. — pegou as bexigas da minha mão e eu fui para as escadas.
Tomei um banho rápido, apenas o necessário para tirar a cara de choro. Vesti uma calça jeans, adaptada para grávidas, com um elástico na barriga e depois uma blusa da Corvinal. Penteei meu cabelo ainda molhada e o amassei com as mãos deixando a franja mais solta, eu realmente tinha gostado desse corte, mas a ideia de pintar de preto também permanecia na minha cabeça.
As palavras de Rick rondavam na minha cabeça, esfreguei as mãos na calça nervosa, eu tinha que tomar uma atitude em relação a tudo isso. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para meu pai, pedindo para deixar minhas coisas arrumadas, pois amanhã voltaria para o apartamento do Lucas. Depois disso, passei perfume e fui para as escadas.
Maria ainda não tinha chegado, mas uma boa quantidade de pessoas já estavam ali, fui arrumar a mesa do bolo, agora já no lugar certo. Vi Lucas pelo vidro fumê da sala, ele e Jorge tentavam acender a brasa da churrasqueira.
Subi em uma cadeira para amarrar as bexigas no alto em forma de arco. Dona Elisa me ajudou segurando enquanto eu prendia com fita.
Desci da cadeira com dificuldade por causa do barrigão e fui orientada a não subir mais. Terminei de colocar todos os docinhos em uma mesa a parte e ficou, perfeito.
— Aí sim. — Rick entrou pelas portas de vidro que separavam a sala da área externa.
—Vai tomar um banho, você está suado. — dona Elisa falou torcendo o nariz quando ele chegou perto.
— Estou indo, estou indo.
E ele correu escada a cima para ir tomar o banho. Arriscando eu fui até a área externa e encostei no vidro encarando Lucas de longe, estava cutucando o carvão com um espeto enquanto Jorge jogava mais um fósforo. Ele se virou para pedir mais carvão e encontrou meus olhos o encarando. Sorri, mas ele não sorriu de volta.
Alguns amigos de Maria passaram por mim rindo, e um deles pisou no meu pé, desculpando-se logo em seguida, sorri, mas enquanto me distraía nesse momento, não percebi Lucas se aproximava.
— Oi! — falei quando o notei ao meu lado. As palavras de Rick invadiram minha cabeça novamente. — Tudo bem? — perguntou.
— Uhum.
Coloquei minhas mãos em seu peitoral e arrumei a gola da sua camisa polo. Ele olhou para os lados e colocou a mão na cintura parecendo impaciente, ou nervoso, não sei. Puxei minhas mãos para junto do meu corpo.
— Será que tem um quarto sobrando na sua
casa?— perguntei com um sorriso de canto.
— Depende — encostei no vidro atrás de mim e coloquei as mãos para trás. — Se for para minha melhor amiga e para meu filho, sim.
Sorri e joguei meus braços em torno do pescoço dele, encostei minha cabeça em seu peito, não senti seus braços me envolverem e encarei ele como em busca de uma resposta por não retribuir meu abraço.
— Não quero ultrapassar os limites. —falou com um sorrisinho malicioso e irônico.
— Cala a boca.
O abracei novamente e ele retribuiu, não juntando muito nossos corpos, por conta da barriga que ficava entre nós. Entrelacei minhas mãos em seu cabelo e fiquei aquecida enquanto ele alisava minhas costas.
— E eu não estava abraçando ele com segundas intenções, ele pediu desculpas e me explicou que se não fizesse aquilo perderia o estágio, e então eu me despedi dizendo que nunca mais queria vê-lo. — me expliquei em relação a Diego. — Eu não quero que você pense bestei...
— Está tudo bem. — falou no meu ouvido.
E com uma das mãos fez carinho na minha barriga o que fez o nosso filho se agitar e ele sorrir.
— Acho que alguém quer conversar também. — falei com um sorriso.
— O papai está aqui filhão é meu amor — fala com tanto carinho que me dá vontade de chorar.
— Tio! — o filho de Jorge chamou Lucas. – Meu pai vai colocar fogo na carne se você não for lá.
Nós dois rimos, e ele foi ver a carne na churrasqueira. Achava incrível toda aquela relação entre os primos, os filhos deles sempre se referiam a eles, como "tio" e logo mais será o meu filho correndo atrás dos tios.
O telefone tocou e dona Elisa foi atender, quando desligou gritou para todos: Ela está chegando. Eles estão na entrada do condomínio.
Apaguei as luzes e todos se encolheram atrás do vidro fumê. Seu Marcelo gritou Rick que desceu correndo enquanto arrumava sua blusa, que acabara de colocar. Se juntou até nós e ficamos esperando a porta da frente abrir. E quando abriu eu ascendi a luze todos gritaram:
— Surpresa!
Ela colocou a mão na boca olhando todo mundo ali, olhou para toda a decoração e correu para abraçar o pai, que a rodopiou no ar. Arthur, Emília e os dois filhos entraram logo atrás sorrindo por conta da surpresa ter dado certo.
— Obrigada papai! — falou rindo ao olhar tudo. — Vocês me enganaram direitinho.
— Vai tomar um banho, enquanto arrumamos tudo aqui. — ele mandou.
A campainha tocou e eu fui atender, era Rosângela, segurava um embrulho na mão, usava um vestido longo que Ilhe caiu muito bem, pois era bem alta, se eu fosse usar um desse iria ficar parecendo uma duende ou uma criança vestindo as roupas da mãe. Seus cabelos bem cacheados balançaram por conta do vento lá fora e eu lembrei de falar para ela entrar. Notei olhares de desaprovação quando Rick foi falar com ela, Lucas, Maria e alguns dos primos olharam estranho, mas o clima logo passou.
— Gabi! — Maria veio me abraçar.
— Parabéns meu amor. — falei beijando o topo da sua cabeça, já estava quase do meu tamanho.
— Vem me ajudar escolher minha roupa.
Me puxou pela escada, encontramos Emília no meio dela e a puxando também subimos até o grande quarto de Maria, que foi tomar banho. Eu e Emília deitamos de barriga para cima na cama de casal dela.
— Um momento sem choro de criança, aí que maravilha. — Emília suspirou e eu ri.
— Estou aproveitando bem minhas noites de
sono. — passei a mão na minha barriga.
Pra quando é?
— Finalzinho de Setembro para o começo de outubro, se eu quisesse agendar a cesariana o médico disse que seria dia 02, como dei preferência ao normal é do 28 ao 08 por ai.
— Está chegando, o mini Luquinha. Você gostou do berço?
— Do berço? Que berço? — semicerrei os olhos e a encarei.
— Opa, nenhum, nenhum. — riu.
— Pode contar agora dona Emília.
Apoiei a cabeça no cotovelo e olhei para ela que estava vermelha e com a mão no rosto, com cara de quem tinha feito coisa errada.
— Vou dormir por aqui. — Puxou a taça até seus lábios levando minha mão junto.
— Mas deveria ficar sóbrio, em solidariedade a mim. — Balancei a cabeça e puxei minha mão.
— E mesmo, por que? — Deu um gole.
— Porque você colocou uma criança dentro de mim, e agora minhas costas, meus pés e minhas pernas doem, e eu estou gorda. Então você não pode beber na minha frente e me deixar com vontade.
— Você está com vontade é? — Bebeu mais um pouco fazendo bico.
— Lucas , eu vou te bater — esbravejei.
— Não vai não. — Riu e bebeu mais um gole limpando toda a taça. — Prometo que essa foi a última, é que estava tão gostoso.
Cruzei os braços e mostrei a língua para ele.
Lucas abriu um sorriso, um Sorriso bem fofinho e eu sorri pelo simples fato dele estar ali na minha frente. Peguei outro quiche e enfiei todo na boca.
— Isso é muito bom! — falei de boca cheia.
— Pelo jeito que você come, parece ser mesmo. Deixa eu comer um. — Pegou um e enfiou na boca. — É gostosinho.
— Quero doce. Rouba beijinhos para mim?
— Está tão longe. — Bateu a mão na perna.
— Seu filho quem está pedindo. Um brigadeiro,um beijinho, um bicho de pé e uma daquelas balas de gelatina.
— Era só um beijinho. — Revirou os olhos rindo e foi buscar.
Olhei para toda a festa, muitos conversavam na sala, outros ali atrás de mim na churrasqueira, e outros pelo gramado e no deck da piscina. Encontrei Maria e André, em suas espreguiçadeiras, sentados um de frente para o outro e conversando. O garoto sorria e ela falava alguma coisa, dois adolescentes com suas paixões. Eles dois eram novos ainda, muito novos, mas chegava a ser fofo vê-los ali flertando de forma inocente. André parecia ser o típico Nerd da sala, usava óculos, tinha o cabelo black, e usava aparelho, mas era bem bonitinho para os garotos da sua idade.
— Não estou gostando nada daquilo. — Lucas chegou fazendo menção com a cabeça para onde eu olhava e deixou um pratinho de plástico, com o escudo da Corvinal estampado e os docinhos dentro, na minha frente.
—Para, eles só estão conversando.
— O que ele tem para conversar a sós com ela?
Olhei para ele e vi seus olhos azul sumindo enquanto ele os revirava. Empurrei o ombro dele com o meu e coloquei uma bala de gelatina na boca.
— Você nessa idade pegava várias. ergui a sobrancelha.
— Mas não era a sobrinha de ninguém.
— Ah, com certeza era sobrinha de alguém. Para de neura, sabe o que seria bom? – esperei ele olhar para mim. — Suco de uva.
— Eu acabei de sentar Gabi. — fez uma voz chorosa.
— Ninguém mandou me engravidar. — Fiz bico e levantei os ósculos para fazer um olhar pidão.
— Essa desculpa já está ficando velha.
Lucas levantou e passou por mim indo para a cozinha buscar meu suco, que eu nem queria, só queria deixar o casalzinho sem os olhares reprovadores de um tio ciumento. Porém ele não demorou a voltar, com duas taças na mão e mais um pratinho de doces.
— Olha só meu amor, que papai dedicado. - falei para minha barriga. — Isso é suco de uva né? — Apontei para a taça desconfiada da cara do Lucas.
— Claro. Coloquei ai para você sentir que está tomando vinho.
— Hum.
Balancei a taça, como se realmente fosse vinho. Ele riu quando eu estendi para brindarmos, mas tocou sua taça na minha enquanto erguia uma sobrancelha.
— Eu espero que isso não seja vinha dona Gabriela de Sá! — Rick raiou atrás de mim enquanto pegava churrasco.
— Suco de uva, suco de uva pai. — Levantei a taça rindo.
— Melhor assim.
— Rick, vem cá. — Lucas chamou e apontou com a taça para onde Maria estava. — Viu aquilo?
— Lucas! — briguei com ele. — Eles são só amigos.
— Eu vi, e eles são só amigos. - Rick me imitou.
— Viu Lucas, a gente fazia isso o tempo todo não tem problema nem eles são só amigos, imagina se a minha família ficasse vendo maldade em tudo, nós já cansamos de dormi juntos, e eles só estão conversando — falei e o Rick olhou para mim e depois para o Lucas e depois para minha barriga.
— Acho melhor ir lá falar com o menino que mal saiu das fraldas e está querendo ser meu genro. — E lá foi ele, sentando ao lado da Maria e conversando com o menino, pelo menos estava sorrindo, não jogando o moleque na piscina. Comi mais um docinho e bebi mais suco.
— Você é muito estraga prazeres. Comi mais uma balinha.
— Estrago não.. — abriu um sorriso malicioso.— E outra o seu discurso de só amigos é que não pegou bem afinal nós éramos só amigos quando fizemos o nosso filhote — ele falou beijando a minha barriga.
— Eu estava com saudades — admitir a ele.
— Eu também estava — ele falou sorrindo e do nada me olhou com um olhar malicioso.
— Lucas... — dei risada pegando a taça da mão dele com o meu suco e enfiando o dedo, depois colocando na boca. — Boa tentativa.
— Fala se não é gostoso.
—Lucas, mentir é feio.
— Desculpa. Vou trocar por suco.— Pegou o copo novamente e levantou, parou atrás de mim e cheirou meu cabelo, senti seu hálito em minha nuca, fechei a abri os olhos. E então ele saiu, indo pegar seu suco.
©©©©©©©©©
Continua...
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