Lucas Fraga
Quando ela falou que nós não tivemos nada eu sei que fiquei vermelho, com vergonha de ter derrubado vinho nela e de talvez ter imaginado aquilo. Suspirei e peguei o suco bebendo. Mas no fundo sentia certa tristeza, queria sim que tivesse acontecido.
— Desculpa...
— Não sei se transaria com alguém com esse barrigão.
— Sua barriga nem está tão grande, e dizem que isso ajuda no parto. — dei de ombros.
O que você está falando Lucas? Cala a boca. Não quero que ela fique com raiva de novo não posso perde ela, eu prefiro tê-la só como amiga do que não tê-la.
Gabriela começou a gargalhar e depois enfiou um docinho na boca.
— Mas deve ser incômodo.
— Mas é para o bem do bebê. — encostei na cama me xingando mentalmente por manter esse assunto.
— Não sei — balançou a cabeça. — E se machucar?
— Na internet diz que não machuca.
— Então você anda pesquisando?
Caramba, eu devia colocar uma mordaça na minha boca, só assim para ficar quieto.
— Talvez. — falei me aproximando mais dela.
— Ele está mexendo.— apontou para a barriga.
Por instinto coloquei a mão sobre sua barriga, mas depois tirei para ela levantar a blusa e para poder olhar de perto, parecia dar para ver o pezinho do neném. Sorri e passei a mão bem devagar.
— Oi filhote, você acordou? — me aproximei da pele gelada da Gabriela.
— Está se espreguiçando meu amor? —Gabriela passou a mão, onde outro chute era dado.
— E acordou com tudo. Está agitado molequinho? — Como se me respondesse, ele deu outro chute onde minha mão estava. Sorrindo beijei a barriga dela, que se encostou nos travesseiros atrás dela, e dobrou as pernas. Fiquei fazendo carinho em sua barriga e podia sentir a pele antes fria, agora ficando quente.
— Ele fica mais agitado quando escuta sua voz, acho que ele estava com saudades do pai — ela falou enquanto eu fazia carinho na barriga dela.
— Eu também estava morrendo de saudades de vocês dois, aí filhão eu te amo tanto — falei beijando a barriga dela que sorriu.
— Está chegando a hora.- ela falou. — Falta só um mês.
— Vamos para casa? — olhei para cima.
— Vamos.
Se espreguiçou mais uma vez, porém dessa vez eu peguei em sua cintura e a puxei para um abraço. Ela aproximou todo o seu corpo, ficando totalmente em meus braços. Exalei seu cheiro gostoso. Agora com o cabelo curto eu tinha livre acesso ao seu pescoço, minha mão deslizou por suas costas, chegando até sua nuca, subi um pouco mais e deixei as pontas dos meus dedos na raiz do seu cabelo.
— Promete que vai parar de ficar bebendo tanto assim? — pediu em meu ouvido.
— Nem um pouquinho? — brinquei.
— Nadinha. Agora você vai ser pai, não pode andar bêbado por aí. Isso é feio, e se eu e o seu filho precisarmos de você como posso saber se posso contar...
— Desculpa por ontem. Prometo parar de beber assim.
Beijei seu pescoço e deixei meus lábios parados por ali. Meu polegar acariciou sua nuca com carinho.
— Tioooooo! — Maria gritou do corredor fazendo em saltar para trás.
Gabriela foi para o lado, saindo dos meus braços e eu fui correndo para fora do quarto, querendo saber o que estava havendo com a menina que gritava assustada.
— O que foi menina?
— Tem uma barata no banheiro.
Gritei e voltei correndo para o quarto.
— O que foi? — Gabriela perguntou assustada.
— Uma barata.
Ela me olhou com os olhos semicerrados. Pegou um chinelo do chão caminhou até mim e colocou na minha mão.
— Vai matar a barata.
— Não, eu tenho medo.
— Mata a barata. — apertou os olhos.
— Eu tenho...
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