Meu melhor erro romance Capítulo 48

Gabriela de Sá

Dias depois

Já tem alguns dias que voltei para casa, e é isso mesmo, não sei explicar só sinto que estou em casa na casa do Lucas.

— Isso está muito lindo, não me canso de entrar aqui. — suspirei indo me sentar na poltrona azul ao lado da porta da sacada. No quarto do meu bebezinho.

— Minhas costas não gostam muito daqui. — Lucas reclamou colocando a mão na coluna.

Olhei mais uma vez para o quarto na cor branca e estilo vitoriano. O berço em ferro banhado em bronze e coberta por lençóis azuis, um mosquiteiro moderno envolvia parte do berço. Uma cômoda em bronze também tomava um espaço, com miniaturas de super heróis decorando. Levei a mão até minha barriga, fazendo círculos em torno do meu umbigo.

Eu sorria toda vez que entrava aqui o Lucas teve tanto carinho para fazer o cantinho do nosso bebezinho.

— Pronto, acho que agora está tudo certo com essa câmera. — a fotógrafa falou colocando a cabeça para dentro do quarto.

Admirei seu belo sorriso, aliás, ela era muito bonita, seu cabelo crespo, volumoso e azul era o que chamava mais atenção nela, e claro o sorriso também. Ela estava com um problema na câmera principal, mas pelo visto já tinha arrumado.

— Então vamos. — falei empolgada.

O Lucas me estendeu a mão e eu coloquei uma das minha sobre a dele e a outra nas costas.

Meu corpo se projetou para frente e eu fiz uma careta por conta da dor nas costas.

Ultimamente estava sendo muito incômodo essa dor, e olha que minha barriga nem estava tão gigante assim, porém estava baixando conforme os dias passavam.

— O que acham da gente começar por aqui mesmo? — ela disse olhando para o quarto, e sensibilizada com a minha dificuldade de locomoção.

— Uma boa ideia. — Lucas respondeu se apoiando no berço.

— Pessoal, vamos fotografar aqui primeiro. — ele avisou para a equipe dela e enquanto isso o Lucas estava fazendo carinho na minha barriga ao notar que o nosso filho estava querendo atenção, e estes pequenos momentos me fazem sorrir — Gente — ela chamou e entrou A equipe dela, uma menina alta com um senhor corpo, e um magricela desengonçado, a seguiram até o quarto do bebê. Eu ainda estava cheia de dúvida em relação a qual roupa usar, O Lucas comprou roupas para nós dois combinando e até uma para o nosso filho, para mim foi um lindo estilo princesa e ele tinha uma abertura na barriga que ficava perfeito, mas para as fotos no quarto eu pensei em outra que seria melhor uma roupa diferente só que eu não fazia ideia de qual,  mas os quatro me ajudaram a optar por uma saia branca e sutiã branco, E depois assim como a maioria das grávidas usavam em seus ensaios fotográficos

Encostei no berço, ao lado de Lucas, enquanto arrumavam as questões de luzes e essas coisas no quartinho. O pai do meu filho era muito exagerado, apenas uma fotógrafa estava bom, mas ele fez questão de pedir para Fanny uma 30. Só para me deixar mais envergonhada.

E isso no ensaio interno ele queria um ensaio externo na praia, já que nós fizemos ele em um ano novo na praia.

— Vou buscar água, você quer? — o Lucas perguntou com um sorriso.

— Quero.

Ela  se foi ele me deixando sozinha com a maquiadora.

— Vamos te deixar ainda mais linda — ela falou com um sorriso gentil.

Recebi um pouco de pó na testa e depois blush nas bochechas. Fanny me entregou dois sapatinhos de bebe.

— Gabi eu quero que você haja naturalmente, nada de poses forçadas. — Finge que no meu lugar é o Lucas fotografando, certo? — Vou tentar.— soltei ar pela boca e puxei novamente.

Coloquei os sapatinhos sobre minha barriga e sorri olhando para as três câmeras na minha frente. Ser fotogênica não era comigo, e eu estava nervosa com aquilo, minhas mãos suavam.

— Relaxa Gabi tome um pouco de água.— Lucas me estendeu o copo e eu bebi todo o líquido de uma só vez.

— Não olhe para a câmera, admire sua barriga, o horizonte, o berço, qualquer coisa, mas não precisa olhar para câmera. — ela falou e o Lucas sorriu para mim no canto da sala.

Assenti e segui os conselhos da menina.

Primeiro encarei minhas mãos trêmulas segurando os sapatinhos sobre minha barriga, sorri imaginando o bebê usando ele.

Levantei meu olhar e encontrei um par de olhos azuis me encarando. Lucas estava encostado na porta, de braços cruzados. Seus lábios estavam entreabertos, seus ombros pareciam rígidos

Estava sendo difícil resistir a ele, mas por algum motivo, desde a manhã do aniversário da Maria, ele não havia me provocado diretamente. Sempre eram esses olhares fulminantes, mas não passava disso. Se isso era bom ou ruim eu não sei, só sei que gostaria de ter mais atitude em relação a isso.

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