Meu melhor erro romance Capítulo 51

Resumo de Capítulo 50: Meu melhor erro

Resumo do capítulo Capítulo 50 de Meu melhor erro

Neste capítulo de destaque do romance Romance Meu melhor erro, Letícia Nogueira apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Lucas Fraga

Ganhei passagem enquanto gritava isso pela janela, isso facilitou a minha chegada até a ponta do viaduto da Vergueiro que dava acesso à avenida principal que levava até o hospital, porém lá nenhum carro me dava passagem mais.

Gabriela estava com o telefone na orelha, fazendo tudo que meu irmão pedia, imaginava que era para ela respirar, pois ela estava fazendo isso, puxando o ar bem devagar e soltando aos poucos, assim como ela fazia nas aulas de sexta feira que fizemos durante um tempo. De olhos fechados e me entregou o celular. Peguei e coloquei na orelha, desrespeitando leis de trânsito.

— Não responde isso, mas a Dr. Marilia está em cirurgia, e cara, é uma cirurgia intrauterina, isso quer dizer que vai durar mais de oito horas, porque é delicada. — respirou fundo.

— E então?

— Não fala nada garoto! Então, tem outro médico aqui, ele também é muito bom.. — Rick parou de falar quando Gabriela gritou fazendo eu e ele se assustar, mais uma contração diferente dos habituais.

— Perfeito. Estou perto, mas está muito trânsito.

— É horário de pico, vocês vão ter que esperar.

Olhei para Gabriela, os cabelos desgrenhados, as mãos no interior da coxa, comecei a abanar com a mão livre.

— Vou tentar chegar mais rápido. — Desliguei o telefone e coloquei em meu colo.

Olhei novamente para Gabriela tentava respirar fundo, mas as contrações pareciam mais frequentes e mais dolorosas, coloquei a mão em seu ombro.

— Lucas , eu quero minha mãe.

— Eu vou ligar..

— Não! Dirige a porcaria desse carro! — gritou.

— Está bom, está bom. — respondi submisso andando os poucos metros livres. — MEU FILHO ESTA NASCENDO.— gritei pela janela e buzinei.

A frase que saiu da minha boca passou pela minha cabeça, caramba, agora era oficial, meu filhote estava nascendo, senti vontade de gritar também. Meu coração saltou quando começaram a me dar passagem, buzinei de novo e mais uma vez. Minhas mãos Começaram a suar frio.

— Lucas...

— Já estamos chegando. — menti.

Estávamos perto, mas o trânsito não ajudava, e não era todo mundo que dava passagem para um doido gritando pela janela. Olhei para o lado, ela tinha afastado seus joelhos e estava com as mãos em volta da barriga já baixa, aí meu deus, e se meu filho nascesse naquele carro?

Coloquei a mão na nuca dela e fiz carinho tentando acalmá-la. Subi para seu cabelo curto, ela estava de olhos fechados e a cabeça encostada na minha mão, tentava respirar fundo, mas era nítido a dor em sua expressão.

Andando de metro a metro chegamos até a esquina do hospital, estava perto, estava bem perto. Quando entrei no hospital fui para o hall de entrada, desci do carro jogando a chave para o manobrista, passando no porta-malas para pegar a bolsa com as roupas separadas para o parto que ficava pronta lá, pois foram muitos alarmes falsos, então deixamos tudo lá. Corri para o banco do passageiro e ajudei Gabriela descer e sentar na cadeira de rodas que o segurança havia trazido. Coloquei o peso da cadeira todo nas rodinhas de trás, fazendo as da frente ficar no ar, em meio a dor ouvi uma risada da minha amiga, sorri de volta empurrando a cadeira para dentro do saguão, onde Rick estava esperando com papéis na mão.

— Você não trabalha não? — perguntei pra ele.

— Não quando meu sobrinho está nascendo. E tem funcionário pra caramba trabalhando lá agora, eu só supervisiono essa etapa. — abaixou ao lado da cadeira. — Já fiz sua ficha, eles vão identificar você com uma pulseirinha e levar você para o quarto.

— Ta, ta. Vão me dar remédio pra dor?  — ela falou entredente.

Ele preferiu não responder, levantou e nos levou até a ala da maternidade. As enfermeiras furaram ela, a vestiram com um avental de hospital feio, e a deixaram recebendo soro com alguma coisa em um quarto pré-parto. Outro médico veio segurando uma pasta, ele era um japonês, baixinho e até um pouco engraçado. Fui para a cabeceira da maca.

— Então chegou a hora?- ele sorriu. — Eu sou o Dr. Yuri, sou amigo da Dr. Marília que está em uma cirurgia muito delicada agora e não vai poder participar do seu parto.

— E agora? — colocou o rosto entre as mãos.

— Eu sou o médico substituto.

— Mas eu fiz todo pré-natal com ela..

— Eu trabalho com ela há anos, garanto que também sou competente e que cuidarei muito bem de você e do seu bebê.

— Está, só faz essa dor parar. Tira essa criança de mim. — ela praticamente implorou e eu ri.

— Vou checar a dilatação e a posição do bebê, eu dei uma olhada nos registros do pré-natal e estou a par de toda sua gravidez.

O médico colocou luvas e esperou Gabriela abrir o avental, ele apalpou a barriga dela, a forma com que ele apertava parecia machucar, fiquei olhando com receio para aquilo, olhei para minha amiga e ela me estendeu sua mão para que eu segurasse.

Peguei a mão dela e deixei entre as minhas, próximas aos meus lábios. Ela se contorceu de dor com uma contração.

— Você ligou para minha mãe?

— Não, só liguei para Fanny. Vou pedir para o Rick ligar.

— Estou começando a me arrepender dessa história de gravar o parto. Eu vou gritar pra caramba. — começou a rir fazendo seu corpo tremer. — Sem contar que vai ser mais gente para ficar olhando minhas partes.

Gargalhei e senti as mãos dela apertarem as minhas com força. Vi a expressão do seu rosto mudar, comprimiu os lábios, fechou os olhos e soltou alguns gemidos. Não sabia que ela tinha toda essa força não, os ossos da minha mão pareciam que iam se quebrar. Pensei em gritar também, mas só fiquei quieto e abaixei a cabeça.

— Está durando mais?

Ela não respondeu, mas era normal, não se dava para falar durante uma contração.

A pressão na minha mão diminuiu e a respiração dela foi ficando normal. Beijei seu pescoço com carinho, tentando ignorar minhas pernas que doíam de ficar ali daquele jeito. Mas o que eram minhas pernas doendo quando ela estava parindo?

Soltei uma das minhas mãos das dela e a levei até seu cabelo, coloquei toda a franja para trás e soprei todo seu pescoço e nuca. Quem estava suando já era eu, com aquele terno, dentro do banheiro quente e o corpo dela pegando fogo.

— Me ajuda a tomar outro banho. — pediu.

Ajudei ela a erguer seu tronco e depois se levantar até a parte elevada. Deixei meu braço para ela se apoiar. Molhei um pouco a minha camisa, mas continuei tentando ajudá-la. Ela desligou o chuveiro e eu lhe entreguei uma toalha, ela se secou e pediu para que eu pegasse um avental para ela. Ajudei ela a se vestir e voltamos para o Quarto.

Rick estava sentado em uma poltrona mexendo no celular. Gabriela ficou andando de um lado para outro, na tentativa de ter uma dilatação melhor.

-Rick liga para a mãe dela, e pega algumas roupas pra mim lá em casa, por favor.

Balancei as chaves e ele estendeu a mão para pegar, joguei e ele segurou se levantando para ir pra porta.

- Gabriela, não tenha esse bebê antes deu voltar. - apontou o dedo para ela rindo. Então volta logo.- riu.- Porque acho que minha bolsa acabou de estourar.

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Continua...

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