Meu melhor erro romance Capítulo 52

Lucas Fraga

Gabriela estava com os braços envolvidos em meu pescoço, enquanto eu massageava suas costas. Já tinham se passado horas desde que a bolsa dela se rompeu, e ela já entrava na segunda fase do primeiro estágio, estava com nove centímetros de dilatação, só faltava um.

Eu fazia movimentos circulares em baixo das suas omoplatas.

— Sexo ajudaria na dilatação. — Rick falou levantando o rosto do celular.

Fiquei sem graça e escondi meu rosto no ombro dela, já em compensação ela começou a gargalhar. Abri um sorriso, mas logo o fechei, continuei a massagem. Gisele, a mãe da Gabi entrou no quarto trazendo três cafés, entregou um pra Rick, pegou ume deixou o outro sobre a mesinha que ficava ao lado contrário da cama. Depois ela se sentou com seu café no sofá ao lado do meu irmão. Ouvi os dois cochichar, mas não deu para entender o que falavam.

— Aí! — Gabriela gemeu com o início de uma contração.

A segurei firme, pois sabia que duraria mais.

Gritei quando senti dentes no meu ombro, ela estava me mordendo, parecia que ia arrancar um pedaço com aquela força. Ela soltou, mas ainda tinha os olhos fechados, e respiração Como todos recomendava. Não a soltei, continuei com a massagem, mesmo com o ombro doendo. Quando a contração passou ela me soltou e me encarou.

— Desculpa. — pediu caminhando até a janela e apoiando as mãos no batente e se curvando para frente.

Peguei meu café e sentei ao lado da dona Gisele. Cansado apoiei minha cabeça no ombro dela que sorriu. Essa coisa de parto era cansativa demais, Gabi estava a cinco horas em trabalho de parto já e nada de nascer.

Tomei meu café, para recuperar as forças, pois se eu estava cansado agora, imagine quando começasse a nascer mesmo.

— Está ansioso?

— Muito. Será que já não deu dez dedos de dilatação? — questionei.

No mesmo momento o médico entrou no quarto, ele era engraçado, devia estar era na pediatria, até andava saltitando. Ele pediu para Gabi se deitar e pela terceira vez naquela noite colocou suas luvas para checar a dilatação.

— Olha só, 10 centímetros certinho. Preparada para fazer força?

—  Nem um pouco.

— Vou buscar meus enfermeiros, minhas coisas e vamos começar certo. -ele olhou para a gente no sofá.- Só pode ficar um acompanhante.

Gisele e meu irmão bateram no meu ombro e se levantaram. A mãe de Gabi foi até ela e falou algumas palavras baixinho, deu um beijo na testa dela e veio até mim, me abraçou e sorriu saindo do quarto. O médico saiu logo atrás em busca das coisas.

Fui até Gabriela e arrumei seu cabelo. Ela puxou a camiseta azul que eu tinha colocado e eu encarei seus olhos sorrindo, abaixei até a altura do seu rosto e beijei sua testa.

— Vai dar tudo certo. — falei para ela beijando sua testa

— Eu estou com medo.

— Eu também, mas a gente está junto não é? E juntos a gente sempre consegue.— Ela sorriu e respirou fundo. Fiz carinho na sua bochecha. — Estou com frio. — ela disse.

—  Vai mais para lá.

Sentei na cama e a abracei esfregando Sentei na cama e a abracei esfregando minhas mãos nos braços dela.

—  E a Fanny?

— Combinei com ela para pegar só o finalzinho, a enfermeira vai avisá-la para ela entrar. Assim você fica mais confortável não Uhum.

O médico com sua equipe entrou no quarto, ele estava com uma roupa toda azul e de máscara. Uma enfermeira ajudou ele a colocar luvas esterilizadas e depois a mesma veio posicionar Gabriela. Desci da maca e fiquei ao lado dela que foi deitada e as pernas colocadas nos apoios.

— Essa posição é boa para mim, mas pode doer mais para você. Então se quiser mudar você avisa está bem? — o médico pediu.

— Está bom.

— Lembra da respiração de cachorrinho? Vou precisar que você faça ela quando vir uma contração, e toda vez que eu pedir força, você faça bastante força, como se estivesse empurrando. Certo?

Ela apenas assentiu, procurou minha mão e eu segurei firme a sua. Quando a primeira contração veio, ela praticamente começou a chorar enquanto fazia força.

— Eu posso te dar uma anestesia, mas se eu te der você não vai sentir quando tem que fazer força, vai demorar um pouquinho mais e você vai precisar continuar fazendo força, e vai mais complicado.

— Não, não. Vamos continua...

Uma enfermeira abriu por completo o avental que ela usava. Eu a encarei como se pedisse permissão para olhar, ela assentiu me entendendo de cara. Mais uma contração e ela fez força, sua mão que estava na minha tremia, as esfreguei com a minha mão.

— Quer trocar de posição? — perguntei.

— Quero.

— Sentada doí um pouco menos. De joelhos e de cócoras é mais fácil. — a enfermeira explicou.

— Papai sente-se na maca aqui. — o médico apontou para o final da maca de frente para ele e eu obedeci.

As enfermeiras posicionaram Gabriela entre minhas pernas, e deixaram um banquinho para ela apoiar as pernas abertas. Entrelaçamos nossas mãos, comecei a respirar junto com ela, tentando ajudar.

Quando a primeira contração veio também iniciei a respiração cachorrinho.

— Força, Gabi! — sussurrei no ouvido dela.

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