Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 6

Evelyn

Acordei sentindo meu corpo relaxado como não sentia há dias. Quando abri os olhos, percebi que ainda estava deitada sobre Alexander, seus braços firmes ao meu redor, como se quisesse me impedir de fugir. Levantei a cabeça para olhar seu rosto e o encontrei sereno, em paz.

Ele era um brutamontes. Mandão, arrogante e presunçoso. Mas precisava admitir: depois de Brandon, estar nos braços dele me trouxe a tranquilidade que eu precisava para finalmente dormir.

Senti seu corpo se remexer sob o meu. Por um instante, quis fingir que ainda dormia, prolongando aquela sensação de segurança por mais alguns minutos. Mas então, a realidade da noite passada me atingiu como um choque. O que eu estava fazendo? Como pude dormir nos braços de outro homem logo após enterrar o amor da minha vida?

Eu amava Brandon. Iria me casar com ele. O que as pessoas pensariam se soubessem que passei a noite na cama de Alexander?

Minha respiração acelerou. Eu precisava sair dali. Precisava me afastar dele.

Droga, eu precisava sair daquela cama!

Me desvencilhei dos braços dele e saí bruscamente, o que o despertou no processo.

— Que porra...

Ele resmungou, alarmado, levando a mão para debaixo do travesseiro.

Eu sabia exatamente o que ele estava prestes a pegar. Suspirei e tentei acalmá-lo.

— Sou só eu!

Declarei firme.

Aquela atitude me lembrou Brandon. Ele tinha o mesmo costume: um sono leve, acordava ao menor ruído e, quando assustado ou acuado, imediatamente recorria à arma que mantinha sob o travesseiro.

Os olhos de Alexander encontraram os meus, e percebi que ele já havia se situado. Ele passou a mão pelos cabelos, e meu olhar seguiu o movimento, quase hipnotizado.

Alexander podia ser tudo: arrogante, mandão, insuportável na maior parte do tempo. O completo oposto do homem que eu desejaria. Mas nenhuma mulher, em sã consciência, diria que ele não era bonito.

E ali, com o cabelo bagunçado, a cara de sono e aquela muralha de abdômen exposta...

Ele era uma visão dos céus.

— Por que está de pé?

Sua pergunta veio em uma voz rouca, arranhada de sono, mas ainda carregava aquele tom autoritário de sempre.

— Já passa das dez.

Apontei para o relógio.

Ele virou rapidamente para checar, como se o objeto fosse uma bomba prestes a explodir.

— Merda!

Xingou e se levantou num impulso.

Fiquei ali, parada, apenas observando seus movimentos. Ele caminhou até o closet, pegou algumas roupas e as jogou sobre a cama antes de entrar no banheiro, sem sequer fechar a porta.

O barulho do chuveiro preencheu o ambiente. Alguns minutos se passaram e então ele saiu, com uma toalha frouxamente amarrada na cintura.

Quando percebi o que ele estava prestes a fazer, gritei:

— O que pensa que está fazendo?!

Minha voz saiu meio engasgada.

Ele me ignorou e continuou. Num reflexo, virei de costas.

Já não bastava ter dormido na cama dele, agora vê-lo nu? Isso já era demais.

— Não sei qual o seu problema com coisas óbvias. Estou tentando descobrir se é mania ou estupidez.

As palavras dele me atingiram como um tapa. Irritada, virei sem pensar.

Graças a Deus, ele já vestia as calças.

— Escuta aqui, Alexander, meu problema não são as coisas óbvias, e sim sua falta de pudor!

Ele sequer me olhou. Continuou se vestindo como se eu nem estivesse ali.

— Será que consegue parar por um minuto e me dar atenção?

Cruzei os braços, encarando-o.

— Não tenho tempo para isso.

Ele voltou ao closet.

Deus do céu, como esse homem conseguia ser irritante!

— Precisamos conversar.

Segui até ele. Ele estava olhando para as gravatas como se escolher uma fosse a decisão mais difícil do mundo.

— Alexander!

Chamei sua atenção.

E Nada.

Ele pegou uma gravata e ficou sofrendo para dar o nó.

— Por acaso você sabe o que está fazendo?

Perguntei com sarcasmo, arqueando uma sobrancelha.

Por instinto, segurei a gravata e, com movimentos rápidos, fiz o nó perfeito.

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