Capítulo 377 – O Jogo do Diabo
Alexander
Assim que entramos na rua dos Anderson minha mente brincou comigo, eu vi nós cinco ainda pequenos, tínhamos acabado de nos conhecer e nossas mães estavam combinando um almoço de domingo. Nenhum de nós tinha a família perfeita, hoje vejo que nem mesmo o Brady. Mas nossas mães eram boas em fingir, em mostrar para os outros ao redor que estava "tudo bem".
Nossos dramas nos uniram, e nossa vontade de ser feliz foi o que nos manteve unidos até hoje.
E eu sei, que vai ser assim para sempre.
Chegamos à casa dos Anderson, e a lembrança da última vez em que estive aqui me atingiu. Meu irmão chorava a morte da mãe, uma mulher maravilhosa que foi morta a mando do próprio marido. Olhar para esse lugar me dava vontade de pôr tudo abaixo.
E quando olhei para o lado, vi a dor nos olhos do meu imão. E tudo que eu mais queria era poder tirar isso dele. Meus irmãos, todos eles, são minha vida e eu sou capaz de tudo por eles.
Até mesmo morrer.
Entramos juntos, eu na frente com Enzo, Jack logo atrás, Brady, Tom, Ben e Peppe fechando a formação. O silêncio era pesado, e apenas o som de nossos passos ecoava pelo piso de madeira da varanda.
Ele queria o Enzo, e o trouxemos, mas eu nunca disse que ia deixá-lo.
A porta se abriu, e assim que entramos, lá estava ele.
Frederick Anderson. O homem que se escondia atrás do nome Lorenzo Mancini. Sentado como se fosse dono do mundo, com um sorriso de escárnio no rosto. Olhando bem para ele agora que sei quem ele é, eu podia ver o senhor Anderson, o mesmo sorriso, o brilho nos olhos. Robert Anderson o homem que um dia chamei de herói e desejei que fosse meu pai.
Que ironia do destino.
Ao lado dele, o traidor: Tommaseo, o cretino que nos enganou direitinho. E, acorrentado a uma cadeira, Giovanni Mancini, ensanguentado, mas vivo.
— Que maravilha, essa é a visão do paraíso para um homem como eu. — Frederick disse, abrindo os braços como se estivéssemos ali para jantar. — Estava ansioso por esse momento. Meus netos finalmente juntos…
Meu maxilar travou.
— Chega a ser ridículo ouvir isso. — rosnei.
Mas ele não olhou para mim. Seus olhos foram direto para o Brady.
— Finalmente posso ver meu garoto, estar perto dele.
Notei o desconforto do meu irmão, mas ele não respondeu.
— Ah, o meu preferido… — disse com calma. — Tão parecido comigo. Inteligente, frio… e capaz de fazer o que for preciso para vencer. Até forjar a própria morte.
— Cala a boca. — Dessa vez Brady respondeu, mas a voz já denunciava que ele estava sendo atingido.
Frederick sorriu mais.
— Lembro de ouvir histórias suas. Um bordel em meio à guerra, quem pensaria nisso… você ainda era tão jovem. Explorar aquelas meninas trouxe tanto lucro, não foi? Brilhante. — ele riu. — Armas? Você sabia negociar melhor do que muito veterano. Sequestrar, torturar, manipular… ah, Brady, você é meu sangue. — Frederick dizia com orgulho, como se todos aqueles feitos do Brandon fossem uma honra.
Brady começou a tremer. O olhar perdido, as mãos fechadas em punhos.
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