P.O.V Kelly.
Eu me olhava no espelho e olhava o meu corpo apenas coberto por uma lingerie azul escura.
- Aqui, veste isso. - Minha irmã joga um vestido curto com lantejoulas pratas.
- Obrigado. - Digo vestido a peça rapidamente.
- Foi o mais fechado que eu achei. - Ela diz se sentando na cama.
- Esta tudo bem Cristina. - Sorrio para ela.
- Não, não esta você não devia esta aqui. - Ela diz passando a mão na testa.
- Essa é a nossa vida, esta tudo bem. - repito.
- Essa a vida da mamãe, a minha vida, não a sua. - Ela diz com voz embargada.
A abraço tentando consola-la. Cristina é a minha irmã mais velha, somos só nós duas no mundo e agora estávamos numa situação difícil.
A alguns anos ela foi obrigada a se torna prostituta e agora eu também estou tendo o mesmo destino, neste momento estou me preparando para minha primeira noite nessa boate odiosa.
Já chorei por uma semana inteira, já gritei, já me desesperei e no final a única alternativa que tive foi aceita que essa era minha vida agora.
- Ei garotas vamos la, esta na hora. - Do outro lado da porta Roberto o chefe da casa nos informou.
Aliás chefe não é a nomenclatura certa, cafetão é o mais apropriado.
- Vamos lá, tudo vai da certo... Não se esqueça seu nome aqui é Lorena. - Cristina diz se levantando.
- Ta, Lorena. - Confirmo e saímos do quarto.
Aqui não podemos usar o nome real então para os velhos imundos... Quer dizer para os clientes temos que da um nome falso ou nome de guerra como eles dizem. O meu é Lorena.
Descemos as escadas e me assustei um pouco com a música alta e demorou um pouco para eu me acostumar com as luzes piscando e o mar de gente que tinha ali. Meninas praticamente nuas andando de lado para outro chamando a atenção dos velhos imun... Clientes.
Cristina e eu fomos até o bar e nos sentamos uma de frente para a outra.
- Lembre-se do que eu disse, sorria e seja gentil. Antes de subir para o quarto, faça ele comprar um bebida cara para você. - Minha irmã me instrui.
- Entendi. - Assinto.
- Ei Camila. - Roberto chama minha irmã por seu nome de guerra.
- Oi. - Ela se vira.
- Não pode ficar protegendo ela a noite toda, a garota tem que aprender. - Ele diz apontando para mim.
- Pega leve Roberto é a primeira noite dela. - Ela me defende.
- Não, você também tem que trabalhar. Vai pro pole. - Ele aponta para o pequeno palco onde as meninas faziam pole dance.
- Roberto...
- Agora Camila, não vou fala de novo. - Ele diz sério e saí.
Ela suspira e se volta para mim.
- Eu vou ficar de olho em você, por favor não se meta em confusão. - Ela diz me dando um beijo na testa saindo.
Vê ela nessa situação me mata por dentro, Cristina é a pessoa mais séria que conheço com senso de moralidade enorme, eu sei que fazer isso é humilhante pra ela.
Fiquei um tempo no bar até que um homem grisalho se aproxima, ele devia ter uns 50 ou 60 anos tinha idade pra ser o meu avô. Ele sorri e senta ao meu lado colocando a mão na minha perna. Fecho os olhos e respiro fundo me lembrando do que Cristina disse.
"Sorria e seja gentil. Antes de subir para o quarto, faça ele comprar um bebida cara para você."
- Oi gatinha. - Ele sorrir.
- Oi. - Forço o sorriso.
- Você é muito linda, qual seu nome? - Ele pergunta enquanto alisa minha perna.
- Lorena e o seu? - Pergunto tentando manter meus olhos nele.
- O meu é Mário... Não quer ter essa conversa num lugar mais reservado? - Ele faz mensão em se levanta.
- Espera ai, eu to com muita sede. Me paga uma bebida? - Peço tentando segurando o choro.
Seja forte Kelly, seja forte...
- Claro... Mas eu posso... - Ele diz metendo a mão no meu peito o apertando.
Não aguentei e tirei sua mão com violência, ele fez uma cara de ofendido quando ia abrir a boca pra protesta Roberto chega ao nosso lado.
- Vem Lorena. - Ele puxa meu braço.
Roberto sai me arrastando pela boate até o lado de fora, que pelo o que eu constatei era a parte de trás da boate. Do nosso lado tinha uma van preta estacionada.
- Escuta Roberto eu não fiz por querer mais ele colocou a mão em mim e eu não me controlei. - Tento explicar.
Cristina me avisou que Roberto pode ter cara de bonzinho mas que ele pode ser bem cruel.
- Eu não me importo com o que você fez com o velho safado. - Ele responde e eu franzo o cenho.
- Então por que me trouxe pra cá? - Pergunto assustada.
- Você deu sorte, alguém muito importante se interessou por você. - Ele diz.
- Quem... - Não termino de fala pois sinto um picada no meu braço e eu logo não tenho controle do meu corpo.
Sinto minha vista escurecer mas não caiu no chão pois sinto mãos me amparando até cair na inconsciência.
...
Abro meus olhos com dificuldade piscando algumas vezes para normaliza minha visão que estava embaçada. Tento me mexer mas percebo que meus braços estão amarrados só então me olho e vejo que estou sentada numa cadeira com os pulsos amarrados.
Olho em volta percebendo que estou num galpão vazio. Começo a me debater tentando me soltar mas é inútil, as cordas estão muito bem presas machucando meu pulso.
- Se eu fosse você não me mexia tanto, pode machucar. - Ouço uma voz rouca e grossa e paro instantaneamente.
Um homem sai de trás de mim ficando na minha frente. O olho de cima a baixo me encolhendo, ele é muito grande e sua presença é intimidante.
- Quem é você? - Pergunto baixo.
- Meu nome é Gregory Petrov. - Ele diz e eu não reconheço o nome.
- Eu não te conheço, o que quer comigo? - Pergunto assustada
Ele arrasta uma cadeira e para na minha frente se sentando, apesar da pouca luz tenho uma boa visão de seu rosto.
Ele era branco e seu olhos eram negros como a noite, sua barba lhe dava um ar de mistério. Ele usava uma blusa social branca que estava com as mangas dobradas até os cotovelos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: MINHA
Muito bom. Parabéns...