Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 82

Já se passavam das quatro da tarde e Noah ainda não havia chegado em casa. Todos estavam tão preocupados, que até os preparativos do aniversário de Eloá ficaram a cargo dos funcionários da casa.

Noah ignorava as ligações.

Elisa andava de um lado para o outro, angustiada, sem saber onde encontrá-lo. Sem pensar duas vezes, pegou o carro do pai escondido e dirigiu pela estrada da vila, ligando para Noah insistentemente, até ele atender.

— Noah, onde você esta? Está todo mundo preocupado com você.

— Digam para não se preocupar, eu vou voltar para casa quando me sentir melhor.

— Eu não vou dizer nada a ninguém, para te falar a verdade, nesse momento estou ao volante. Acabei de pegar o carro do papai escondido e se não me disser exatamente onde posso te encontrar, eu pegarei a estrada para a capital e tentarei te achar.

— Elisa, você está louca? — Perguntou preocupado. — Você nem sabe dirigir direito. Para essa carro agora e liga para seu pai ir te buscar.

— Eu não vou voltar para casa, enquanto não encontrar você! — Disse decidida.

— Como vou voltar para casa depois de tudo que fiz? Como olharei na cara dos meus pais?

Então ela entendeu o que estava se passando.

— Noah, me fala onde você está por favor.

Ele ficou quieto por alguns segundos, até responder.

— Estou naquela colina onde encontramos aquele homem estranho daquela vez.

— Não sai daí, eu já estou chegando.

Por mais que não estivesse acostumada a dirigir, Elisa fez de tudo para chegar o mais rápido possível onde Noah estava. Quando chegou no local, o encontrou sentado no chão, olhando para o horizonte.

— Que bom que cheguei à tempo. — Ela disse se sentando ao lado dele.

— À tempo de quê? — Perguntou confuso.

— Sério mesmo que você se esqueceu, que me deve um pôr do sol. — Sorriu.

Mas ele ficou sem graça, até disso havia se esquecido.

— Sinto muito Elisa, sinto muito mesmo. — Começou a chorar. — Eu me sinto um idiota, não consigo nem olhar em seus olhos.

— Não se sinta assim. — O abraçou. — Você não tem culpa pelas atitudes de outra pessoa.

— Fui eu que fui atrás dela, eu que a trouxe e a coloquei dentro de casa, como fui tão burro assim? — Dizia entre o choro.

— Noah, você não tem culpa. Ninguém te culpa por isso, coloca isso em sua cabeça. Seus pais estão em casa nesse momento, preocupados com você, eles te amam e jamais te julgarão por isso.

— Fiz minha mãe sofrer novamente… Coloquei aquela mulher dentro de casa e nem me importei com o que ela estava sentindo. E o meu pai, imagina o que ele deve estar pensando agora.

— A única coisa que eles estão pensando agora é onde você deve estar no momento, Noah, seus pais, seus irmãos, todos amam você e querem que volte para casa. — O consolava.

— Tem razão. Preciso consertar toda essa bagunça que fiz.

Tentou se levantar, mas foi impedido por Elisa.

— Vou enviar uma mensagem acalmando a todos e dizendo que você está bem, não precisamos ir agora, fica aqui comigo. — Pediu docemente.

Então eles ficaram ali sentados, até o pôr do sol, e quando tudo já estava ficando escuro, Noah falou.

— Elisa, eu nunca tive a intenção de magoar você, me perdoa, por ser um idiota nesses últimos dias, prometo que isso nunca mais irá se repetir.

— É bom que não se repita mesmo. — Deu um leve tapinha em seu ombro. — Eu não aguentaria ficar tanto tempo longe de você novamente.

— Você ainda gosta de mim, depois de tudo isso? — Perguntou com medo da resposta.

— Eu nunca deixei de gostar de você um segundo sequer.

Sem esperar mais nada, Elisa tomou a atitude e fez o que queria fazer há muito tempo. Colou seus lábios nos de Noah, o beijando com o maior desespero, como se já tivesse perdido tempo demais até chegar ali.

Noah ficou sem reação no momento, aquele beijo foi melhor do que esperava. Seu coração batia descompassado, como se fosse sair pela boca, então abraçou Elisa com muita força, fazendo com que ela perdesse o ar.

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