Nas Mãos do Dono do Morro romance Capítulo 5

Felipe

Por sorte não há com o que eu me preocupar, os muluque jamais vai deixar ela escapar. Assim que cheguei perto do portão já vi que eles estavam com ela, ela a todo tempo se debatendo e gritando parecendo um porto no abatedouro.

O Marquinho deve ter feito alguma merda com essa mina. Caraio, que merda.

- PIRANHA! - ouvi a voz do Marquinho vindo lá de dentro, - VOCÊ VAI VER SÓ, VOCÊ VAI ME PAGAR, SUA VADIA DO CARALHO!

Ah não, mano, ele falando desse jeito, a mina está sem calça, só de calcinha e a parte de cima, está machucada e assustada... Não pode ser o que eu estou pensando... Certamente ela fez alguma coisa pra se dar bem e não deu muito certo pra ela, quero que seja qualquer coisa, menos o que eu estou pensando que é... Odeio quando quebram a minha confiança. Odeio quem faz maldade pra mulher. Principalmente se for abuso sexual.

Antes de caminhar até a mina, que está já uns dez metros de mim, resolvo aguardar o Marquinho, e quando ele apareceu furioso com o seu rosto todo vermelho eu vi que o assunto entre eles é sério.

- Fica suce aí, parça, relaxa aí, na moral, é difícil lidar com uma mina, né? - falei indo de encontro à ele, quando ele já estava do meu lado eu dei alguns tapinhas em suas costas.

- Chefe, essa mina é louca, temos que mandar pro saco preto logo - disse fulminado de bravo com a mina.

Por mais que eu quisesse acreditar no que eu realmente queria acreditar, no fundo eu tinha as minhas dúvidas e isso não me permitia relaxar.

- Porque caraio que a mina tá sem a calça? Quando eu a deixei nas suas mãos eu me lembro que ela estava de calça, o que aconteceu? Por que que ela está machucada e tão assustada? - coloquei a mão em seu ombro e a precionei com toda a minha força, cheguei a contrair a minha boca pra controlar a minha vontade de socar alguém.

- Ah, chefe, ela tava querendo me da, mas daí na hora ela fez gracinha e ce tá ligado que nessas horas, - explicou-se com a voz tremendo, - nessas horas a gente fica nervoso.

Dei um soco na cara dele que o derrubou no chão, ele saca a arma dele e aponta pra mim.

- Não tô acreditando nisso, - falei decepcionado pra ele que agora já está em pé, me apontando a arma.

- Deixa eu vaza daqui, - disse olhando para os lados, visivelmente já assustado com os mano apontando a arma pra ele também, - ABRAM O PORTÃO PRA MIM RALA PEITO!

Eu levantei a mão, apontando o dedo fazendo sinal para que eles não atirem.

- DEIXEM ELE IR, ELE SÓ ESTÁ NERVOSO - gritei encarando-o com a cara fechada.

- Vou vazar, não vão fazer bobeira, - Marquinho disse caminhando lentamente em direção ao portão, sempre com a arma apontada.

- Abaixe essa arma seu vacilão, se eu quisesse te matar ce não tava respirando mais, só se manca daqui porque hoje não é o teu dia de morrer, mas não abusa da sorte não, ou as pipocas vão estourar pro teu lado agora mesmo, seu verme traidor.

Marquinho me olhou com cara de choro por alguns segundos, mas depois ele abaixou a arma.

- Ô chefe, ce sabe que eu sou mó firmeza, sempre corri contigo nas quebradas, nossos corre são limpo, mano, não deixa essa mina ladra e surtada atrapalhar a família.

- Se manca daqui, agora eu tô de cabeça quente e não quero ser injusto com você, por enquanto vaza, anda, não quero ver tua cara aqui tão cedo, vaza!

- Valeu, chefe, da uma moral aí, - correu em direção ao portão e dei sinal pro Júlio deixar ele ir.

Quando o Marquinho saiu da minha visão eu me lembro do motivo de ele tá indo embora: a mina.

Olhei para a direção em que ela tá e a vejo encolhida tentando se esconder, com as mãos tampando a calcinha e as pernas.

- EI, MINA! - chamei, ela olhou pra mim, - VEM AQUI! - pedi retirando um cigarro do meu bolso e acendendo-o.

Não ouvi nenhuma resposta, olhei pra ela de novo ela estava do mesmo jeito.

- Ela tá muito assustada, chefe, chegou a dar um soco na minha cara e chutou as bolas do nenão - o sapo falou passando a mão na cara.

Dei um tapa no cigarro, joguei-o no chão e o apaguei com o pé.

Respirei fundo e caminhei até a mina que se encolhia cada vez mais conforme eu me aproximava.

Que caraio. Porra. Não acredito nessa porra.

- Eu não te trouxe aqui pra isso, ta ligada? O Marquinho já foi embora como você viu, aquele vacilão, agora a única coisa que eu vou fazer com você é o que você precisa fazer depois de tentar me roubar, mas antes vem pra dentro que você tem que se vestir - estendi-lhe a mão, ela cuspiu em mim.

Comecei a rir, não de deboche, mas sim pela ousadia dela. Ou essa mina é louca, ou ela é uma das mais corajosas que eu já vi em toda a minha vida...

Infelizmente eu não tenho o dia todo, por isso eu a levantei a força e a coloquei nas minhas costas, não importa o quanto ela se debatia, o máximo que ela conseguia fazer era fazer cócegas nos meus ombros.

Levei-a para dentro até o meu quarto e a coloquei na minha cama.

- Antes de tudo pode tirar da sua cabeça se acha que eu quero algum favor sexual seu, fala o que aconteceu, o que o Marquinho fez pra você? - perguntei enquanto peguei uma lata de refrigerante no frigobar ao lado da minha cama, - ele estrupou você? Ele a violentou? - ofereci o refrigerante pra ela que está sentada na minha cama.

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