O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 147

POV GAIA.

O trajeto para o trabalho foi tranquilo e silencioso. Caspian dirigia concentrado na estrada, os olhos fixos no caminho, mas eu podia sentir o peso do seu olhar me buscando às vezes. Não demorou para chegarmos à loja de ervas. Assim que parou o automóvel, ele saiu rápido e deu a volta para abrir a porta para mim. Agradeci com um leve aceno, meu coração ainda resistindo àquela gentileza que ele insistia em oferecer. Caminhamos juntos até a porta da loja, que já estava aberta. Belle, havia chegado mais cedo.

Ao entrarmos, encontramos Belle atrás do balcão, arrumando algumas coisas com sua eficiência de sempre. Ela levantou a cabeça e abriu um sorriso caloroso ao me ver, mas o sorriso sumiu quando notou Caspian atrás de mim. Seus olhos se estreitaram, e ela veio ao meu encontro, me puxando para um abraço apertado. Depois, olhou para Caspian com estranheza e se afastou de mim, dizendo:

— Amiga, vem aqui comigo rapidinho — falou, puxando-me pela mão até a área da cozinha.

Assim que estávamos lá, longe dos ouvidos curiosos — ou quase —, Belle já foi direto ao ponto, sua voz carregada de incredulidade:

— O que você está fazendo com esse cachorro vira-lata a tiracolo? — Perguntou. Eu ri do jeito que ela falou, a provocação tão típica dela. Mas não resisti e alertei, tentando segurar o riso:

— Você sabe que ele está ouvindo tudo o que dissemos. Esqueceu que lobos tem uma ótima audição. — Comentei sorrindo de lado. Belle arregalou os olhos, parecendo ter se lembrado desse detalhe, mas logo se recompôs, endireitando os ombros com aquela coragem que eu tanto admirava.

— Que ouça! Não tenho medo de lobo — disse, com desdém, jogando o cabelo para trás. Eu sorri, balançando a cabeça.

— Está bem, amiga. Mas, respondendo à sua pergunta, Caspian apareceu ontem, depois que você foi embora. Ele cozinhou para mim e está ficando numa casa no condomínio. Disse que não vai embora até que eu vá com ele para a alcateia. Então apareceu hoje cedo para o café e me trouxe até aqui. — Respondi tranquilamente. Belle ficou boquiaberta, as mãos na cintura.

— E você diz isso com essa calma? Por que não me ligou para contar? — perguntou, se fazendo de chateada, mas seus olhos brilhavam de curiosidade para saber das novidades.

— Estou te contando agora — respondi, piscando para ela antes de voltar para a loja, com Belle me seguindo como uma sombra ansiosa. Caspian ainda estava lá, esperando, examinando algumas ervas no balcão com uma curiosidade fingida, eu sabia que estava nos escutando. Eu me aproximei e disse, tentando manter o tom firme:

— Você já me trouxe, agora pode ir. Obrigada pela carona. — Agradeci, o dispensando. Caspian me olhou, um brilho travesso nos olhos, e se aproximou, ignorando minha tentativa de dispensá-lo.

— Está me expulsando, amor? — perguntou, e antes que eu pudesse responder, ele me abraçou, seu corpo quente contra o meu, e me beijou com uma intensidade que fez meu coração disparar. Por um momento, correspondi, incapaz de resistir àquele calor que ainda mexia comigo. Quando ele se afastou, sorrindo, disse:

— Vou indo, mas venho te buscar mais tarde. Me espera, por favor. — Pediu carinhoso, me deixando encantada com seu cuidados. E sorriu lindamente. Aquele sorriso lindo dele arrancou um suspiro de mim, mesmo contra minha vontade. Mantive o tom sério enquanto respondia:

— Fecho às dezoito horas. Não se atrase, ou pego um táxi. — Falei.

— Combinado, estarei aqui no horário — respondeu ele, ainda sorrindo, antes de sair da loja com um último olhar que me deixou atordoada. Quando me virei, dei de cara com Belle, de boca aberta, completamente chocada. Assim que se recuperou, ela disparou: