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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 146

POV CASPIAN.

Aquela tarde com Gaia foi como um sonho que eu não queria que acabasse. Depois que almoçamos, ficamos ali na cozinha, rindo das minhas tentativas de impressioná-la com mais comida, e ela cedendo lentamente, com aquele sorriso teimoso que me derretia por dentro. Conversamos sobre tudo e, às vezes, ficávamos somente em silêncio, nos observando — falamos sobre a alcateia, os filhotes que viriam e até sobre as ervas que ela tanto amava. Eu a via relaxar, os ombros baixando e seu corpo se aproximando do meu sem que ela percebesse. Meu coração batia forte só de sentir seu cheiro misturado ao da comida, e Odin uivava na minha mente, ansioso por mais proximidade.

— Ela está nos aceitando, Caspian. Veja como ela olha para nós agora. Não como um inimigo, mas como… companheiro — Odin comentou, sua voz ecoando com empolgação.

— Sim, mas não posso forçar. Ela ainda carrega mágoas, e eu sou o culpado por isso. Preciso conquistar cada pedacinho dela — respondi mentalmente, enquanto servia mais uma porção para ela, só para ver seus olhos brilharem.

A noite chegou e nem havíamos notado, comecei a preparar o jantar — um assado suculento com ervas que eu sabia que ela adorava — que nos manteve à mesa por horas. Rimos de histórias antigas, da nossa época de filhotes e, por um momento, esqueci o abismo que eu mesmo criei entre nós. Ela se inclinava para a frente, os olhos fixos nos meus, e eu sentia nosso vínculo pulsar, quente e vivo. Mas, quando o relógio da cozinha marcou vinte e duas horas, ela se endireitou, com aquela determinação feroz.

— Hora de ir, Caspian. Não vai ficar aqui a noite toda — disse ela, cruzando seus braços, mas com um brilho nos olhos que me dava esperança. Tentei argumentar, Odin implorando na minha cabeça para que eu insistisse.

— Diga a ela que precisamos protegê-la, que os filhotes precisam de nós por perto! — Odin insistiu, agitado.

— Calma, Odin. Se eu pressionar agora, ela se fecha de novo. Vamos devagar — repliquei.

— Diga para Odin que não adianta pedir, vocês não vão dormir na minha casa — falou Gaia, nos pegando de surpresa.

— Você ouviu meus pensamentos? — perguntei.

— Não é culpa minha que vocês dois não bloqueiam os pensamentos. E fica essa falação sem fim — disse, debochada.

— Já que está me ouvindo, lobinha, nos deixe ficar — falou Odin.

— Nem pensar. Os dois para fora da minha casa — disse ela e abriu a porta. Suspirei derrotado.

— Já está tarde, e não vou insistir, pois não quero te irritar — respondi, enquanto a beijava na testa e depois beijei seus lábios, me afastando em seguida, relutante. A deixando em pé na porta, me observando ir embora.

Ir para casa sem ela foi um tormento. A mansão parecia vazia, fria, como se o ar tivesse sido sugado. Deitei-me na cama enorme, o lado que ela deveria estar estava intocado, e o vazio me acertou como um soco. Rolei de um lado para o outro, o cheiro dela presente na minha mente, mas não o suficiente para preencher o buraco que sentia no peito.

— Como aguentamos isso antes, Odin? Sem ela aqui, é como se metade de mim estivesse faltando — murmurei mentalmente, olhando para o teto escuro.

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