POV CASPIAN.
O jantar foi tranquilo. Gaia e meus pais conversavam, e eu podia sentir que ela estava incomodada com a maneira como meus pais a estavam tratando. Eles estavam muito felizes com a chance de sermos companheiros de novo e não escondiam sua felicidade e empolgação. Gaia era gentil com eles, e a conversa seguia animada. Ela se mostrava ser uma loba prestativa, gentil e amorosa.
Agora, comigo… quando eu falava qualquer coisa, ela me lançava um olhar mortal e nem se dava ao trabalho de responder. Isso me irritava profundamente. Estou arrependido do mal que a fiz, e a quero de volta. Mas… não serei desrespeitado. Nunca. E também não virarei um alfa submisso.
— Tenha paciência com ela. Não será fácil reconquistá-la. Nós a machucamos muito. É normal ter raiva — disse Odin de repente, em minha mente.
— Entendo… mas é difícil receber todo o seu ódio. Ela é tão gentil com meus pais… Eu queria que esse sorriso fosse direcionado a mim — falei mentalmente, com um peso no peito.
— Logo ela irá ser amorosa conosco. Só a dê tempo e espaço — falou com firmeza.
— Essa pode ser uma boa escolha — comentei, resignado. Meus pais começaram a perguntar sobre a doença.
— Caspian, nos contou que você pode ajudar a retardar os sintomas e tratá-los. Isso vai ser de grande ajuda. — Comentou meu pai.
— Eu sempre soube que, se havia alguém que poderia ajudar, era você querida. — falou minha mãe olhando para Gaia.
— Por onde pretende começar? — Perguntou meu pai.
— Preciso ter acesso aos pacientes. Assim saberei os sintomas que cada um está tendo. Quero ver também os relatórios dos lobos falecidos, para saber a evolução. Com isso, posso criar um remédio, ou poção para o tratamento. — Explicou.
— Isso, não vai levar tempo? Não temos esse luxo, a doença está espalhando rápido. — Falou minha mãe.
— Eu estou ciente disso. Mas preciso fazer essa parte, é muito importante. Agora sugiro que isole, totalmente, essa alcateia. — Falou séria.
— Eu já dei essa ordem. — Falei entrando na conversa. Gaia me olhou séria.
— Você somente isolou sua alcateia do mundo lá fora. Agora precisa, evitar que seus lobos fiquem transitando pela alcateia. — Falou.
— Você quer que eu mande meus lobos, ficarem trancado em casa? — Perguntei.
— Sim. É preciso, para parar um pouco o contágio. Ou os casos vão aumentar. Assim que tiver um tratamento, poderemos flexibilizar. — Falou firme.
— Gaia está certa, meu filho. Precisamos fazer de tudo para evitar que os contágios aumentem. — Disse meu pai concordando. Respirei fundo, pois sabia que essa solução não agradaria a todos. Mas era preciso.
— Vou ordenar que só os lobos essenciais, transite pela alcateia livremente. — Comentei. Gaia concordo com um aceno.
O jantar já havia terminado. Meus pais inventaram uma desculpa esfarrapada para nos deixar a sós e saíram. Gaia percebeu a intenção deles e suspirou, visivelmente descontente. Ainda estávamos na sala de jantar quando ela falou:
— Eu preciso conversar com você — disse, fria. Olhei surpreso. Ela estava falando comigo.
— Claro. Pode dizer — falei, tentando esconder o nervosismo. Eu estava contente por estarmos trocando palavras.
— Prefiro que seja lá fora, no jardim — falou. Estranhei. Por que lá fora?
— Como é? — perguntei, impaciente.
— Já disse que não quero conversa com você. Ou deixa seu lobo falar comigo, ou me retiro — disse, impaciente, a energia dela pulsando no ar. Odin rosnou, nervoso, e sua impaciência se misturou à minha.
— Me dê o controle, Caspian. Não posso perder essa oportunidade — falou agitado, quase implorando.
— Pode pegar. Mas essa loba… é mais irritante que a Gaia — falei mentalmente, cedendo o controle e me tornando somente um telespectador. Meu corpo se movimentou, agora com Odin no comando.
— Olá, Minerva. É tão bom te conhecer e falar com você — disse Odin, com a voz tomada de emoção.
— É mesmo? E por que me rejeitou, então? — perguntou ela, fria como gelo. A pergunta cortou como uma lâmina. Odin hesitou por um segundo, mas respondeu com honestidade.
— Eu não concordei com essa escolha de Caspian. E durante sete anos, não nos entendemos. Não tivemos mais a cumplicidade de antes. Eu nunca o perdoei por rejeitar minha companheira — disse Odin, sua voz pesada de mágoa. Minerva o observou com desconfiança, os olhos estreitos.
— É bom saber que não participou dessa decisão, assim como pensei. Eu sempre soube que essa escolha foi daquele alfa miserável — falou com raiva, cuspindo cada palavra como veneno. Rosnei mentalmente com seu desprezo. Mas não respondi. Eu merecia sua raiva.
— Ele é um miserável mesmo. Mas me diga: o que gostaria de conversar comigo? — perguntou Odin, tentando manter a calma e concordando com ela.
— Eu sei que já percebeu que o vínculo de companheirismo não foi totalmente desfeito — comentou, séria.
— Sim. E me pergunto por que vocês não nos rejeitaram — falou Odin, agora mais sério, atento. Minerva foi até o banco de pedra e se sentou com a postura rígida.

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