O Amor de Um CEO romance Capítulo 55

Parte 3...

A amiga dele me olhou de um jeito diferente, mas não ruim. Eu até senti uma empatia por ela, que tinha a energia boa. Não sei se foi algo que ele comentou com ela ou se era por ela ser uma pessoa boa mesmo.

Independente disso eu também me senti até um pouco relaxada perto dela, mesmo sabendo que tinha gente curiosa de olho no que nós estávamos conversando.

Ainda bem que o Matteo é muito bom com as palavras porque eu fiquei um tanto sem jeito de falar pra ela que eu não entendo muito dessas coisas de maquiagem e roupas da moda.

Eu já ia falar sobre a questão de mudar o cabelo e também pedir umas dicas sobre como me vestir e fiquei surpresa que ela logo pegou minha mão e me puxou para uma parte reservada do salão, que ficava mais isolado dos outros clientes, mas dava para ouvir o burburinho ainda de muitas vozes.

Eu me senti em outro lugar. Laís parecia bem animada ao me falar sobre o que faria comigo. Notei um sorriso em Matteo mas ele apenas encontrou um lugar para sentar e ficou observando enquanto Laís falava sem parar.

Eu até que estava gostando, mas ainda fiquei um pouco travada porque era um ambiente muito diferente do que eu estou acostumada.

_ Não se preocupe com nada, Ana - ele disse _Você vai ver como vai mudar tudo. Confie no bom gosto de Laís.

— Ainda bem que você sabe - Laís disse rindo — Não me formei em moda à toa - pegou em meu cabelo — Vamos começar pelo seu cabelo e depois teremos tempo para o resto.

— Obrigada!

Eu me sentei na cadeira alta e duas garotas se aproximaram, cada uma com uma maletinha na mão e sentaram uma de cada lado.

Pegaram minhas mãos e começaram a mexer em minhas unhas. Nossa, fiquei até surpresa. Nem me recordo de quando foi a última vez que entrei em um salão, por menor que fosse, para cuidar das unhas.

Há situações que, à primeira vista, parecem simples, mas escondem complexidades profundas.

Muitos são privados da capacidade de arcar com os cuidados básicos, como uma profissional para as unhas. Infelizmente, essa realidade passa despercebida por muitos, porque vivemos em um mundo onde a carência financeira é punida severamente, até mesmo nas instituições que deveriam fornecer apoio incondicional, como as igrejas.

Esses lugares frequentemente mostram uma fachada de solidariedade, mas por trás dela se escondem agendas egoístas. Os líderes religiosos desfrutam de riquezas, enquanto a maioria dos fiéis são pessoas de recursos modestos, lutando para sobreviver.

Lembro-me de uma vez, movida por esperança, entrei em uma igreja buscando conforto em meio à minha situação, mesmo com as coisas melhorando mais, com a ajuda que Acácia trouxera à minha vida.

Contudo, ao invés de encontrar a compaixão e o entendimento que esperava, deparei-me com uma farsa bem montada. Tanto os líderes quanto outros fiéis contribuíam para um ambiente de desrespeito aos menos afortunados, pressionando-os a doar mesmo sem meios para tanto. Eu mesma me vi arrastada para essa dinâmica, sofrendo com as piadas e menosprezos devido à minha falta de recursos.

O mundo revela sua face cruel, escondendo-a sob véus de ilusão, para que aqueles desatentos caiam em suas armadilhas. É um absurdo que muitas vezes passa despercebido, como um truque de mágica que nos cega para a verdadeira natureza das coisas. E o pior dissi tudo, é que a farsa do cuidado é tão bem montada, que muitos preferem não ver porque é menos dolorido.