Duas horas mais tarde.
Caminhei pelo grande jardim do chalé Petrelli. Tendas gigantes adornavam o jardim, protegendo os convidados do prefeito do sol escaldante do Texas. Mesas brancas estavam espalhadas, garçons servindo bebidas e canapés. Havia uma foto enorme do prefeito puxado a bandeira enorme da bandeira solitária do Texas ao lado dos Estados Unidos. Tudo parecia muito diferente da última vez em que estive ali. Segui andando vagarosamente à procura de Luck, tentando não chamar a atenção, o que não estava funcionando, já que estava tudo arrumado tão exageradamente, e eu apenas de regata preta, calça jeans e tênis Converse, como de costume.
— Não é permitida a criadagem sem estar devidamente uniformizada deste lado do evento. — Um senhor alto e magro me alertou, antes que eu continuesse minha procura na parte externa da casa.
— Err... eu não sou... estou com Antony... — menti, quando o amigo de Luck da festa anterior se aproxima, tomando uma taça de champanhe.
A segurança cerrou os olhos como se enxergasse minha mentira.
- Antony! — ele chamou, sem desviar os olhos dos meus, me assustando.
Ok, agora vou ser expulso. Terei sorte se ninguém perceber toda essa humilhação.
— Sim. — ele disse, aproxima-se do segurança.
— Essa moça disse que te conhece, que veio com você.
Ele me olhou por um momento e, em seguida, confirmou.
— Sim, ela está comigo. Por que não me segue? Vou te entregar os “Papéis” que vieram buscar
Segui-o apressadamente para uma área interna de funcionários. Ele se virou e me olhou.
— Eu não faço ideia porque a sua amiga insiste tanto para que você esteja aqui hoje. Mas eu tô tentando sair com ela há mais de um ano. — disse ele, sua voz baixando uma oitava. — Espero que isso não me traga problemas.
— Obrigada por isso, prometo não causar problemas. — Digo suavemente tentando trazer tranquilidade a situação.
Ele me olha não parecendo comprar a minha mentira.
— Oque seria tão sério que não poderia falar por telefone ou Facebook? — Ele estreitou os olhos castanhos para mim. — Ele não machucou você, né? Porque eu não quero encrenca, ele é meu amigo e eu sinceramente não me lembro de nada daquela noite. Só estou fazendo isso pela sua amiga Ruiva gostosa.
Eu revirei os olhos.
— Sabe que ela não vai sair com você, né? — Solto despretensiosamente.
Uma risada profunda atravessa a sala, e quando olho para ele, percebo que ele está realmente divertido com a minha fala.
— É, eu sei. Ela é gostosa demais para mim de qualquer maneira. Mas não pode me julgar por tentar. — Ele da ombros como se não fosse nada.
A gente caminha pela casa e não sou parada novamente, quando estamos em um corredor muito famíliar, cheio de fotos da infância de Luck, Antony para.
— Eu realmente não deveria estar fazendo isso, Luck vai me matar porra, se soube que trouxe um pedaço de boceta aqui hoje.
— Eu não sou um pedaço de boc...— Nem completo, irritada.
Ele me dá um olhar de tristeza.
— Bom, não sei se falar sobre isso vai ajudar. Mas ele está noivo...e parece, feliz, um tipo peculiar de felicidade, mas parece uh, feliz.
— Eu sei, não é sobre isso.
Agora ele me encara com curiosidade.
— Bom, o seu humor hoje...bem, está meio inevitavelmente.
— Eu vou lidar com ele. — tentei me convencer de que não estava tão assustada quanto julgava. Mas ele claramente leu minha expressão. — Eu apenas preciso mostrar algo para ele. — Minhas mãos estavam tão suaves que molhavam o envelope com o resultado de um exame da ultrassonografia, já amassado pela força com que eu o segurava. — Estou grávida — falei baixinho. Por, pensei que ele não tivesse ouvido. Então, Antony um canto de sua boca se curvou tristemente.
— E-eu realmente não deveria ter trago você aqui. — Ele parecia nervoso.
Eu mordo de volta um gemido de angústia.
— Mas já que está aqui não vou impedir-la de falar com ele. — Completa. — Apenas... apenas me deixe de fora dessa confusão. — Ele passa a mão sobre o rosto, frustrado e depois se vira para sair.
Andei apressadamente pelo corredor de fotos até ficar de frente para as portas duplas, que estavam apenas encostadas. Empurrei-as um pouco e o avistei pelo reflexo do espelho, dando um nó na gravata.
Droga... Droga... Droga... E agora, o que faço? Insegura, quase voltei sem falar nada, mas era tarde demais. Tive medo da sua reação, tive medo de tudo. Continuei olhando o seu reflexo no espelho e no instante em que me vê, seu rosto se transforma em forte nojo.
— Como me encontrei aqui? — ele disse com grosseria, andando na minha
direção.
Minha primeira reação foi recuar, mas assumi — Eu apenas subi — disse, sem conseguir olhar nos seus olhos.
— Como assim subi? Mas que porra de segurança é essa? — Cuspiu com agressividade. Em seguida, virou-se, andando em direção ao celular que estava na cama.
— Segurança...
— Por favor, Luck...
— ... tem uma pessoa
— Eu não quero confusão...
— Sua solução. Você disse que não queria isso. Bom, nem eu. Com esse dinheiro dá para você pagar um açougueiro por aí para tirar essa coisa.
— Eu nunca disse que vou tirar o bebê — disse, reforçando a palavra bebê.
Ele baixou a vista. Quando levantou, era aquele Luck violento que há tempos eu tinha visto.
— Eu juro que, se você fizer qualquer coisa para me prejudicar... — ele disse, se aproximando. Dessa vez não me afastei, estava cansada de sentir medo. Olhei bem em seus olhos quando ele ficou cara a cara comigo.
Luck sussurrou pausadamente:
— Quem sabe? — Passou a mão na minha barriga lisa, não tirando os olhos dos meus. — Eu mesmo não tiro esse bebê daqui. Acidentes simples causam abortos o tempo todo.
Estremeci com a frieza na sua voz.
—Você nunca mais vai encostar um dedo em mim! — Afirmei, lutando contra as lágrimas, mas orgulhosa por minha voz não ter fraquejado.
— Você não me conhece, nem um pouco! — Sua expressão permanece insensível e indiferente. Ele estala a língua no céu da boca. — Não tem ideia do que eu já fiz por muito menos. — Sua mandíbula lateja em fúria. — Eu sou capaz de qualquer coisa para me livrar de uma pedra no meu caminho.
Então, lá está ele. Luck, segurou meu rosto com força, fazendo com que minha boca formasse um biquinho involuntário.
— Não encosta em mim! — Tirei sua mão do meu rosto. O movimento novamente me deixaria marcada.
Posso sentir o calor e a fúria derramando dele em ondas, Enquanto ele me olha, respirando pesadamente, os dentes arreganhados em um rosnado, os olhos azuis, quase completamente pretos.
— Não teste a minha paciência, porra. Eu não vou assumir essa criança! Não tenho nenhuma garantia de que esse filho é meu, e mesmo que tivesse, não posso ter uma criança agora. —Todo o seu corpo está vibrando de raiva. — Eu nem se quer gosto delas!
Meu estômago revira com suas palavras.
— Eu não quero essa coisa, e eu tenho certeza que você também não. Arrume uma clínica e de um jeito nisso. Não que eu acredite que seja meu, de verdade. Uma virgem não age como você agiu naquela noite, aliás, sinceramente eu nem me lembro, mas se tem alguma coisa que me recordo é que é impossível eu foder uma mulher que pareça indisposta, inocente ou virgem.
Eu sinceramente ignoro tudo oque ele diz sobre mim e foco apenas no meu bebê.
“Essa coisa” ele acabou de chamar meu bebê de “coisa”
Permaneço com os punhos cerrados ao meu lado, meu coração batendo violentamente contra o meu peito. Algo dentro de mim estalou. Se eu tivesse que escolher um momento no qual eu soube que minha vida seria diferente dali para frente – que eu soube que eu seria diferente – seria esse.
A culpa era minha, era minha por ter acreditado nele, por ter me apaixonado por meu inimigo, por realmente acreditar que ele me amaria algum dia. Agora eu estava grávida e sozinha.
— Eu odeio você. — Minha voz não é um sussurro. — Se você acha que algum dia poderá voltar atrás dessa decisão está muito enganado. Você pode enfiar esse dinheiro no seu rabo seu filho da puta. — Digo com toda força que tem em mim.
Sua mandíbula apertou e ele parecia querer quebrar meu pescoço, como a primeira vez. Mas agora algo brilhou em seu olhar, algo diferente. Ele estava incerto das acusações que me fez, e o pior de tudo. Ele sabia que eu estava falando sério. Ele sabia que eu nunca mais voltaria atrás.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O bebê do bilionário
Está faltando capítulos autora...
Cadê o resto dos capítulos?...