— O quê? — perguntei, sorrindo como se fosse uma piada.
— Seu exame de sangue deu positivo para uma possível gravidez.
Eu me endireito e ouço meu próprio batimento cardíaco em meus ouvidos. Eu respiro fundo, trêmula. Caramba. Estou um pouco nervosa. Nervosa a ponto de ouvir coisas.
Mas então, a médica repente..
— Não... Não... Não... O que você tá dizendo? — respirei fundo e saí da maca.
— Deseja que eu chame alguém? — Ela finalmente me olhou, tirando os olhos do exame.
— Não! — gritei. — Eu não quero ver ninguém! Eu quero refazer esse exame.
— Ok. Se quiser, podemos fazer um exame de ultrassom transvaginal.
— Claro. — Assumi de forma pouco grosseira.
— Só um momento. Vou trazer o equipamento para cá. Quer que eu peça para alguém vir ficar com você? A sua sala de visitas está cheia.
— Não! Apenas quero acabar logo com isso e voltar para casa. Por favor — sussurrei. Minha voz abaixando alguns decibéis— Não diga nada a ninguém. Eu preciso de um tempo para assimilar isso tudo.
— Tudo bem — ela disse, abrindo a porta. — Sigilo médico. Melhor ir ufazer xixi. —Em seguida, deu uma piscadela.
O exame só podia estar errado! Eu me lembro bem do dia em que eu e Luck transamos, nós usamos camisinha. A minha anemia pode ter dado alguma alteração no exame. Minhas mãos suavam frio, eu estava inquieta. Subia e descia da maca, aquele exame estava errado.
Passei minutos, que se pareciam horas, dias, anos, assim.
Até que a médica voltou, empurrando um carrinho contendo muitos equipamentos. Minutos depois, ela havia instalado tudo. Deitei na maca ginecológica, que se escondia atrás de uma cortina. Senti-me um pouco envergonhada por estar exposta daquela forma, mas queria acabar de uma vez com aquilo. Ela se sentou em um banquinho na minha frente. Vi quando colocou o gel no equipamento devidamente encapado com uma camisinha. Ela disse:
— O exame não é doloroso, só uma pequena parte das mulheres sente desconforto. Apenas uma pequena porção do transdutor é colocada dentro da vagina. Não se preocupe, não vai doer. — Ela sorriu docemente.
Eu estava tão ansiosa que nem consegui sorrir de volta. Porque ela tinha que dizer que uma pequena parte sentiu desconforto? E se eu estivesse na estatística da minoria? Apenas concordei com a cabeça.
Ela introduziu o transdutor calmamente, mas não pude evitar de me sentir invadida. Mexi-me de forma desconfortável.
— Você precisa relaxar — ela disse. — Eu não vou te machucar, mas você
precisa relaxar o corpo.
— Ok — eu disse, fechando os olhos.
Novamente ela introduziu. Mas aquilo era péssimo. Tudo para provar que ela estava errada. Espremi meus olhos como se o tempo fosse correr mais rápido.
Bop bop bop bop.
Aqui está ele — ela disse, sorrindo. — Esses são os batimentos, consegue ver?
Abri meus olhos e vi uma pequena mancha na tela.
— Não, não! Deus! — Foi a primeira coisa que consegui dizer. Aquilo nem mesmo parecia um batimento, estava mais para um ruído. Botei as mãos na boca enquanto chorava. — É um bebê?
— Sim — ela disse. — E mede cinco milímetros, o seu peso é de aproximadamente um grão de arroz.
Em seguida, tirou o equipamento.
— Está com cerca de seis semanas.
— Não, não, não... — Eu estava em choque. — O que eu vou fazer agora?!
Chorei baixinho. A médica, que pareceu se comover, aproximou-se, acariciando os meus ombros.
— Se quiser, posso pedir para alguém entrar. As pessoas da sala de espera estão com os nervos à flor da pele. Vai fazer bem para você ter alguém para compartilhar isso.
Eu não respondi. Estava em choque. E só conseguia chorar.
Minutos se passaram enquanto ela imprimia o papel do ultrassom, a prova física de que aquilo estava mesmo acontecendo.
— Aqui está! — ela disse, entregando-me um envelope branco com ultrassom. — Você vai precisar começar um acompanhamento pré-natal o mais breve possível e tomar as vitaminas necessárias, além de se alimentar de forma adequada para que não passe mal de novo. Se desejar manter a gestação, isso pode ser muito prejudicial para você e o bebê.
Eu não conseguia responder, apenas sinalizei com a cabeça e apoiei os exames na mesa ao lado.
— Você provavelmente vai precisar de alguém que te ajude caso essas quedas de pressão continuem, e de acompanhamento médico preciso. Tirando isso, você está bem e já está de alta. — Em seguida, ela saiu, deixando-me sozinha.
É, definitivamente consegui concluir que a vida não é justa. Como aquilo podia estar acontecendo comigo? O que eu ia fazer? Como ia contar para Madeleine? Como ia contar para o Luck? Sim, eu estava ferrada.
Abotoei o último botão da minha calça jeans e vesti minha camisa. Que haviam trago para mim, pois a anterior estava com vômito. Quando Alice abriu a porta, fiquei sem reação. Será que ela sabia? Será que desconfiava?
— Deus! Você quase nos mata do coração. — disse Vivian, que entrava atrás dela.
Soltei um sorriso triste.
— O que é? Não está com nenhuma doença terminal, né? — Abraçou-me forte.
— Não. — Pigarreei. — Apenas uma anemia boba.
— Não parecia boba. Pensei que estava morrendo. Posso rir agora, mas realmente foi assustador. A sorte é que estava com Mateus e ele ajudou te carregando.
— Agradeço, meninas. Mas não era nada de mais, prometo me cuidar melhor agora.
— Sim, você vai — disse Alice. — Sua mãe está vindo, Nicole. Ela pegou o primeiro voo quando Mateus ligou para ela contando o ocorrido.
— Nós não pudemos nem interferir. Não sabíamos o que você tinha, não
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Cadê o resto dos capítulos?...