— É isso que você não entende! — disse, afastando-me. — Eu não quero tirar esse bebê. — Apoiei minhas mãos na barriga.
— Eu não estou te emocionado, eu apenas estou te informando que amanhã, na parte da manhã, o procedimento será realizado.
Neguei com a cabeça infinitas vezes antes de assimilar o que ela havia falado.
— Se isso acontecer, saiba você, que será totalmente contra a minha vontade, e enquanto eu viver e estiver lúcida para lembrar o que me fez, eu vou te odiar. Com toda a minha alma.
— Não que eu me importe com o que você sente — ela disse, áspera. — Na nossa relação nunca houve lugar para amor.
— Eu odeio você, Madeleine! Eu odeio! Você sempre foi uma péssima mãe. Acho que, no fundo, você tem medo que eu me torne como você, azeda por dentro, sem a simples capacidade de amar uma pessoa. Foi você que adoeceu o meu pai com esse seu jeito doentio.
O tapa que ela me deu no rosto foi forte, fazendo minha pele queimar e formigar, e o barulho ecoou pela sala. Eu olhei em seus olhos, mas me recusei a chorar. Por um momento, vi fraqueza, arrependido e tristeza em seu olhar, mas quando olhei novamente, esse traço havia sumido, e lá estava a Madeleine que eu havia conhecido.
— Você não passa de uma mimada, não é à toa que eu sempre prefiro manter distância de você. No entanto, pode me odiar por toda a eternidade, eu não me importo. Eu sei que um dia você vai me agradecer, e essa conversa acaba aqui. Agora suba e fique lá, eu não pretendo vê-la amanhã, vou mandar seu jantar até no quarto. E fique preparada, você acordará cedo. — Ela novamente sentada na poltrona, de costas para mim.
Subi correndo. Sentei na cama, mas não chorei. Eu estava cansado de tudo. Pensei em fugir, ir embora. Mas para onde? Eu não tinha parentes próximos, Vivian e Alice estavam indo para a faculdade, eu não tinha opções. — Sinto muito — sussurrei para mim mesma, alisando minha barriga. Mais tarde, Summer me ofereceu comida. Eu neguei, estava tão triste e cansado que me perdi em meus pensamentos e, mais uma vez, adormeci.
**
Acordei com um forte estalo na minha janela. Levantei, abri as cortinas e olhei, Vivian estava na varanda, batendo na madeira.
— Vivian? O que você tá fazendo aqui essa hora?
— Você pode abrir? — ela disse, apertando os braços para cima e para baixo, como para se aquecer. — Está frio aqui fora. — E sorriu.
- Sim claro. — Abri uma janela, Vivian atravessou com facilidade. — Bom, o que é tão importante que você não poderia ligar? — Sorri docemente e sentei ao seu lado.
— Me desculpe por aquela cena toda no hospital. — Baixou o olhar triste. — Eu não devia ter falado aquelas coisas para você. Eu fui rude e cruel.
— Tá tudo bem, eu também não desvio ter mentido.
— Eu deveria ter percebido que você não estava pronto para contar o que aconteceu. E também que não esperava esse bebê, foi tão surpresa para você como foi para nós. E como foi com Luck? Alice me contorna que tinha ido lá.
— Nada bem, na verdade. Eu acho que o odeio — disse secamente, sentindo o amargor subir na minha garganta.
Na verdade, eu não achei, eu realmente odiava
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O bebê do bilionário
Cadê o resto dos capítulos?...