O Cafajeste já tem Dona romance Capítulo 6

- Você contou para a minha mãe. – Ele me acusou.

Não foi uma pergunta. Ele já sabia, é claro. O olhar que ela lançou a ele foi gélido.

- Na verdade, ela descobriu sozinha. – contestei. – Não vou dormir aqui com você.

- Sim, você vai. Só assim saberá que não haverá ninguém mais na cama comigo. – Ele estava tentando me provocar ou era do uma tentativa de suicídio?

Seria melhor ignorar ou devolver na mesma moeda? Optei pela segunda opção. Disse:

- Não faço mais questão de saber com quem você dorme. Pode dormir com qualquer uma. Assim como eu.

Mas mesmo assim, entrei no nosso quarto. Como afinal, poderia seduzi-lo se não dormíssemos na mesma cama? Ele ficaria de quatro por mim.

Ele não disse mais nada. Até que deitei e apaguei.

Quando acordei novamente, já era de manhã. Eu não tinha dormido, tinha praticamente morrido.

Thiago não estava no quarto, então tive liberdade para me arrumar sozinha, sem ninguém por perto.

Meu pai havia me pedido para ir até a empresa, esperava que não fosse só para discutir sobre a lua de mel, pois já havia dito que não falaria mais sobre aquilo.

Fui tomar café da manhã.

Já estavam todos na mesa. Thiago, de terno e gravata, pronto para ir trabalhar também. Ele foi o primeiro que me viu.

- Onde você vai? – Perguntou.

- Sair com o Hector, provavelmente. – Lisa comentou.

- Hector? Que Hector?!

- O vizinho gostosão que mora ao lado. – Ela piscou para mim. Puxa vida, eu ainda nem havia dito meu plano para ela, e ela já havia sacado tudo! – Só porque você não se importa com a sua esposa, não significa que ninguém mais a queira!

Vi como Thiago ficou vermelho com a indireta que Lisa deu. Tive vontade de rir, mas antes que eles se matassem, resolvi interferir.

Sentei à mesa e disse:

- Na verdade, não vou sair com Hector, o gostosão. Vou até a empresa do meu pai. Ele quer falar comigo.

- Eu te dou uma carona. – Thiago disse. Acho que ele ainda não estava muito convencido de que eu não fosse sair com o Hector, quem quer que seja ele.

Trinta minutos depois, já estava entrando no escritório do meu pai.

- O que você quer pai?

- O seu treinamento começa hoje.

- Treinamento? Para que?

- Para assumir o meu lugar, é claro. Vou designar uma pessoa para te auxiliar e, a partir de hoje, você será responsável por tudo aqui, ou quase tudo.

- O QUE?! – Gritei – Como assim? Não pode fazer isso comigo! Até parece que não me conhece! Em três horas já vou ter feito tanta merda que terei falido todas as filiais.

- Isso não vai acontecer, Elena. Eu sei que você está nervosa, mas um dia tudo isso será seu, e depois do que você me contou por telefone, não posso permitir que o seu marido tome todas as decisões quando quem deveria estar à frente disso tudo é você.

- Mas, não pode largar tudo isso assim na minha mão. Onde está a parte do treinamento?!

- As pessoas só aprendem na prática, Elena. Vou designar alguém que conheça a empresa tão bem quanto eu e que possa ajudá-la. Eu diria que o mais indicado para essa função é Thiago, mas em vista do que andou acontecendo, vou pedir ao Henry. Ele é jovem como você, mas eu o ensinei tudo o que sabe, e aprendeu muito bem.

Eu ainda estava em choque. Henry nenhum poderia salvar a empresa quando eu fizesse alguma merda. Eu tinha um dom para cagar nas coisas mais simples.

Richard apertou um botão no telefone e falou com a secretária:

- Mande Henry vir até a minha sala.

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