O CEO sem coração Visitando a plataforma

RÔMULO
Impaciente…
Eu consegui adiantar a visita para sair no mesmo horário que ela, mas já que ela não quer me esperar, eu vou ver outro assunto que já deveria ter lidado aqui na plataforma.
O chefe da plataforma estava ao meu lado, mostrando as melhoras e as partes que precisavam de melhorias.
— Onde foi que aconteceu o acidente? — perguntei.
Ele empalideceu olhando para mim.
— Não me diga que você foi um dos funcionários que acharam que iriam manter isso em segredo? Uma vida foi perdida da minha plataforma e depois de um mês eu soube. O que deveria fazer com vocês? — olhei para ele de um jeito severo.
— Sr., nós ficamos sem saber o que fazer. Todos estamos nos esforçando para que não aconteça esse tipo de coisa. Achamos que a equipe de segurança do trabalho iria falar pro senhor. Nós nos comunicamos com eles.
— Não. Eles não falaram, mas já estão demitidos, então pagaram pela irresponsabilidade. Eu quero saber o que aconteceu aqui. Como este homem morreu?
— Eu vou levá-lo até o local. — ele saiu pelo corredor e eu o segui. — Ele era responsável pelas torres. Neste dia estava frio e as torres estavam em manutenção. Por conta da ventania elas ficaram tortas e alguns fios se quebraram. Não imaginávamos que o estrago havia sido tão grande, Sr. — ele me explicou, subindo alguns degraus e eu também subi. — A torre ficava ali. — ele apontou para o lugar.
— E onde está agora?
— Quando o operário subiu, ela estava torta e não aguentou. Acabou arrebentando. O baque foi enorme. Ela caiu por cima dele.
Caramba.
— E vocês não fizeram nada? Não acionaram ninguém para levá-lo ao hospital?
— Sr., ele morreu na hora. Nós chamamos a equipe de assistência e o levaram para o hospital e de lá não sabemos o que fizeram. Era seu último dia na plataforma. Nossa equipe havia acabado de chegar.
— E vocês estão aqui há quanto tempo?
— 1 mês. Alguns de nós vão continuar aqui. Os que têm família estão voltando hoje.
Eu não imaginava que havia sido tão horrível. O que me deixa mais indignado é que ninguém me contou a ponto da filha do operário me procurar.
— Onde ele ficava? Vocês mandaram tudo para a família?
— Não, Sr. O quarto dele permanece do mesmo jeito. Ele era muito querido por todas as equipes e é muito difícil lidar com isso.
Ele parecia estar sendo sincero.
— O Sr. quer ver?
— Sim, por favor. — o acompanhei para baixo e entramos dentro da plataforma. Fomos até os dormitórios. — É este aqui. Ele dividia o quarto com outro operário que está em terra. — ele mostrou e abriu a porta.
Eu entrei e liguei a luz. Tinha uma cama, algumas coisas em cima da cabeceira. Mas a coisa que mais me chamou atenção foi a foto que ele mantinha ali ao lado de um troféu. Era uma pequena foto dele e da Linda. Ambos sorrindo. Ela tem traços dele no rosto.
Eu peguei a foto e olhei mais de perto, também olhei o verso. Dizia: "minha querida, Linda".
— Essa era a filha dele. Não havia um dia sem que ele falasse dela, do quanto ela era amável e uma boa filha. Imagino que ela esteja sofrendo muito com sua perda. Eles só tinham um ao outro.
olhando novamente a foto.
sofre sim. E a situação é pior do que imaginei.
Agora eu entendo aquele semblante quando ela me enfrentou pela primeira vez. Um misto de dor e indignação, coragem…
— Sr. Deseja mais alguma coisa?
— Sim. Quero que mande alguém colocar esses pertences numa caixa. — apontei para a cabeceira e guardei a foto comigo.
— Sim, Sr.
Eu saí do quarto e ele me acompanhou para fazer o resto da visita.
Depois eu voltei para a cidade e meu motorista me levou para casa.
que saí do carro, deixei o aviso para ele. — Você pode ir para casa hoje. Está dispensado. — tirei a caixa com as coisas da plataforma. — Pode levar esse carro. Eu vou sair com outro hoje a noite.
— Obrigado, Sr. — ele ficou aparentemente animado.
Levei a caixa para o outro carro e depois fui me arrumar. Ainda era cedo, mas eu resolvi que deveria ir a algum lugar antes de pegar a Linda e ir para a casa da minha mãe.
vesti uma calça social e uma camisa verde clara social também, que aliás estava impecável. Arrumei meus cabelos e enrolei as mangas da camisa até a metade dos
na porta do meu quarto quando eu estava terminando de
— Sr.?— o Sérgio falou.
— Entre, Sérgio.
— Com licença. O que vai querer para
não precisa se preocupar com isso. Irei jantar na casa da minha
do espelho vi sua expressão de
quer conhecer melhor a
assentiu. — É uma ótima
Se a minha mãe não ficar levando isso a sério… pelas suas conversas ela tem esperança de que seja verdade.
ficou com um leve sorriso no rosto. Eu vi através do espelho.
— O que é, Sérgio?
Nada, Sr. — ele disfarçou o sorriso. — Precisa de