O CEO sem coração romance Capítulo 7

LINDA

Acordei com a cabeça ainda doendo. Eu mal conseguia me levantar. Virei de lado na cama e levantei devagar. A tontura era forte demais e eu queria chorar enquanto me segurava na cama para não cair para um dos lados.

Ouvi uma conversa do lado de fora do quarto. Entre um homem e uma mulher. As vozes de ambos ecoava na minha cabeça.

— Como assim ele não dormiu?!

— Não vamos conversar sobre isso.

— Sérgio, o chefe tá surtando por causa dela! Coitadinha. Ela não parece ser má pessoal. Ele foi tão mal com ela. Não deve ter dormido com a consciência pesada.

— O Senhor Rômulo com a consciência pesada? Você está alucinando? Claro que não! Ele está furioso com os funcionários da empresa que não avisaram sobre o acidente e morte do pai da garota. Cabeças serão cortadas.

— Eu não queria estar na pele deles agora. Mas como esconderam uma coisa dessas?

— Provavelmente acharam que o Senhor Rômulo não iria se importar com isso, mas desde que ela apareceu é a única coisa de que ele fala. Ele está furioso.

— Imagino. Tadinha. Ela perdeu o pai e quando veio fazer justiça o Senhor Rômulo nem sabia do que estava falando. Você acha que se ele soubesse teria agido daquela forma?

— Claro que teria. Ela insistiu em entrar em sua casa sem ser convidada! Vamos voltar ao trabalho. O médico daqui a pouco chega para vê-la.

Do que eles estão falando?

Abri meus olhos e procurei alguma garrafa de água. Tinha uma jarra encima de uma cômoda. Me aproximei do móvel, me arrastando encima da cama e coloquei um pouco de água no copo.

Estava tremendo muito. Faz mais de um dia que não coloco nada na minha boca. Meus lábios estão secos, assim como a minha garganta e eu me sinto tão fraca!

Eu não tenho ninguém. Era só eu e meu pai. Tem os vizinhos. Algumas senhoras que vez ou outra nos dava apoio. Eu terminei meus estudos e fiquei fazendo bico enquanto o meu pai trabalhava na empresa deste monstro. Não éramos tão carentes porque o salário era bom, mas meu pai morreu e tudo se foi com ele. Nem a sua carteira chegou até mim. Não tem como tirar algum dinheiro de sua conta, o seu cartão do banco se foi.

Quando ele morreu, eu ainda tinha 1 mil reais. Mais da metade se foi com o velório e a outra metade nesses últimos dias. Estava tentando trabalhar, mas não consegui fechar os olhos para a injustiça que a empresa Guimarães fez com o meu pai. Eles não nos procuraram, não fizeram nada. Só entregaram o corpo do meu pai no IML.

Eu perdi meus bicos no meio do luto porque nem todo mundo entende que essas coisas precisam de um tempo.

Então eu acho que agora tenho uns 20 reais na carteira e provavelmente mês que vem serei despejada se esse monstro não pagar o tempo de trabalho e a multa do meu pai.

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