O CEO sem coração romance Capítulo 91

RÔMULO

Que susto desgraçado.

Eu achei mesmo que iria morrer.

A minha cabeça dói, o meu rosto está inchado. Eu devo estar feio pra caramba.

A enfermeira colocou o soro e depois daqueles remédios para alergia eu fiquei com sono. Não consegui me manter acordado. A Linda desligou a luz depois que a enfermeira saiu, então eu aproveitei para tirar um cochilo.

Fiquei tendo um monte de sonhos aleatórios. Sonhei com o restaurante de frutos do mar, com o resort do cara lá. Coisas bem sem sentido mesmo.

Acordei com a voz da Linda.

— Oi, Laisa.

Abri um pouco os olhos e vi que ela estava andando de um lado para o outro com o telefone no ouvido.

— O Rômulo não vai voltar para o escritório hoje. Ele teve uma reação alérgica e estamos no hospital. Você pode desmarcar os compromissos que ele tinha hoje à tarde? Remarque. Coloque para outra data… Sim. Ele já foi medicado. Estamos esperando o soro terminar e acho que o médico vai dar alta… — ela olhou pra mim e eu fechei o olho. — Certo. Tchau…

Como ela está toda cheia de iniciativas!

Com o que aconteceu comigo eu esqueci completamente o que iria fazer hoje à tarde. A minha vida é mais importante do que esses compromissos, mas ainda bem que ela lembrou e fez a ligação.

— Oi, Gustavo…

Ela ligou para o sem noção.

Quem eram aqueles caras?

Como ele leva a minha namorada para o meio de um monte de macho ousado? O cara jogando papo pra cima dela com história de resort!

Ele acha que vai ganhar a mulher falando o que ele tem?

Só se for uma patricinha interesseira, mas a Linda não liga pra essas coisas. Aposto que se ela aceitasse seria mais pela experiência de passar um dia num resort, que ela nunca foi, do que por interesse nele e nas coisas dele.

Ela também nunca ficaria com um cara daqueles. Se já é difícil comigo, que já convivi mais tempo com ela e tenho o mínimo de pudor, imagina para um cara que já vai pra cima?!

— Sim. Ele está bem… Não. Acho que não. Eu vou chamar o motorista dele… Tá bom. Obrigada. Tchau. — ela se virou para mim. — Rômulo, como é a senha do seu celular? Para ligar para o motorista. — ela me entregou o meu celular.

— Você estava fazendo as ligações pelo meu celular?

— Sim. Eu não tenho crédito. Só olhei o contato que estava salvo no meu aparelho.

Coloquei a senha para ela ver. — Decorou?

— Sim. — ela pegou o celular da minha mão.

— Quando vamos embora?

— Quando o soro terminar.

— Então mexe aí pra ele cair mais rápido. — olhei para o vaso do soro.

— Não! Tá doido? E se fizer mal? Você já acha que está pronto para outra?

Eu ri. — Eu quero ir pra minha casa. A minha cama é bem melhor que essa.

— Qualquer cama é melhor do que essa. — ela se afastou da maca e foi pegar uma garrafa d'água.

— Você desmarcou meus compromissos?

— Sim. Eu liguei para a sua secretária. — ela abriu a garrafa e começou a tomar a água.

— Tá se saindo muito bem no cargo.

Ela engasgou e tossiu. — Só fiz o que era preciso. Você quer água?

— Quero.

Ela veio até mim e trouxe.

— O que é isso? — ela pegou um controle. — Será que é do ar condicionado? Aqui está frio. — ela olhou os botões e apertou apontando para o ar condicionado.

A maca começou a subir, bem a cabeceira, me empurrando para ficar sentado.

— Retiro o que disse sobre a maca. Já pensou uma cama com um controle desses? — ela estava toda empolgada.

Pelo menos eu fiquei sentado e foi melhor para beber a água.

— Não mexe mais nesse controle.

— Mas eu queria saber o que esse botão aqui faz. — ela mostrou.

— Não. Não mexa. — tomei da mão dela e devolvi a garrafa d'água vazia, depois coloquei a cabeceira para descer mais um pouco. — Agora sim.

— Que hospital chique, não é? — ela ficou passeando pelo quarto. — A melhor parte é a visão. Deus benza. — ela ficou na janela, olhando para o corredor.

— O que está vendo aí?

— Nada. Nada que você vai gostar de ver.

Não confio.

Mexi no botão do soro e ele começou a pingar mais rápido. Só faltava uns 2 dedos para terminar. Não tenho paciência para ficar tanto tempo parado.

— Como está meu rosto? — perguntei, enquanto o tocava. Os lábios pareciam bem menores, os olhos também não os sentia tão inchados, eu conseguia abrir bem mais.

Ela voltou para perto do leito e olhou para mim. — Está menos pior.

— Menos pior?

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