RÔMULO
Que susto desgraçado.
Eu achei mesmo que iria morrer.
A minha cabeça dói, o meu rosto está inchado. Eu devo estar feio pra caramba.
A enfermeira colocou o soro e depois daqueles remédios para alergia eu fiquei com sono. Não consegui me manter acordado. A Linda desligou a luz depois que a enfermeira saiu, então eu aproveitei para tirar um cochilo.
Fiquei tendo um monte de sonhos aleatórios. Sonhei com o restaurante de frutos do mar, com o resort do cara lá. Coisas bem sem sentido mesmo.
Acordei com a voz da Linda.
— Oi, Laisa.
Abri um pouco os olhos e vi que ela estava andando de um lado para o outro com o telefone no ouvido.
— O Rômulo não vai voltar para o escritório hoje. Ele teve uma reação alérgica e estamos no hospital. Você pode desmarcar os compromissos que ele tinha hoje à tarde? Remarque. Coloque para outra data… Sim. Ele já foi medicado. Estamos esperando o soro terminar e acho que o médico vai dar alta… — ela olhou pra mim e eu fechei o olho. — Certo. Tchau…
Como ela está toda cheia de iniciativas!
Com o que aconteceu comigo eu esqueci completamente o que iria fazer hoje à tarde. A minha vida é mais importante do que esses compromissos, mas ainda bem que ela lembrou e fez a ligação.
— Oi, Gustavo…
Ela ligou para o sem noção.
Quem eram aqueles caras?
Como ele leva a minha namorada para o meio de um monte de macho ousado? O cara jogando papo pra cima dela com história de resort!
Ele acha que vai ganhar a mulher falando o que ele tem?
Só se for uma patricinha interesseira, mas a Linda não liga pra essas coisas. Aposto que se ela aceitasse seria mais pela experiência de passar um dia num resort, que ela nunca foi, do que por interesse nele e nas coisas dele.
Ela também nunca ficaria com um cara daqueles. Se já é difícil comigo, que já convivi mais tempo com ela e tenho o mínimo de pudor, imagina para um cara que já vai pra cima?!
— Sim. Ele está bem… Não. Acho que não. Eu vou chamar o motorista dele… Tá bom. Obrigada. Tchau. — ela se virou para mim. — Rômulo, como é a senha do seu celular? Para ligar para o motorista. — ela me entregou o meu celular.
— Você estava fazendo as ligações pelo meu celular?
— Sim. Eu não tenho crédito. Só olhei o contato que estava salvo no meu aparelho.
Coloquei a senha para ela ver. — Decorou?
— Sim. — ela pegou o celular da minha mão.
— Quando vamos embora?
— Quando o soro terminar.
— Então mexe aí pra ele cair mais rápido. — olhei para o vaso do soro.
— Não! Tá doido? E se fizer mal? Você já acha que está pronto para outra?
Eu ri. — Eu quero ir pra minha casa. A minha cama é bem melhor que essa.
— Qualquer cama é melhor do que essa. — ela se afastou da maca e foi pegar uma garrafa d'água.
— Você desmarcou meus compromissos?
— Sim. Eu liguei para a sua secretária. — ela abriu a garrafa e começou a tomar a água.
— Tá se saindo muito bem no cargo.
Ela engasgou e tossiu. — Só fiz o que era preciso. Você quer água?
— Quero.
Ela veio até mim e trouxe.
— O que é isso? — ela pegou um controle. — Será que é do ar condicionado? Aqui está frio. — ela olhou os botões e apertou apontando para o ar condicionado.
A maca começou a subir, bem a cabeceira, me empurrando para ficar sentado.
— Retiro o que disse sobre a maca. Já pensou uma cama com um controle desses? — ela estava toda empolgada.
Pelo menos eu fiquei sentado e foi melhor para beber a água.
— Não mexe mais nesse controle.
— Mas eu queria saber o que esse botão aqui faz. — ela mostrou.
— Não. Não mexa. — tomei da mão dela e devolvi a garrafa d'água vazia, depois coloquei a cabeceira para descer mais um pouco. — Agora sim.
— Que hospital chique, não é? — ela ficou passeando pelo quarto. — A melhor parte é a visão. Deus benza. — ela ficou na janela, olhando para o corredor.
— O que está vendo aí?
— Nada. Nada que você vai gostar de ver.
Não confio.
Mexi no botão do soro e ele começou a pingar mais rápido. Só faltava uns 2 dedos para terminar. Não tenho paciência para ficar tanto tempo parado.
— Como está meu rosto? — perguntei, enquanto o tocava. Os lábios pareciam bem menores, os olhos também não os sentia tão inchados, eu conseguia abrir bem mais.
Ela voltou para perto do leito e olhou para mim. — Está menos pior.
— Menos pior?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO sem coração
Foi maravilhoso esse livro...
Oh meu pai estou chorando 😭😭 aqui coração partido💔, ainda bem que ele se arrependeu , erra e humano,e ter consciência de que errou nos torna super-humano!!!...
Gente Amando esse dois hehehe, que pérola 🦪 e essa história 😍...
Eita lasqueira, hehehe 😁😁...
Mal sabe ela que daqui alguns capítulos estará completamente a mercê do monstro gostosão 🫦...
Coloquem mais capítulos,por favor...
Delícia de livro, adorei...