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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 23

Quando ela chegou na fazenda a pé, ventava bastante, indicando que uma tempestade cairia em breve.

Antonela enxugou a última lagrima que caiu do seu rosto, prometendo que não choraria mais devido a Benjamim.

Ainda inconformada, ela se lembrava das palavras de Vladir ao dizer a ela que Benjamim havia a abandonado no altar porque ela era defeituosa e incapaz de lhe dar herdeiros. Se ele soubesse que Antonela não somente era capaz, como havia dado um filho a ela, morreria de arrependimento.

Quem inventaria tal mentira sobre ela ao ponto de fazer Benjamim desistir do casamento? E, porque mesmo sabendo que ela era perfeitamente capaz, não retrocedeu? Eles tiveram uma noite juntos. Benjamim pode constatar que ela não tinha defeito algum. Como ele pode ser tão arrogante naquele ponto?

Ela entrou da casa sentindo seus pés arderem de dor. Havia caminhado mais de oito quilômetros a pé. Adam correu na direção dela, a abraçando e era como se aquele abraço aliviasse toda a tensão que havia sobre ela.

— O que aconteceu com você, menina? – Carmélia levantou o braço passando a mão sobre o ferimento na testa de Antonela – onde está Dominique?

— Ela não veio comigo – Antonela se afastou, pegando Adam em seus braços – não se preocupe dona Carmélia, foi só um acidente no meu primeiro dia de trabalho.

— Isso é um péssimo sinal – ela disse quando em seguida fez o sinal da cruz – isso indicará que você terá grandes problemas no trabalho. Problemas que envolve seu chefe.

Antonela arregalou os olhos para ela e sentiu um arrepio atravessando sua espinha. Como dona Carmélia poderia afirmar algo tão preciso? Ela, já um pouco assustada, deu um breve beijo em Adam e o colocou no chão, disposta a encerrar aquele assunto de uma vez por todas.

— Agradeço muito à senhora por estar cuidando do Adam – ela disse e Carmélia sorriu – espero que ele esteja se comportando.

— Não há o que agradecer, o Adam é uma ótima companhia.

A resposta de Carmélia acalmava o coração de Antonela, porque seria um problema a menos para que ela pudesse se preocupar. Antonela foi para o banheiro e tomou um banho muito demorado. Após se vestir e secar seus longos cabelos vermelhos no secador, ela voltou para a sala e se deitou para tentar descansar. Uma chuva forte caía lá fora e os galhos das árvores batiam nas janelas, fazendo um barulho assustador. Uma hora depois, Dominique entrou em casa, alarmada e encharcada pela chuva.

O tom de voz dela assustou Antonela.

— Você não deveria ter falado com o Benjamim daquele jeito.

A respiração entrecortada, o rosto vermelho de Dominique demonstrava o quanto ela estava preocupada com aquele assunto.

— Então ele estava ouvindo nossa conversa? – Antonela se surpreendeu com a capacidade de Benjamim – olhe para mim, Dominique. Aquele homem conseguiu tornar o meu primeiro dia de trabalho um verdadeiro inferno e ele queria que eu voltasse para trabalhar, no estado em que eu estou.

— Você não sabe com quem está lidando, Antonela – Dominique olhou nos olhos dela para ter certeza de que Antonela escutaria bem o que ela tinha para dizer - não interessa quem você pensa que ele é. O Benjamim é arrogante e autoritário e consegue tudo o que quer.

— Se você está tentando me amedrontar, está perdendo o seu tempo – transpareceu calma, mas seu sangue fervia em suas veias – eu deveria arrumar minhas coisas agora mesmo e volta de onde eu vim.

— Você só pode estar maluca – Dominique riu dela – esquece essa ideia de ir embora. Aliás, o único lugar para onde iremos é para a casa abandonada no centro da cidade.

Ouvindo a conversa da cozinha, Carmélia apareceu se metendo entre as duas. Ela tinha uma colher de pau na mão e a levantava em direção a Dominique descontroladamente.

— Vamos embora, mamãe?

— Não vamos – acariciou o cabelo dele e sorriu.

— Quero ficar com a avo, Carmélia.

Logo Adam fechou os olhos e dormiu. Antonela precisava também dormir. Estava cansada de pensar no que havia acontecido. Se deitou ao lado dele e logo pegou no sono. Acordou assustada com o despertador e com Dominique a sacudindo sem parar para que ela se levantasse.

— Se prepare, amiga, porque o seu dia não será nada bom.

Aquilo era a pior maneira de desejar um bom dia para alguém, mas Antonela preferiu não dar ouvidos aos prestígios de Dominique. Se arrumou, tomou seu café e foi para a empresa tranquila, como se não fosse encontrar o demônio do seu chefe a esperando.

E foi o que aconteceu. Benjamim estava parado em frente à sua porta e, quando o seu olhar se encontrou com o dele, ela soube que Dominique tinha toda a razão.

— Por favor, Antonela, venha à minha sala imediatamente.

Ela revirou os olhos e, em seguida, seu coração acelerou rapidamente.

Era hora de saber toda a verdade.

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