Passos lentos, a sola do sapato batendo no piso ecoava pelas salas vazias. Antonela conseguia até mesmo ouvir a respiração de Benjamim enquanto ele se aproximava, com os olhos fincados nos dela. A comida que ela mastigava há minutos atrás ficou presa na garganta e ela precisou urgentemente de água.
Levantou-se apressada e foi caminhando desajeitadamente até o bebedouro. Não viu quando Dante se levantou para cumprimentar Benjamim com um sorriso sincero.
Quando voltou a mesa, Dante explicava a Benjamim que havia vindo se despedir de Antonela, porque estaria voltando para a capital naquela mesma tarde.
“Que ele não volte nunca mais a pisar os pés nessa cidade.” Pensou Benjamim com um semblante sério enquanto olhava com reprovação para Antonela.
— Vamos até a minha sala para conversarmos um pouco – Benjamim o convidou com a única intenção de afastar Dante de perto de Antonela. Ele também era bom em fingir simpatia.
O governador não percebeu suas intenções e olhando para Antonela quis se despedir, mas o som alto do telefone tocando sobre a mesa dela rompeu o momento final. Ela abaixou o olhar agradecendo por se livrar daquele momento constrangedor, sem imaginar que estava se colocando em outro grande problema.
— Antonela – a voz do outro lado da linha fez o coração de Antonela disparar desesperadamente – a Dominique me deu esse número para falar com você caso algo acontecesse.
O coração de Antonela afundou no peito e ela ficou branca ou ouvi a voz de Carmélia.
— O que aconteceu com o Adam? – Ela sussurrou ao perceber a secretaria de Benjamim se aproximar e fincar os olhos nela desconfiada.
— Ele voltou a ter febre – ela disse – não quer comer e eu não tenho nenhum remédio que possa dar para ela.
Antonela se desesperou, era nítido em seu rosto. Já estava pronta para largar tudo o que estava fazendo quando avistou Dominique se aproximar sorridente ao lado de Adolf.
— Que desculpa vamos dar ao demônio do nosso chefe? – sentindo seu coração enlouquecer no peito, ela disse aquilo com todo o ódio que podia sentir.
— Não fale assim dele, Antonela – Dominique saiu na defesa de Benjamim – eu vou dizer que minha mãe está morrendo e precisa ir ao hospital. Mas você ficará aqui, porque perdendo esse emprego não ajudará o Adam em nada.
— Prometa que vai cuidar bem do meu filho – segurou nos dois braços de Dominique forçando-a a olhar em seus olhos marejados.
— Eu prometo – Dominique a abraçou.
Em seguida saiu da sala em passos apressados na direção a sala de Benjamim.

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