Alessia tinha o folego preso na garganta quando freou com violência em frente à casa de Benjamim, quase provocando um acidente. Mas seu coração não disparava descontroladamente por causa disso, mas porque ela havia chegado ao seu destino e precisava descobrir a verdade de uma vez por todas.
Ficou alguns minutos no carro, se acalmando e formulando a melhor maneira que encontraria para descobrir se aquele menino era realmente filho de Benjamim.
E se fosse, ele jamais poderia saber da verdade.
Alessia precisava ter uma ideia genial para tirar Antonela da cidade de uma vez por todas. Desceu do carro com as pernas bambas e precisou tirar os saltos para retomar o equilíbrio. Caminhou, sentindo os pés doerem enquanto pisava nas pedras espalhadas pelo asfalto. Levantou a cabeça e viu que a casa estava escura.
Dirigiu o olhar até o relógio de pulso e percebeu que se aproximava da meia-noite. Alessia podia simplesmente desistir, girar os calcanhares, voltar para o veículo e partir dali fingindo que nada aconteceu, mas ela não conseguiu, seus pés a forçaram a caminhar até a porta e tocar a campainha.
Ela esperou impaciente que alguém a atendesse, enquanto olhava para os lados, temendo um encontro com algum desconhecido que pudesse lhe causar algum mal.
Ouviu passos apressados vindo em sua direção. Olhou para a câmera de segurança logo acima de sua cabeça, sabendo que quem quer que fosse que a atendesse, sabia que era ela.
Com os olhos arregalados, ela esperou ansiosa para ver o rosto de Benjamim do outro lado da porta e soltou um suspiro quando o viu, pulando em seus braços como se ele tivesse salvado ela de um grande perigo.
— O que você está fazendo aqui, Alessia? – suas mãos a envolveram em seus braços musculoso e Alessia apenas descansou a cabeça em seu ombro – sabe que horas são?
Ela sabia que horas era, mas não se importou com isso. Era reconfortante saber que Benjamim era dela e que em breve ela se casaria com ele.
Benjamim, percebendo que ela não responderia sua pergunta, a segurou pelo braço e a afastou para que assim olhasse em seus olhos.
— Por que está aqui a essa hora? – ela se encolheu e tentou não transparecer o desespero que aflorava em seu coração.
— Desculpa Benjamim, eu precisava vir, eu… – as palavras morreram em sua garganta.
Ela não podia simplesmente contar a verdade. Dizer a ele que havia seguido Antonela e descoberto onde ela estava morando ou pior, descoberto que agora ela tinha um filho e que esse menino tinha grandes chances de ser filho de Benjamim.
Percebendo-o olhar atentamente a ela esperando uma resposta, ela lhe disse:
— Eu não conseguir dormir, fiquei pensando sobre algo que a Antonela me disse assim que eu sair da sua empresa essa noite.
Benjamim franziu o cenho em completa dúvida. Algo dentro dele se acendeu ao ouvir o nome de Antonela. Mas ele continuou em silêncio, esperando que Alessia lhe contasse de uma vez, o que de fato havia acontecido.
— Ela ficou do lado de fora da empresa esperando-me sair – o olhar de Alessia ficou perdido enquanto ela formulava todas suas mentiras – ela disse a mim que poderei até me casar com você, mas que ela foi a primeira, entre nós duas, a ir para cama com você.
Mas Alessia estava desolada. Apenas um único pensamento se fixou em sua mente. Benjamim jamais poderia saber da existência daquele menino, não antes de Alessia se casar com ele e dar um filho legítimo.
Ela o abraçou fortemente, como se temesse perdê-lo a qualquer momento.
— Vou levá-la em casa – ele disse, já girando os calcanhares para partir.
— Não, eu quero ficar com você – ela o segurou ainda mais forte – eu não me importo que você tenha dado a Antonela um pouco de prazer, caso seja comigo, que você case e tenha filhos.
Olhou nos olhos dele, implorando para que ele a levasse para seu quarto e gerasse dentro dela um filho.
— Deixe que eu fique com você essa noite, Benjamim – ela beijou o pescoço dele, tentando envolvê-lo – há quanto tempo nós não ficamos a sós, só eu e você?
Ele engoliu a seco. Se convenceu de que era perigoso deixar Alessia voltar para casa sozinha tarde da noite e que Henrico não veria mal algum que a filha dormisse mais uma noite em sua casa. Em seguida, fechou o portão da casa e, com Alessia ainda em seus braços, ele a levou para o seu quarto.
Ele daria a ela o que tanto queria.
Uma noite de prazer, sem imaginar que tudo fazia parte do seu plano.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O filho secreto do bilionário