Resumo de Capítulo Doze – Capítulo essencial de O Padrasto 1 por Deane Ramos
O capítulo Capítulo Doze é um dos momentos mais intensos da obra O Padrasto 1, escrita por Deane Ramos. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
O que seria de nós, meros mortais,
se não fosse o cuidado dos anjos
que damos o nome de amigos.
Deane Ramos
— Oi, amor. — Saio do meu devaneio ao ouvir a voz de Felipe, que me recebe com o seu costumeiro carinho. Ele se aproxima e entrelaça as mãos em volta da minha cintura, puxando o meu corpo para perto do seu, como se fôssemos um só e, em seguida, rouba um selinho estalado.
— Oi, Fê — Com os olhos semicerrados por conta da claridade do sol, eu volto a minha atenção para ele, mas mantenho a minha mente atrás da porta, onde a minha vida está sendo discutida sem a minha presença, onde eu deveria estar me defendendo.
Mas o que estou pensando? Eu já decidi o que fazer da minha vida e nada mais pode ser feito para evitar isso.
Quanto drama, Julha, deixe de ser covarde e lute pelo que você quer. Revira os olhos o meu demônio interior.
Bufo, exasperada, porque sei que ele tem razão. Eu deveria lutar pelos meus objetivos, mas nada é tão simples quanto parece.
— Julha, está tudo bem, meu amor? Parece que ouvi gritos vindos de lá. — Ele faz sinal com o polegar em direção à porta enquanto pergunta ao afastar seu corpo do meu.
— Sim, está. É só... só.. tire-me daqui — peço com a voz embargada, como uma criança indefesa. É assim que eu me sinto neste momento.
— Calma, meu amor, vai ficar tudo bem. — Ele me abraça novamente, então faço o mesmo. — Vamos sair daqui.
Seguimos em direção à sua Mercedes estacionada em frente à casa.
— Senhorita Julha — cumprimenta-me o motorista que nos aguarda fora do carro, mantendo a porta aberta.
Assinto com a cabeça em resposta ao seu cumprimento.
— Para o shopping — Felipe diz ao seu motorista enquanto deslizo o meu corpo pelo estofado em couro preto e macio.
O motorista fecha a porta, dá a volta no carro e toma o seu lugar ao volante. Em poucos minutos, o carro percorre a avenida movimentada de Nova Iorque. Os meus pensamentos vagueiam para o local que estive poucos minutos atrás. Eu quero estar lá nesse momento, quero me explicar para a Ada e dizer que não foi nada planejado, que eu jamais iria me envolver com Christopher se eu não estivesse apaixonada. Mas sei que de nada adiantaria, Ada está decepcionada e tudo que eu tentar dizer vai se voltar contra a mim. Exausta com tudo o que está acontecendo, eu respiro fundo.
O melhor a fazer é continuar com o que planejei. Sei que não será fácil viver sem Christopher, sem as suas investidas, seu toque, seus beijos. Ele já fazia parte de mim, o seu perfume está impregnado em meu corpo. Eu ainda sinto o sabor dos seus lábios, ainda consigo ouvir os seus sussurros ao pé do meu ouvido enquanto me tem em seus braços. Sentirei saudades de tudo o que nós vivemos, mas as coisas nem sempre terminam como imaginamos ou queremos. Uma lágrima solitária cai dos meus olhos ao me lembrar de cada momento que passamos juntos.
— Princesa, está tudo bem? — pergunta Felipe, parecendo preocupado.
Puxo ar para os meus pulmões e seco a lágrima solitária com um lenço de papel que Felipe me oferece.
— Obrigada — agradeço, assentindo com a cabeça. — Sim, estou bem — digo com um sorriso amarelo.
— Como você pode me dizer que está tudo bem?
Eu o fito com a pulsação acelerada e, por um breve momento, o desespero de que Felipe tenha descoberto tudo me invade.
— Não me olhe assim, meu amor. Você está chorando e ainda me diz que está tudo bem? Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
— Sim, eu sei. — Levo a mão ao seu rosto e o acaricio.
— Por que não me conta o que está acontecendo? — ele insiste.
— Não quero te importunar com os me assuntos, Felipe. — Volto a minha atenção para a estrada.
— Nada que venha de você me importuna, meu amor. Nunca mais repita isso. — Ele leva a sua mão ao meu queixo, ergue a minha cabeça e deposita um selinho estalado em meus lábios.
— Está bem. Prometo não repetir mais essas sandices. — Meu sorriso sai em uma linha fina.
— Ótimo. E eu — ele rouba outro selinho estalado — prometo que não vou mais perguntar nada, deixarei que você me conte quando quiser.
— Combinado. — Dou um sorriso satisfeito, pois não sei qual mentira mais teria que inventar caso Felipe insistisse no assunto.
Deito a cabeça em seu peito buscando refúgio e me mantenho quieta, então seguimos assim todo o trajeto para o shopping. Por mais que eu queira manter os meus pensamentos longe de Christopher, é impossível. Quando dou por mim, estou pensando nele.
Chegamos ao shopping e o motorista estaciona na entrada principal. Antes mesmo que ele consiga abrir a sua porta, eu saio do carro com Felipe logo atrás. O pobre motorista fica tentando justificar o motivo de não ter conseguido executar o seu serviço com excelência, mas Felipe não dá muita atenção.
— Está tudo bem, não se preocupe, Juan.
— Quer que eu venha buscá-los que horas?
— Eu ligo para avisar — diz Felipe.
— Está bem. Divirtam-se.
Nós nos despedimos do homem, que sai sem nada compreender, e seguimos ao encontro de Bruno e Ane na praça de alimentação, como havíamos combinado. E não teria lugar mais apropriado para encontrar a minha amiga, que acena com animação ao nos localizar.
— Nossa! Como vocês demoraram — Ane diz com a boca cheia de batatas fritas enquanto me envolve em um abraço forte.
— E aí, cara — Bruno cumprimenta Felipe com o seu habitual toque de mãos seguido de um breve abraço.
— Começaram sem a gente? — pergunto, ao me referir ao lanche que estão comendo, afinal, marcamos de almoçar juntos.
— Você conhece a dona encrenca, sabe como ela pode se transformar em um demônio quando está com fome — diz Bruno, nos fazendo rir.
— Diferente da sua namorada, que não precisa sentir fome para se tornar um — provoca Ane enquanto cumprimenta Felipe com um abraço.
— Ei, me deixe fora disso. — Aponto o dedo indicador em sua direção enquanto recebo um abraço e um beijo carinhoso do meu amigo.
— O que você está comendo? — Inclino o meu corpo sobre a mesa e roubo uma batata frita da sua bandeja, mas acabo recebendo um tapinha na mão atrevida. — Chata. — Mostro a língua para ela, que revira os olhos.
Felipe arrasta duas cadeiras, uma para mim e outra para ele.
— O que vai comer?
— Hambúrguer, fritas e um refrigerante cola.
— Ada? — brinca Ane, fingindo ligar para Ada, que tanto me cobra para ter uma alimentação saudável.
Dou um sorriso tímido, que agora não tem mais a mesma graça, não hoje. Ane estranha a minha atitude e me encara um pouco desconfiada.
— Querem alguma coisa? — pergunta Bruno para Ane ao se levantar.
— Eu quero outro refrigerante cola, o meu acabou — diz Ane, ao levantar o copo vazio.
— Vamos lá.
Os dois amigos saem conversando animadamente, enquanto Ane se vira em minha direção.
— O que está acontecendo?
— Como assim, o que está acontecendo?
Ela faz que não com a cabeça, mesmo eu já sabendo a resposta.
— O que estão conversando? Estão tão sérias — pergunta Bruno ao se aproximar.
— Estamos combinando de a Julha dormir lá em casa hoje.
— Isso é bom. Vão colocar a conversa em dia — concorda Felipe, que chega em seguida.
— Sim, vamos — ela afirma.
(...)
Passar o dia na companhia dos meus amigos e dormir na casa de Ane irá me ajudar a esquecer por algumas horas o incidente de hoje. Mas cada vez que eu me lembro é como se ainda conseguisse ouvir as palavras de Ada ecoando na minha mente, não me deixando esquecer a minha vergonhosa atitude ao trair a minha mãe. Eu não sei se realmente fiz bem em sair no meio do tsunami que se formou em casa, mas o que eu poderia fazer? Tentar me explicar seria em vão.
Meu celular toca, anunciando uma nova mensagem na caixa de entrada.
Mamãe.
Minha pulsação acelera e eu fico alguns minutos me perguntando se ela já está sabendo do acontecido, mas decido ler a mensagem e acabar logo com isso. Rapidamente eu a abro e, por um momento, eu me sinto aliviada ao ver que não foi ela quem enviou.
“Oi, querida, sou eu, Christopher. Está tudo tranquilo por aqui,
espero que esteja bem. Quanto a Ada não se preocupe,
ela prometeu não contar nada para a sua mãe, portanto, fique tranquila.”
Eu sei que é algo momentâneo, mas as suas palavras me deixam aliviada e feliz ao mesmo tempo.
“Estou com saudades, mamãe.
Eu vou dormir na casa de Ana, volto para casa amanhã,
após a aula. Amo você.”
“Vou morrer até lá L.
Tudo bem, meu amor, mas que seja amanhã cedo,
senão não suportarei. Não fique até tarde na rua. Eu te amo.”
As palavras de Christopher me atingem como nunca tinha acontecido antes.
“Eu também amo você.”
Limpo uma lágrima que insiste em sair.
— Com quem está falando, meu amor?
Volto à realidade ao ouvir a voz de Felipe, que pergunta com curiosidade ao aproximar seus lábios da minha orelha, cochichando como se estivesse me contando um segredo.
— Ah, eu... eu... — gaguejo, tomo um gole do meu refrigerante e encaro Ane, que me olha com uma expressão assustada. Respirando fundo, volto a minha atenção para Felipe, que ainda mantém os seus olhos em mim e o lindo sorriso nos lábios. — Estava avisando a mamãe que eu vou dormir na casa de Ane.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Padrasto 1
?...
Cadê os outros capítulos...
?...
??...
Libera mais...
Cadê os outros capítulos?...
Não teve ainda atualização dos capítulos...