O Padrasto 1 romance Capítulo 7

Resumo de Capítulo Quatro: O Padrasto 1

Resumo de Capítulo Quatro – Uma virada em O Padrasto 1 de Deane Ramos

Capítulo Quatro mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Padrasto 1, escrito por Deane Ramos. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

I Want you to love me

Like I’m a hot ride

Keep Thinkin’ of me

Doin’ what you like

So boy forget about the world

Cuz it’s gon’ be me and you tonight

I wanna make you beg for it

Then imma make you swallow your pride.

Only Girl (In the World)

Rihanna

Alguns minutos após deixarmos a minha casa, sentada ao lado de Felipe, mas tendo os pensamentos em Christopher e na ceninha de ciúme que ele protagonizou e que me deixou um tanto confusa por não saber se realmente estava com ciúmes ou era apenas mais um dos seus teatros, nós seguimos ao encontro de Ane e Bruno.

— Eu espero que não tenha causado problemas com o seu padrasto. — Felipe quebra o silêncio.

Eu o fito de soslaio, o seu olhar sobre mim é curioso. Eu gostaria que esse assunto não tivesse saído de dentro de casa, mas, por outro lado, eu não posso ficar fugindo de todos os assuntos relacionados ao meu padrasto.

— Não dê muita importância a Christopher, minha mãe irá amansá-lo. — Desvio a minha atenção das ruas movimentadas e o encaro, sorrindo, mas o meu sorriso não alcança os olhos. — Mas, Felipe — entrelaço minha mão com a dele e fito seus lindos olhos que estão sobre mim atentamente —, eu quero que você me entenda e saiba que eu adoro estar em sua companhia, gosto disso que temos, sem exigir nada em troca.

— Porque é o que você quer. O que você está querendo dizer com isso, Julha? — Ele desvia o olhar do meu.

— Sim, é o que eu quero, porque você não merece que eu o magoe, que o faça sofrer. Eu sou uma porra de garota estragada, cheia de problemas familiares e não quero te arrastar para o meio disso. Não, você não merece.

— Do que está falando? — Ele volta a me olhar. — Você ao menos perguntou pra mim se eu não quero fazer parte disso? Porque sim, eu quero, Julha, quero fazer parte da sua vida não só como uma transa de uma noite ou uma amizade colorida, mas como seu namorado. Eu quero estar na sua vida com toda a porra de defeito que você tem e quero que você me permita te amar, porque eu não vou me afastar de você.

— Eu não posso. Não posso te dar mais do que isso. Desculpe-me.

— Não pense que eu vou me afastar de você porque está agindo desta forma. Eu não vou.

— Okay — digo, exausta, porque sei que ele não vai me ouvir, não agora. —Vamos falar sobre isso em outro momento.

— Está bem, minha princesa, vamos deixar as coisas como estão. Eu só peço que não se afaste de mim e me permita sentir por nós dois. — O lindo sorriso dele é solícito, ilumina o seu rosto e de alguma forma me transmite a paz que eu tanto preciso.

Ah, como eu gostaria que as coisas fossem de outra maneira.

Em alguns minutos, o carro vira a esquina do quarteirão que dá acesso à casa da minha amiga. De longe, já se pode ver uma movimentação estranha em frente à casa dela. Eu fico desconfiada de que ela está aprontando uma das grandes, que o nosso programa não será apenas entre amigos assistindo a um filme de romance, comendo pipoca e tomando refrigerante cola, como ela havia sugerido. Bufo, frustrada, no exato momento em que o carro para em frente à casa dela. Ane realmente está aprontando.

— Obrigada, senhor Coel — Felipe agradece enquanto o homem gentilmente abre a porta do carro para que possamos descer.

— Disponha, senhor. Senhorita.

— Obrigada — agradeço e saio do carro, passando pelo homem.

Ele assente com a cabeça, retribuindo o breve cumprimento com um sorriso amistoso. Felipe segura a minha mão, entrelaçando os nossos dedos.

— O que está acontecendo aqui? — Felipe pergunta, voltando a atenção para mim como se eu soubesse. Ele me olha confuso, seu cenho franzido.

— É o que eu quero saber. — Dou de ombros, estou tão surpresa quanto ele. — Nós vamos descobrir juntos. — Ouvimos um limpar de garganta que chama a nossa atenção. Só então notamos que o motorista ainda está aqui.

— A que horas o senhor deseja que eu venha buscá-los.

— Desculpe–me, Coel, eu não sabia que ainda estava aqui. Não se preocupe, eu ligo quando estivermos prontos.

— Sim, senhor.

— Por favor, Coel, sem essa de senhor, apenas Felipe — diz de maneira gentil.

— Sim, senh... — Ele dá um sorriso divertido. — Claro, Felipe.

Nós nos despedimos do motorista e seguimos para a entrada principal da casa, onde notamos que Ane e Bruno estão com mais convidados do que o combinado. Além do som alto, há também uma grande movimentação dentro da casa.

Surpresos, Felipe e eu nos entreolhamos. Eu arqueio as sobrancelhas e ele me fita em espanto antes de dar de ombros, está tão confuso quanto eu. Mais alguns passos e já estávamos na entrada principal da casa com um jardim arborizado, dezenas de tipos de flores bem-cuidadas revelam o carinho que a família tem por elas. Eu percorro os olhos à nossa volta e não tenho mais dúvida de que Ane está dando uma festa. A minha amiga está ficando maluca.

Entramos na sala de estar e eu vejo muitos rostos conhecidos desfilando pela casa — alguns dançando, outros bebendo e muitos já bêbados. Petrificada com o que acontece ao meu redor, olho um pouco mais à frente e vejo Nilay aos beijos com um garoto do segundo ano, que parecia querer comê-la viva. Ane ultrapassou todos os limites ao dar essa festa.

— Uau! Isso aqui está muito animado — diz Felipe, me despertando do meu devaneio e me fazendo revirar os olhos ao ouvir o tom animado que a sua voz carrega.

— É, está — digo, sem ânimo. Olhar para todas essas pessoas bêbadas e felizes só me faz ter mais certeza de que aqui é o lugar onde eu não queria estar, não hoje.

Ane não demora para notar a nossa presença, e quando percebe vem correndo em nossa direção.

— Vadia, que saudades eu estava de você. — Ela me recebe em seu modo carinhoso de ser envolvendo os braços em volta do meu pescoço e me puxando para um forte abraço.

Solto a mão de Felipe, que nem mesmo me recordava estar segurando, e envolvo o corpo da minha amiga enquanto me equilibro para não cair.

— Eu também estava com saudades, sua sem juízo. — Retribuo o carinho.

— E então, como foi de viagem? — pergunta ao se afastar do abraço. Ela carrega nos lábios um pequeno sorriso irônico que não passa despercebido para mim.

Meu coração bate acelerado, o medo de que Ane continue com seu interrogatório na presença de Felipe percorre o meu corpo.

— Foi tudo bem — digo apenas, então ela me fita com desconfiança. — Agora me diga, o que é essa gente toda? — Tento mudar de assunto, mas ela parece não me ouvir.

— Você me fez muita falta — diz num tom doce e me dá um beijo estalado no rosto. Ela está levemente alcoolizada, sinto o cheiro forte de álcool exalando de sua boca. — Você está linda. — Ela pega em uma das minhas mãos e me faz dar uma voltinha. — Está bronzeada — completa, batendo o seu ombro contra o meu, brincando, e sorri com malícia.

— Não como você, mas agradeço o elogio.

Ane realmente estava muito bonita. O seu corpo escultural está coberto por um short jeans branco e um cropped amarelo, que combina perfeitamente com o par de sapatilhas da mesma cor. O seu longo cabelo está com grandes cachos soltos em seus ombros, emoldurando seu lindo rosto.

— Oi, Fê. Desculpe a minha falta de educação — cumprimenta Felipe com um beijo no rosto.

— Oi, Ane, sem problemas. Eu sei que a sua amiga rouba mesmo sem querer a atenção de todos. — Ele dá um sorriso com uma expressão carinhosa, cumprimentando a minha amiga gentilmente.

— Agora venham, vamos entrar e nos juntarmos ao restante do pessoal. — Seguimos Ane para dentro da casa e nos embrenhando no meio de alguns colegas da escola. Ane nos guia até Bruno, que conversa com um grupo de garotos do primeiro ano.

Eu fico espantada ao constatar que tem muito mais pessoas do que imaginei.

Cadê o filminho, a pipoca e o refrigerante que nos acompanhariam em um programa para casais? Céus, alguém pare a minha amiga. O barulho é ensurdecedor.

— Amor, olha só quem chegou — Ane diz, quase que gritando para ser ouvida. Ela envolve os braços em volta da cintura do namorado, que se derrete, apaixonado.

— Até que enfim vocês chegaram. — Ele se afasta do abraço de Ane e se aproxima de mim.

— Oi, Bruno, tudo bem?

— Tudo bem. — Ele assente com a cabeça. — Como foi de viagem? Felipe, meu caro. — Ele se afasta de mim e vai cumprimentar Felipe com um aperto de mão.

— Graças a Deus correu tudo bem — digo apenas. Recordar a maravilhosa semana que passei na companhia de Christopher faz com que o meu peito aperte de saudade. Eu daria a minha vida para reviver tudo outra vez.

— Vamos pegar umas bebidas. — Ane se vira para Bruno. — Nós vamos até o bar, já voltamos — grita e sai me puxando pelo braço sem me dar a chance de recusar.

— Quer me derrubar? — digo, me equilibrando sobre as minhas pernas.

— Pare de fazer drama. — Revira os olhos e dá um largo sorriso divertido.

— Drama será quando todos assistirem, em rede nacional, à sua morte assim que seus pais descobrirem que você deu essa festa e convidou a escola. Sem contar a altura do som. Eu ainda não sei como seus vizinhos não chamaram a polícia.

Ela revira os olhos e, em seguida, saca o controle remoto que está no bolso do seu short e diminui o volume. Um pequeno burburinho se ouve, algumas pessoas parecem não ter gostado nada disso. Dane-se se eles gostaram ou não, porque se der algum problema, esses são os primeiros a correrem.

— Hoje você está trabalhada no drama.

— Drama? Sério? Olha a quantidade de pessoas que tem nessa festa — digo, olhando em volta e a fazendo parar bruscamente. — Achei que fôssemos apenas nós — grito, encarando-a com os olhos semicerrados.

Ela dá uma gargalhada jogando a cabeça para trás, e depois passa o braço em volta do meu pescoço.

— Ah, qual é? São só alguns colegas — diz com um riso sarcástico nos lábios.

— Alguns colegas? Olhe só para isso. — Reviro os olhos.

— Vamos nos divertir, deixa de ser chata — diz, fazendo um biquinho.

Eu rio, divertida, não consigo ficar irritada com ela por muito tempo, então envolvo um dos meus braços em sua cintura.

— Tudo bem, mas não garanto comparecer ao seu velório — brinco.

Espero alguns minutos para que o zumbido que se instalou em meus ouvidos os deixem, então, balançando mais que árvore no meio de um vendável, volto a minha atenção para Christopher, que mantém seu olhar ameaçador sobre mim.

— Essa é ouvirr... ouvil... ouve. — Sou acometida por uma crise de riso ao me dar conta da dificuldade que encontro para expressar tão simples palavras.

— Chega. Você ultrapassou todos os limites.

Sou surpreendida por Christopher que me tomando em seus braços e me jogando sobre seus ombros. Meu rosto cola na base da sua coluna, enquanto o meu longo cabelo cobrem o meu rosto, envergonhada por ter chamado a atenção de todos que, como uma criança levada que acabou de aprontar, está sendo repreendida pelo pai, mas no meu caso, pelo padrasto.

— Christopher, me solte — grito, enquanto dou socos em suas costas. Nada mais se ouve além dos meus gritos, ninguém ousa o contrariar.

Ignorando os meus protestos, chegamos perto do seu SUV estacionado em frente à casa de Ane. Depois de me colocar em pé, ele segura em meus ombros e me chacoalha, parecendo furioso.

— Olhe aqui, mocinha, eu não vou admitir que você me agrida como a criança mimada que é, quando estou fazendo isso apenas para o seu bem. Evitando que cometa mais um erro. — Ele agarra o meu antebraço com uma mão, enquanto a outra abre a porta do carro.

— Me solte, Christopher. Agora — grito. Mesmo cambaleando, eu consigo me soltar dele.

Ele me fita ainda mais furioso ao notar o pequeno aglomerado de pessoas se formando à nossa volta, então segura o meu braço mais uma vez e puxa o meu corpo mais para perto do dele, colando seus lábios no lóbulo da minha orelha. Minha pele fica arrepiada com a aproximação.

— Não discuta comigo, vamos embora agora desse lugar. O idiota daquele moleque que você chama de namorado não foi homem o suficiente para te arrastar até em casa — diz entredentes enquanto segura a porta do carro aberta para que eu entre.

Com um pouco de dificuldade, eu me sento no banco do passageiro antes de Christopher passar o cinto de segurança sobre mim e o afivelar.

— Não se atreva a sair daqui ou eu juro que te dou umas palmadas — diz com o seu corpo ainda inclinado e com os lábios perto dos meus.

Nossos olhos estão cravados no outro, nossa respiração é ofegante. Christopher está tão próximo que por pouco não nos beijamos, só nos damos conta da loucura que íamos cometer quando ouço Ane gritar o meu nome. Christopher se afasta, então olho através da janela do carro e vejo a minha amiga se aproximando, aflita. Ela tenta se aproximar do carro, mas Bruno a impede.

— Me deixe, Bruno, eu preciso falar com a Julha.

— Não, Ane, você só vai arrumar mais problemas pra ela.

— Eu estou bem, amiga — digo com a voz embaralhada. — Amanhã nos falaremos na escola.

— Está bem. — Ela assente com a cabeça. A pobrezinha está tão pálida.

— Senhor Cloney... — Bruno tenta, falhando miseravelmente intervir.

Christopher está irredutível. Ele caminha em direção ao seu lugar no carro, mas num rompante ele para, se vira na direção de Ane e a fita com cara de poucos amigos.

— Os seus pais ficarão sabendo o que houve aqui, Ane. É melhor acabar com essa festa antes que alguém chame a polícia. — Ela nada diz, apenas concorda fazendo sinal afirmativo com a cabeça, afinal, Christopher tem razão. — E você, meu rapaz — ele fita Bruno, que tem uma expressão assustada —, já é um homem e deveria ter juízo e evitar que tudo isso acontecesse. Controle a sua mulher, porra — diz, irritado.

Eu aceno para os meus amigos com um sorriso irônico nos lábios, que aplaudem achando tudo muito divertido, por fim. Christopher, que está lindo mesmo estando com raiva, dá partida no carro e seguimos em silêncio por algum tempo. Só quando estou mais calma é que penso no que eu havia feito e acabo escondendo o rosto entre as mãos. Eu nunca havia me comportado dessa maneira, o que meu pai diria se visse o que fiz nos últimos dias? Não estou envergonhada por ter beijado Giovana, mas por ter bebido além da conta.

— O que você estava querendo com toda aquela cena? — Sua voz soa dura, cortante, ao quebrar o silêncio.

Eu o fito de soslaio, mas ele continua sem tirar os olhos da estrada. Finjo que essa conversa não é comigo ao voltar a minha atenção para a estrada.

— Eu lhe fiz uma pergunta, Julha.

Olho em sua direção e por alguns minutos ele também me olha, mas não consigo decifrar a expressão que está em seu rosto.

— Do que você está falando? — pergunto.

— Não se faça de louca, porra. — Ele ri com ironia. — Você sabe do que eu estou falando. Se eu não tivesse chegado a tempo, você teria transado com aquela garota, caralho. — Ele dá um soco no volante do carro. — Você sabe o que fez? — pergunta em um tom de reprovação.

Sim, eu sei que fiz merda, e das grandes, mas já estou arrependida. Christopher não precisa me lembrar disso, nem mesmo sob tortura irei admitir. Não para ele.

— Eu faço o que eu quiser da minha vida, você não tem nada a ver com isso — digo entredentes.

— Você não muda, não é mesmo, Julha? Mimada, idiota... porra. Você só quer chamar a atenção de todos. — Suas palavras, que eu já ouvi dezenas de vezes, me machucam como nunca tinha feito antes.

— Dane-se o que você pensa a meu respeito, Christopher — engulo em seco, impedindo que as lágrimas caiam —, não me interessa a sua opinião sobre mim. Pedi para que você viesse me buscar? Não — grito. — Você foi porque quis, da próxima vez não apareça. Ou melhor, faça um favor a nós dois, não me olhe e me dirija a palavra. Esqueça que eu existo — grito, com raiva, totalmente descontrolada.

Não demora muito para chegarmos a casa. O carro para na garagem, rapidamente eu abro a porta e, com um pouco de dificuldade, saio correndo com lágrimas nos olhos. Adentro a casa e, cambaleante, atravesso a sala escura esbarrando em alguns móveis. Com um pouco de dificuldade, eu encontro a escada e sigo para o meu quarto. Agradeço aos céus pela luz do corredor estar acesa. Paro na frente da porta do meu quarto e a abro, então entro no cômodo silencioso. Eu me recosto na porta e deslizo o corpo até o chão, chorando copiosamente. Eu não quero olhar para Christopher, não quero falar com ele e nem mais sentir o seu perfume, seu toque, o sabor dos seus lábios. Mais do que nunca, eu quero ir embora desse lugar.

Um tempo depois ouço passos na escada, então a minha respiração acelera em antecipação. Por um momento, eu tenho a sensação de que ele vai bater à minha porta. Espero por alguns minutos, mas nada de Christopher. Estou me odiando mais que tudo neste momento. Ele é tão ou mais orgulhoso do que eu para se desculpar. Dane-se, eu não quero as desculpas dele.

Eu me levanto e com passos largos vou até o banheiro, tiro a maquiagem e, em seguida, arranco a roupa como posso e sigo para dentro do boxe. Depois de lavar o cabelo e de um banho rápido, sigo para o closet e visto uma camisola. Ao voltar para o quarto, pego o controle do aparelho de ar condicionado e coloco o mais gelado possível. Eu me jogo na cama e me cubro com o edredom mais grosso até a cabeça, em poucos minutos sou coberta por uma névoa escura e acabo adormecendo.

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