O Padrasto 1 romance Capítulo 8

Resumo de Capítulo Cinco: O Padrasto 1

Resumo de Capítulo Cinco – Capítulo essencial de O Padrasto 1 por Deane Ramos

O capítulo Capítulo Cinco é um dos momentos mais intensos da obra O Padrasto 1, escrita por Deane Ramos. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Eu estou saindo do controle sim, eu sei,

devido a problemas pessoais que estou tendo em casa.

Estou machucando pessoas que não têm nada a ver com o que estou vivendo

no momento, e ninguém além de mim é culpada por isso.

Julha Thompson

Sou despertada pelo soar estridente do meu aparelho celular que insistentemente toca, avisando-me que o meu dia acaba de iniciar.

— Hum — um gemido rouco escapa dos meus lábios. Minha cabeça lateja. Viro-me lentamente na cama e levo as mãos à cabeça ao sentir uma forte dor incômoda ao me recordar do meu exagero com a bebida da noite anterior.

Deslizo o corpo preguiçoso sobre o fino lençol de seda que mamãe sempre fez questão que estivesse presente em nossas vidas e estico o braço em direção ao criado-mudo, alcançando o barulhento celular para deslizar o dedo na tela e desbloquear o aparelho. Silêncio, até que enfim. Fito o relógio digital na tela e constato que eu havia dormido mais do que pretendia.

— Oh, merda — vocifero.

Com um pouco de dificuldade, eu me coloco fora da cama ainda enrolada no edredom. A minha cabeça lateja, a visão está embaçada, sem contar a ressaca. No banheiro, prendo o meu cabelo em um coque bagunçado e lavo o meu rosto, iniciando a minha higiene matinal.

Jogo o edredom que está com um péssimo odor de bebida envelhecida em um canto do banheiro e entro no boxe para tomar um banho rápido. Por um breve momento, os meus pensamentos se voltam para as lembranças da noite passada.

— Droga — digo baixinho antes de encostar a testa no vidro frio do boxe, deixando as lágrimas correrem acompanhadas do gosto amargo da culpa me castigar.

Julha Thompson, você só faz besteiras. Acusa-me o meu demônio interior.

Frustrada, eu bufo e volto a me concentrar no banho. Era para ser um banho rápido, mas acabo demorando mais tempo e chego à conclusão que não é uma boa ideia ficar pensando nas besteiras que faço na vida embaixo do chuveiro. O melhor é não fazer besteiras. De banho tomado, visto o roupão, enrolo a toalha no cabelo ensopado e sigo para o closet. Decido colocar uma calcinha em algodão nada sexy e, em seguida, o uniforme, calço meu par de tênis e volto ao banheiro para pentear o cabelo. Encaro a minha imagem através do espelho e percebo que não estou tão ruim assim.

— Bom dia, querida.

— Bom dia, Adinha — eu a cumprimento ao vê-la parada de pé com os seus braços cruzados na altura do peito em frente à porta do banheiro. Não sei em que momento ela surgiu ali.

— Como passou a noite? — Sua voz soa preocupada, sei que ela deve ter me ouvido chegar, sempre foi cuidadosa comigo, nunca dorme antes de ter certeza que estou em casa em segurança.

— Bem, na medida do possível. — Fecho os olhos e respiro profundamente ao sentir uma fisgada na cabeça. — Preciso de uma aspirina, minha cabeça está me matando.

— Você não pode beber desta maneira, Julha. Você é muito jovem.

— Prometo me controlar da próxima vez. — Volto a minha atenção para ela através do espelho e lhe dou uma piscadela marota.

— Menina, estou falando sério. Você sabia que o alcoolismo mata 3,3 milhões de pessoas por ano no mundo?

— Eu sei, Ada, eu sei, mas isso não quer dizer que vou me tornar uma alcoólatra — rebato para tranquilizá-la.

— Controle-se, menina, ou você só irá perceber que está no fundo do poço quando não puder mais sair dele. — Ela tem razão, então assinto com a cabeça em concordância. — Eu vou providenciar a sua aspirina. — Ela se movimenta para sair, mas eu a impeço.

— Onde mamãe está?

— Ela saiu com Christopher e não voltam para o almoço. — Então se vira para sair, mas volta de repente. — Eu já ia me esquecendo. O que vai querer para o almoço?

— A cabeça do meu padrasto — digo sem pensar.

— Credo, Julha. Isso é coisa que se diga, menina? Graças a Deus a sua mãe não está aqui para ouvir estas barbaridades.

Dou de ombros. Por que eu tenho que me preocupar com o que eu digo para não machucá-la, se ela nem mesmo se importa comigo?

— Querida, eu sei que você não gosta de ficar sozinha, mas a sua mãe estava precisando desse momento a sós com o marido. Acho que você não percebeu, mas o casamento da sua mãe está passando por uma crise. Acho que o seu padrasto não faz de propósito, não pense que ele quer roubar a sua mãe de você, ele apenas quis dar a ela um pouco de descanso, não demorarão a...

— Ela não tem mais tempo para mim, Ada, você sabe muito bem disso — eu a interrompo.

Estou me comportando como uma criança mimada? Sim, estou, mas qual é a criança que não deseja ter a mãe ao seu lado?

— Não seja ingrata, menina, sua mãe faz tudo por você.

— Eu sei, Ada — digo, tomando caminho de volta para o meu quarto, onde pego a minha mochila e sigo para a sala de jantar, com ela me seguindo. — Eu não sei por que você a defende tanto. — Eu me sento à mesa, abro o guardanapo no meu colo e me sirvo de um copo de suco.

— Eu não estou defendendo ninguém, estou sendo justa. É diferente.

Irritada, não com a Ada, mas ao imaginar que o cretino do Christopher está vivendo uma segunda lua de mel com a minha mãe, jogo o guardanapo sobre a mesa, afasto a cadeira e saio.

— Aonde você vai? Menina, você não vai tomar café? — Ela me segue e isso me deixa ainda mais nervosa.

— Perdi a fome — respondo mais ríspida do que gostaria.

— Mas o que foi que deu em você? Espere, Julha, eu vou buscar a aspirina.

— Não precisa se incomodar, a minha dor de cabeça passou — grito por cima do ombro e saio, batendo a porta atrás de mim.

Eu bufo, exausta com esse furacão chamado Christopher Cloney que se instalou em minha vida. Respirando fundo para me acalmar, eu me dou conta de que a minha mãe não está cometendo crime algum, ela está apenas vivendo sua vida, enquanto eu fico com o gosto amargo do ciúme na boca me consumindo.

Pensar que estão vivendo uma nova lua de mel me machuca muito, mas o que eu esperava?

Por Deus, estou enlouquecendo. Balanço a cabeça para afastar os pensamentos. É melhor não pensar, quero muito que esses dois meses passem depressa, tenho que partir o mais rápido possível. Eu não posso mais adiar, quanto antes ligar para a vovó e preparar tudo para contar para a mamãe, melhor, assim evitarei problemas maiores. Sigo para a garagem e encontro o motorista me aguardando com a porta do carro aberta.

— Bom dia, senhorita — ele me cumprimenta com um largo sorriso nos lábios.

— Bom dia, José. — Entro no carro e José fecha a porta, em seguida toma o seu lugar no banco do motorista.

— Para casa dos Clark, José.

— Está bem, senhorita.

O carro percorre a avenida movimentada enquanto a cena da noite anterior invade os meus pensamentos.

— Está tudo bem, senhorita?

Saio do meu devaneio quando José chama a minha atenção, me encarando pelo retrovisor.

— Estou bem, José, apenas com um pouco de dor de cabeça.

— Eu mantenho o hábito que seu pai tinha de carregar a aspirina que você tem o costume de tomar guardada no porta-luvas.

Fico emocionada ao ouvir as suas palavras. É tão bom quando sentimos que estamos sendo cuidados por alguém. Papai, mesmo não estando presente, pensava em cada detalhe para o meu bem-estar. Ao paramos no sinal, ele pega uma pequena cartela que contém os comprimidos e me entrega.

— Obrigada, José — dou um sorriso em agradecimento.

— Não por isso, senhorita. Lamento não ter uma garrafa de água para lhe oferecer.

— Não se preocupe, José, eu engulo sem água.

Ele assente com a cabeça, ainda me fitando através do espelho retrovisor e, em seguida, coloca o carro em movimento. Em poucos minutos, José está estacionando em frente à casa de Ane. Fico surpresa em ver que está tudo organizado, nada denuncia que uma festa havia acontecido ali.

— José, buzine, porque eu acho que essa maluca ainda está dormindo.

— Sim, senhora.

Algum tempo depois, surge no jardim uma Ane cambaleante caminhando para o meu carro. Olho através da janela e a vejo se aproximar, então abro os lábios em espanto quando percebo que a sua expressão está pior do que imaginei.

— Bom dia, senhorita. — José se adianta para abrir a porta, mas Ane ergue a mão, impedindo que ele continue. Contrariado, ele volta ao seu lugar enquanto a minha amiga entra no carro e joga o seu corpo no banco ao meu lado.

Escondo um sorriso divertido que insiste em sair ao ver o seu estado deplorável. Pobre Ane.

— Está rindo do que, idiota? — pergunta, voltando sua atenção para mim.

— Desculpa, amiga — solto uma gargalhada e fico rindo por alguns minutos sob o seu olhar de deboche, então respiro fundo e volto a falar. — Você está acabada.

— Rá, rá, rá. Muito engraçado, Julha Thompson. — Ela revira os olhos. — Posso não estar com a melhor aparência, mas não fui eu quem quase transei com uma garota no meio da festa diante de todos.

— Cale essa boca — digo entredentes e levo a mão em direção aos seus lábios, mas ela desvia. — Não exagere — eu rio, divertida. — Me diz, como foi a festa ontem depois que fui embora? — brinco e ela me fita com os olhos semicerrados, então ergo as mãos na altura dos seios em sinal de rendição, e reprimo um sorriso que insiste em sair quando ela leva a mão à cabeça.

— O que foi aquilo ontem? — pergunta, me fazendo lembrar da cena ridícula que Christopher me fez passar.

— O beijo na Gio? — digo com ironia, pois sei que não é sobre o beijo que ela está se referindo. — Até ontem eu nunca havia beijado uma garota. Foi diferente, bom — gargalho, mas paro quando noto que Jose me fita através do retrovisor.

— Você sabe que não é disso que estou falando.

— Então não sei do que se trata. — Dou de ombros.

— Eu a relembro. Estou falando da forma em que o seu pãodrasto a levou da festa. Pela expressão que ele tinha, todos, ou boa parte dos nossos amigos, notou que ele estava se mordendo de ciúme. — Suas palavras me deixam feliz sim, mas não posso me iludir.

— Ciúmes? — gargalho, chamando mais uma vez a atenção de José. — Não seja ridícula. Christopher faz questão de mostrar a todo mundo o quanto me detesta e você sabe bem disso.

— Isso é o que você quer acreditar — provoca.

— Ele só foi até lá a pedido da minha mãe — esclareço e ela me encara com incredulidade.

— E a viagem? Você tem muito o que me contar, não é mesmo?

— Isso é assunto para uma outra hora.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que ela volta a quebrá-lo.

— Ele contou para a sua mãe?

— Eu não sei. — Volto a olhar para a cidade que não dorme através da janela do carro. — Quando eu acordei já tinham ido para a fazenda dos Cloney. — Minha voz soa triste.

— A mesma fazenda que vocês estiveram esses dias? — Sua voz soa com espanto. Volto a minha atenção para ela e assinto com a cabeça, não conseguindo evitar as lágrimas que se formam em meus olhos. — Ah, amiga, eu sinto muito. — Ela me envolve em seus braços em um abraço carinhoso.

— Não demore. — Ela beija rapidamente o meu rosto e, em seguida, sai em passos largos.

Na cantina, eu compro um refrigerante gelado para me ajudar na ressaca. Por sorte, a dor incômoda que se instalou em minha cabeça mais cedo desapareceu. Abro a lata de refrigerante e dou um generoso gole, que desce rasgando a minha garganta, só então vou ao encontro dos meus amigos. Ao me aproximar, sinto o clima tenso. Como já era esperado, Felipe, ao ver minha aproximação, não faz questão de disfarçar o incômodo que é ter a minha presença ali. Ele se vira para os meus amigos, que também me observam atentamente, diz algumas palavras e sai. Eu não vou desistir de conversar com ele, então corro em sua direção.

Me odiar é um direito dele, mas me explicar é um direito meu. Se ele não quiser mais me ver, irei aceitar a sua decisão, mas antes ele terá que me ouvir. Ele para e volta a sua atenção para mim antes de bufar, exasperado. O seu rosto carrega um tom avermelhado, visivelmente irritado. Ao fitar os seus olhos carregados de decepção, sou golpeada pela culpa. Seu olhar queima a minha mão que toca o seu braço, então eu a puxo de volta.

— Nós precisamos conversar.

— Em outra hora, Julha, estou voltando para a sala, tenho que estudar para a prova. — Ele desvia o olhar.

— Você mente muito mal. — Dou a ele um sorriso sacana. — E não tomarei mais que cinco minutos do seu tempo — insisto.

— Olha, Julha, sobre ontem... acho melhor esquecermos tudo o que houve. — Ele está relutante, mas eu não desisto.

— Felipe, eu só peço que me ouça — peço em tom de súplica.

— Seja breve — diz com indiferença.

Se fosse em outra circunstância, eu o mandaria para o inferno e voltaria pelo mesmo caminho que eu vim, mas a situação é outra e o melhor a ser feito é ignorar a sua frieza, engolir a raiva e seguir com o que eu havia planejado. Eu sei que me comportei mal com Felipe, mas mesmo que eu tenha errado muito com ele, eu mereço uma segunda chance. E não sairei daqui sem alcançá-la.

— Bom, eu quero pedir desculpas por ontem. Sei que meu comportamento tem deixado a desejar. Você soube do que houve entre mim e Giovana.

— Julha, poupe-me dos detalhes — diz, visivelmente enojado.

— Não precisa nem pedir. Olha, Felipe, não estou tomando o que vou lhe dizer como desculpa, é mais como uma explicação. Eu estou saindo do controle sim, eu sei, devido a problemas pessoais que estou tendo em casa. Estou machucando pessoas que não têm nada a ver com o que estou vivendo no momento, e ninguém além de mim é culpada por isso.

Ele desvia o olhar, a sua irritação irradia pelos poros, mas não o julgo por isso. A minha situação com Christopher me incomoda muito e acabei magoando quem menos merecia. Eu estou arrependida por toda a tristeza que eu causei ao Felipe e só vejo uma forma de obter o seu perdão. Num impulso, eu me jogo em seus braços e o pego de surpresa ao envolver o seu pescoço.

— Julha — Ele quer me impedir, mas sua voz levemente embargada revela que ele me deseja mesmo com toda a raiva que está sentindo.

— Me perdoe, por favor. — Tomo o seu rosto entre as mãos.

— Alguém pode nos ver. E não tem que se desculpar, você já tinha me avisado que temos apenas uma amizade colorida.

Eu não me importo se formos pegos pela inspetora ou diretora da escola, desde que Felipe e eu façamos as pazes.

— Eu não fiz para te machucar, eu estava bêbada. Ada tem razão quando diz que não devo beber, só faço besteiras.

— Esquece, Julha, deixe isso pra lá. — Ele tenta se afastar, mas eu o pego de surpresa e colo os nossos lábios e, em seguida, dou uma leve mordida em seu lábio inferior. Ele solta um gemido e fecha os olhos com força na tentativa frustrada de controlar o seu desejo, enquanto eu quero que o perca. Ele suspira em meus lábios e os abre lentamente para me dar passagem.

Minha língua invade a sua boca em busca da dele e ao encontrá-la iniciamos uma dança sensual, quente e excitante. Ele envolve os braços em minha cintura e puxa o meu corpo mais para perto do seu, me fazendo estremecer ao sentir a sua ereção contra minha barriga. Um gemido rouco escapa dos meus lábios quando a sua mão desliza para a minha nuca, segurando firme, fazendo o meu corpo arrepiar em resposta.

— Julha — sôfrego, ele sussurra o meu nome entre os beijos.

— Estou aqui, querido, pra você.

— Você é danadinha — diz ao pararmos o beijo. — Você já imaginou se alguém nos pega?

— Isso não vai acontecer, estamos sozinhos — digo, olhando à nossa volta e vendo que a única coisa por perto são algumas salas vazias.

— Ainda assim corremos risco. — Em um gesto carinhoso, ele leva a ponta do dedo indicador ao meu nariz.

— Você tem razão, prometo me comportar. — Ele entrelaça a mão com a minha. — Estou perdoada?

Ele fica por alguns minutos me observando, fingindo pensar.

— Sim, você está perdoada, senhorita Thompson. — Felipe me envolve em seus braços e beija o topo da minha cabeça.

— Graças a Deus fizeram as pazes — diz a minha amiga ao se aproximar junto com o seu amado. Ela me abraça, enquanto Bruno e Felipe dão o costumeiro toque de mãos seguido de um abraço com tapinhas amigáveis nas costas.

— Que bom que vocês se entenderam, cara.

— Essa mulher me dobra. — Ele me envolve em seus braços em um abraço apertado. — Eu sou louco por ela.

Olho em seus olhos e vejo que carrega um brilho diferente. Volto para a minha sala me sentindo mais aliviada, eu não queria ter que partir sem deixar as coisas normalizadas com Felipe. Após deixar Ane em casa, sigo para minha. Minutos depois, atravesso a sala silenciosa e, em passos largos, subo para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim. Enquanto sigo para o banho para deixar a água lavar para longe toda a exaustão do dia, o meu telefone toca, mas decido ignorá-lo.

Termino o banho quando sinto minhas mãos e pés enrugados. Depois de vestir short jeans e regata preta, meu corpo fica arrepiado quando o vento do outono adentra o cômodo e o lambe, me fazendo suspirar. Prendo meu cabelo em um coque frouxo e sigo para sala de jantar.

— Adinha amor, eu chegu... — Paro assim que percebo que Ada não está aqui. Meu coração bate acelerado e minha respiração se torna ofegante.

Mas que diabos ele está fazendo aqui? Penso, mas não digo nada, minha voz denunciaria o quanto ele mexe comigo.

— Boa noite, pequena — Christopher diz.

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