O pecado original romance Capítulo 7

A primeira fase do processo seletivo proposto pela empresa era composta de um teste psicológico. Ao longo de sua jovem vida, Jonathan já havia passado por alguns daqueles. Seu pai lhe havia dado algumas dicas e, despreocupado, terminou a prova quando o sol já estava alto no céu.

Não havia conseguido tirar da cabeça o sonho vívido que havia tido na noite anterior. Dormira pensando na esposa de seu primo e em como, por acidente, havia flagrado várias vezes, ângulos muito reveladores sobre partes muito íntimas de seu corpo.

Por vezes, pensava que a mulher o fazia de propósito, mas seria presunçoso de sua parte achar tal coisa. A culpa recaía sobre si mesmo, por não estar habituado aos costumes da cidade grande. Onde morava, no interior, era comum que as mulheres escondessem seus atributos ao receber visitas. Caso viesse a passar pelo processo seletivo, pensou, não teria problemas em se habituar aos costumes da cidade.

Só não sabia, no entanto, se seria capaz de resistir a seus próprios impulsos caso continuasse a conviver com Eva. Sabia que, caso se sentisse provocado demais, acabaria fazendo algum comentário que poderia vir a ofende-la. No dia anterior, inclusive, não havia sido capaz de desviar o olhar quando a mulher havia caído na porta de entrada, nem quando ela se curvou na sua frente enquanto liberava espaço no guarda-roupas, olhar pelo qual recebera uma reprimenda e que o deixara profundamente envergonhado. E nem quando, vestida em um micro short que não era capaz de cobrir absolutamente nada, ela havia se dobrado para alcançar uma toalha para ele na lavanderia. As calcinhas que Eva usava não o ajudavam, mas, pelo bem de sua estadia, faria de tudo para controlar seus impulsos. Coisa que conseguiu cumprir por muito pouco quando, ainda vestida no micro short, Eva sentara-se com as pernas cruzadas em borboleta sobre o sofá, posição que deu-o uma visão muito detalhada de sua intimidade.

Na noite anterior, por conta do calor insuportável que fazia no quarto de visitas, havia migrado para a sala do apartamento, onde uma brisa agradável se fazia constantemente presente. Somente assim havia conseguido dormir. Porém, quando a madrugada chegou, sonhou vividamente que a dona da casa se aproximava portando um semblante faminto, se acocorava ao seu lado e abocanhava seu sexo, engolindo-o até a metade e o chupado até que ele ejaculasse em sua boca. Não se recordava de ter molhado tanto sua cueca enquanto dormia desde a adolescência, quando sonhava com as garotas da escola. Por sorte se acordou e teve tempo de sair dali para não ser pego em flagrante.

Quando acordara, naquele dia, Eric já estava de pé, tomando café rapidamente para seguir novamente para o escritório. Ele chegou a torcer para que pudesse vislumbrar uma Eva vestida em pijamas antes de sair de casa, mas, se tivesse esperado mais, teria se atrasado. Trancou, então, a casa e saíu apressado.

Estranhou quando, às onze da manhã, hora em que chegou em casa, encontrou a porta destrancada, uma vez que Eric o havia dito que costumava almoçar fora. Teria Eva esquecido de tranca-la ou será que ele mesmo havia deixado destrancada? Atravessou a sala, ficando apreensivo quando viu uma sandália com o salto muito alto atirada a um dos cantos, displicentemente, mas deixou seu queixo cair em uma expressão de susto quando chegou ao corredor.

— Oh, meu deus. – Falou, alto demais.

*

Eva nunca havia tido um orgasmo tão repleto de desejos contidos. Seu corpo havia amolecido tanto que se deixara adormecer na exata posição em que havia gozado. Ao acordar, sabe-se lá quanto tempo depois, ainda sentia as pernas moles. Ouviu, ao longe, a porta de entrada da sua casa se fechar e os passos a atravessarem a sala, no entanto, estava sonolenta demais para tomar qualquer atitude. Foi apenas quando ouviu os passos vindos do corredor que caiu em si. E se Eric chegasse em casa e a visse daquele jeito, naquela posição? As pernas estavam abertas em demasia, enquanto a sua bunda se empinava para cima. Um dos pés estava descalço e a barriga estava apoiada sobre a cama. O vestido estava levantado até os quadris e seu consolo estava atirado aos seus pés. O que pensaria seu marido?

— Oh, meu deus. – Ouviu.

Eva ficou estranhamente aliviada e envergonhada ao perceber que não se tratava da voz de Eric e, para que Jonathan não percebesse que estava acordada, manteve-se parada, tomando cuidado para regular sua respiração e disfarçar a euforia que lhe atingia de maneira intensa.

As batidas de seu coração haviam se acelerado tanto que, temia poder serem ouvidas pelos vizinhos do andar de baixo. Não ouviu mais os passos de Jonathan, o que significava que ele continuava parado no corredor, certamente olhando em sua direção. Ela sabia que sua calcinha estava completamente esticada para o lado, tamanho foi o ímpeto com que a puxara para introduzir o pênis de silicone, cujo qual gozava de uma tecnologia chamada cyberskin, que era capaz de imitar a textura de pele quase que perfeitamente.

Ouviu, com um misto de medo e alegria, os passos do jovem a se aproximar.

— Dona Eva? – Chamou, Jonathan, baixinho, como que torcendo para que ela não respondesse.

Eva o ignorou, mantendo sua pantomima, esperando, ansiosamente, o quão longe o rapaz teria coragem de chegar. E se ele a tocasse? Qual seria sua própria reação?

Aproximando-se a passos hesitantes, chamou uma vez mais.

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