POV DARIUS.
Alice ficou me acariciando por um bom tempo. Eu não queria estar ali, deitado com a cabeça em seu colo, como um simples animal de estimação. Mas, por mais que meu orgulho gritasse contra, havia algo em seu toque que me prendia. Cada movimento suave de sua mão em meu pelo, cada deslizar de seus dedos pela minha cabeça, trazia uma paz há muito esquecida.
Era como se, por um momento, todo o peso que carrego desaparecesse. Eu odiava admitir, mas gostava de sentir seu carinho. Havia muito tempo desde que me permiti esse tipo de afeto, desde que matei minha primeira companheira. Desde então, me afastei de tudo e de todos, criando muros altos, punindo a mim mesmo pelo crime que cometi.
Não permito que ninguém se aproxime, e também não ofereço carinho. É a única maneira que encontrei para expiar minha culpa. Ainda assim, me pergunto por que a deusa me daria outra chance? Por que me presentearia com uma nova companheira?
Alice continuava falando, cada palavra dela um pequeno tormento para minha mente inquieta. Mas enquanto sua voz me irritava, Baltazar parecia adorar o som, absorvendo cada palavra, cada risada. Lobo traidor, pensei.
Por fim, ela saiu do celeiro, deixando um vazio inquietante em seu lugar. O cheiro de sua presença ainda pairava no ar, o perfume suave e quente que só ela tinha. Sem perceber, senti-me tentado a me entregar àquela sensação de carinho e paz que ela deixara para trás. Decidido a afastar essas emoções, iniciei uma conversa com Baltazar, esperando que ele distraísse minha mente.
— Então, aquele idiota é o melhor amigo dela — afirmei, tentando soar indiferente.
— Essa informação não muda nada — Baltazar respondeu, sua voz, na minha mente, soava carregada de frustração. — Alice o considera apenas um amigo, mas aquele infeliz… ele tem intenções amorosas por nossa companheira. — Rosnou, insatisfeito.
— Sim, o interesse amoroso dele é evidente — concordei, tentando esconder a amargura em minha voz. — Será que Alice não percebe? Ou finge que não nota, só para manter a amizade? — Perguntei.
— Isso eu não sei responder. Você sabe como são as fêmeas: complicadas e imprevisíveis — comentou ele, suspirando. — Elas são difíceis de entender; melhor nem tentar. — Comentou.
— Mas aposto que a mãe dela já percebeu — murmurei, sentindo um gosto amargo em minha boca. — E torce para os dois ficarem juntos. — Falei indiferente.
— Aquela velha intrometida… é bem capaz mesmo de torcer para eles ficarem juntos — retrucou Baltazar, e senti sua irritação crescer. Ele detestava a mãe de Alice, a considerava uma mulher barulhenta e intrometida, sempre pronta para interferir e nos afastar de Alice.
— Fique calmo — tentei tranquilizá-lo. — Alice o vê como um amigo. Não precisamos nos preocupar… ainda. — Comentei.

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