POV DARIUS.
Entrei na floresta ao lado da propriedade delas. Ao farejar o ar, percebi estar no parque estadual. Um sorriso escapou enquanto corria, sabendo que minha mansão ficava do outro lado. Na verdade, o parque era meu. Com o título de parque e reserva ambiental, os humanos eram mantidos longe e os guardas florestais que ali trabalhavam eram todos seres sobrenaturais. Nosso segredo estava bem protegido.
— Nunca imaginei que nossa companheira de segunda chance estivesse tão perto de nós esse tempo todo! — Baltazar disse, empolgado, enquanto corríamos pela floresta, sua energia quase transbordando.
— Pois é... Esse mundo é realmente pequeno. — Respondi, acelerando.
— E coloca pequeno nisso! — Ele riu, mas logo ficou sério. — Mas o que faremos ao chegar em casa? Não esqueça que temos um traidor para lidar. Meu rosnado baixo foi audível além da nossa ligação mental.
— Vamos interrogá-los, um por um. — Falei, com frieza. — Cada ancião será questionado, até que a verdade apareça. E, depois disso, colocaremos ordem no reino. Baltazar riu com crueldade.
— Perfeito. Acho que ficar parado tanto tempo me deixou enferrujado. Talvez eu precise arrancar algumas cabeças para me aquecer. — O riso sombrio dele ecoou em minha mente, e ri com ele.
— Espero que Gabriel e Giovanni tenham feito seu trabalho enquanto estive fora — murmurei, mais para mim mesmo, enquanto acelerava.
— Também espero. Mas não reclamarei se tivermos que caçar os culpados. — O tom sombrio de Baltazar revelava o prazer que ele sentia em caçar nossos inimigos. Esse era meu lobo, não aquele todo manhoso perto de Alice.
Eu me movia como uma sombra entre as árvores densas da floresta. A luz pálida da lua banhava minha pelagem negra, fazendo meus olhos brilharem como dois pontos azuis profundos. Estavam fixos no caminho à frente, minha visão noturna penetrando a escuridão.
Meus músculos se moviam em perfeita sincronia enquanto eu corria, cada passo seguro e silencioso. A terra fria e úmida sob minhas patas era firme, e a textura da vegetação me obrigava a ajustar o peso com precisão e agilidade. O cheiro da floresta preenchia minhas narinas, pinho, terra molhada, o aroma distante de outros animais.
— Finalmente, a liberdade! — murmurei para mim mesmo, sentindo uma onda de alívio. Após dias presos naquele celeiro, incapaz de me mover, dependendo de Alice para cada necessidade… Se não fosse por ela ter nos salvado e cuidado, eu estaria morto. Embora a maldição me impedisse de morrer, naquele momento eu estava vulnerável e quase perdi minha vida.
Baltazar interrompeu meus pensamentos. — Continuo curioso sobre aquela m*****a poção. — Disse ele com desconfiança. — O que será que aquela bruxa colocou nela? — Perguntou.
— Não sei, mas vou descobrir. — Respondi, sentindo a raiva crescer ao lembrar de cada momento preso.
O vento noturno cortava minha pelagem, mas eu não sentia frio. Em vez disso, havia uma eletricidade no ar que me impulsionava adiante. Meus ouvidos captavam o som de corujas, pequenos animais noturnos, o farfalhar das folhas. Eu estava em sintonia com o ambiente, cada fibra do meu ser vibrando com a vida da floresta.
— A cada salto, sinto a liberdade pulsando em minhas veias, Baltazar. Em breve estaremos em casa — comentei.

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