POV ALICE
Aquelas palavras ecoavam na minha cabeça enquanto eu corria para o consultório, o coração batendo forte contra o peito. “Um lobo atropelado…” Abigail mal havia terminado de falar, e eu já me apressava pelo corredor, a respiração acelerada pela preocupação e o medo. Um aperto forte no peito tomava conta de mim, e o pensamento insistente de que pudesse ser ele, meu lobinho, aumentava meu desespero.
Ao chegar à sala de triagem, avistei o doutor Henrique e a equipe dos guardas florestais. Meu olhar ansioso passou por cada detalhe até que finalmente vi o lobo ferido, deitado na mesa, com o pelo marrom manchado de sangue. Não era ele! O alívio foi tão forte que por pouco não me fez desmoronar ali mesmo. Respirei fundo, me esforçando para deixar a tensão de lado e focar no trabalho. Eu sabia que aquele lobo precisava de mim agora.
— Alice, preciso de sua ajuda para limpar o ferimento dele. Foi uma pancada forte na perna traseira e ele quebrou alguns ossos — disse o doutor Henrique, sua voz firme e concentrada enquanto ele verificava o estado do lobo. Os guardas saíram, nos deixando trabalhar.
— Pode deixar, doutor, vou começar agora. — Respondi, colocando as luvas e ajustando a máscara. Quando se tratava de salvar vidas, eu me transformava, meus medos e dúvidas desapareciam, dando lugar à profissional que eu me esforçava para ser. Limpei o sangue ao redor das feridas abertas com um cuidado extremo, enquanto o doutor separava o anestésico e preparava os instrumentos cirúrgicos.
— Ele vai sentir muita dor na recuperação, mas temos que estabilizar a perna antes de qualquer coisa. Alice, segure-o com firmeza — orientou o doutor Henrique, com a seringa em mãos.
Segurei o lobo, para que ele não se movimentasse enquanto o doutor aplicava a anestesia. Ele estava inconsciente pela pancada. Senti sua respiração pesada e quente contra a minha mão enluvada. Enquanto ele gemia, movi a outra mão gentilmente, fazendo carinho, murmurando baixinho, quase como um consolo.
— Calma, vai ficar tudo bem… — sussurrei, enquanto o doutor aplicava o anestésico Henrique.
Logo, o doutor começou a fazer a incisão com o bisturi para limpar os fragmentos de osso. Após um tempo que pareceu uma eternidade, ele concluiu a operação, com uma agilidade que só a experiência permitia.
Auxiliei a sutura e preparamos o curativo na perna, deixando-o seguro e aquecido para a recuperação. Quando tudo terminou, meu corpo começou a acusar o cansaço. Já era tarde da noite, e Luis apareceu na porta do consultório com um sorriso leve.

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