Eu não podia deixar que Seth me beijasse, ainda que não soubesse como sair da cela que ele tinha me feito, encostada à porta.
– Seth. – Disse. Acho que tinha sido a primeira vez que tinha percebido que o tinha chamado de Seth e não Senhor Seth. Ele me olhou nos olhos. O olhar dele estava muito languido, muito sexy, insano. Parecia me chamar para a corruptibilidade que um beijo daquele poderia ser.
Mas ele não avançara mais. Não tinha tentado, ainda, me dar um beijo.
Acredito que esperava que eu desse um sinal de que queria. O que eu queria, mas não podia. Tinha muita coisa em jogo e não era como se tivéssemos em uma balada e nunca mais fôssemos nos olhar novamente, cara a cara. Não. Eu cometeria o maior erro da minha vida se me deixasse levar pela situação e permitisse que ele me guiasse para um beijo.
– Hm? – Ele disse, os lábios muito próximos só esperando o chamado. Senti o ar que saia da boca dele, encontrando parte do meu rosto também. Tinha cheiro de menta.
Era um momento muito tenebroso para mim. Eu sabia que tinha que fugir daquela, só não sabia como.
– Eu... – A frase não saia dos meus lábios. Percebi que minhas malditas mãos estavam no peito dele, só não sabia se era para empurrar ele, ou se era para tocá-lo um pouco mais, enquanto podia.
Eu só podia estar drogada. Tinham jogado um ar viciante no quarto dele. Eu só conseguia sentir o cheiro viciante e másculo de Seth.
– Você...? – Ele disse parecendo também perdidamente enroscado no gás viciante que nos mantinha ali. Como tínhamos chego nessa? Como tínhamos ficado tão próximos, tão próximos que um centímetro já seria capaz de encostar meu lábio no dele? Como?
– Eu... – Alguma coisa, finalmente, fez tic no meu cérebro e eu falei a frase embolada e rápida, mas que, no fim, saiu terrível, contudo, foi suficiente para me salvar daquilo tudo, afinal. – Eu tenho namorado. – E para minha surpresa Seth se afastou completamente, como se eu tivesse dito que tinha uma doença contagiosa.
Ele se afastou com uma sobrancelha arqueada e eu voltei meus olhos para o chão. Não acreditava que tinha feito isso, não acreditava que tinha enlouquecido e quase beijado o meu chefe. Onde eu tinha me metido?
– É o que? – Para minha surpresa Seth chutou a cômoda próxima da cama, só não soube dizer se era com a intenção de descarregar sua raiva antes de sentar na cama. Pareceu se recuperar até que rapidamente do choque que eu provavelmente eu dera nele.
– Namorado. – Disse novamente tentando me manter calma. – É. Isso mesmo. E você uma noiva, então vê se te comporta nessa festa que está vindo. – Disse como se fosse o camarada dele, chamando a atenção dele ou como se estivesse falando: “E aí amigo, entendeu, mano?” Não, isso não estava certo.
Só que tinha nome para isso: nervosismo.
– Certo. – Seth parecia um pouco confuso com aquilo tudo também. – Acho que não preciso de mais nada. Se eu precisar, chamo você. – Ele disse rapidamente e a única coisa que eu consegui fazer foi abrir a porta do quarto dele rapidamente e fugir o mais rápido que minhas pernas conseguiram. Me senti um daqueles minion do filme “Meu malvado favorito”correndo desengonçadamente. Eu simplesmente não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu estava enlouquecendo, só pode.
Entrei no meu quarto respirando forçadamente. Não sabia em exato como reagir ou o que fazer. O chão parecia ter saído dos meus pés. O que eu tinha feito?
“Oi, senhor Seth, tenho namorado.” Não que fosse mentira. Era a pura verdade.
Porque então eu me sentia uma tonta por ter dito isso? Ah, claro, porque eu era uma tonta, uma tonta que se sentia culpada por quase ter esquecido que tinha um namorado e quase ter aceitado o beijo de Seth.
Se controle, Agnes. Disse para mim mesma. Afinal, embora eu estivesse me sentindo mal, eu não estava contando uma mentira. E, mesmo que eu não estivesse acostumada a dizer isso para os outros, era a verdade e eu precisava me acostumar com essa verdade. Matheus agora era meu namorado. Aquele que me entendia. Tínhamos namorado por mais de três anos! Isso tinha que significar alguma coisa!
Quando me acalmei um pouco mais, consegui ajeitar o meu terno e ligar para Matheus por videochamada. Precisava olhar uma vez mais para ele para me lembrar do nosso compromisso, para dizer para meu cérebro que eu não estava mentindo para mim mesma.
Matheus atendeu depois de alguns toques. Ele estava no quarto dele, me vendo pelo laptop. Eu conseguia ver a cama desorganizada atrás dele e os cabelos loiros dele caindo em cascata. Ele me deu um languido sorriso.
– Agnes! Como você está? Conseguiu dar um tempo do serviço para vir falar comigo? – Ele perguntou arqueando uma sobrancelha. Dei um singelo sorriso, embora forçado.
– Mais ou menos isso. Só não é por muito tempo. Ainda tenho que organizar algumas coisas por aqui. – Disse e Matheus parecia interessado em falar comigo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Sheikh e Eu(Completo)
adorei a historia......