O Sheikh e Eu(Completo) romance Capítulo 22

Estava amargamente arrependida do que eu tinha feito no dia anterior.

Se eu pudesse bater a minha cabeça em algum lugar forte e pedir para que nada daquilo tivesse acontecido, eu agradeceria muito. Infelizmente, isso não era possível. O tempo não voltava para os desafortunados. Eu só podia era sentir a vergonha em cada fibra do meu corpo.

Ainda assim, havia muita coisa boa do dia anterior que eu gostaria de manter na minha mente firmemente. Como aquelas frases que Seth tinha entoado para mim, do alcorão, e que, embora eu não soubesse um pingo do que significavam, ainda ecoavam na minha mente e me deixavam num estado de torpor momentâneo. Quase tropecei no chão liso duas vezes nesses meus devaneios.

Felizmente, algumas coisas puderam ser consertadas. Karen aceitou que eu desse outro hijab de presente para ela no lugar do que tinha se perdido no vento por minha incapacidade de manter as coisas por muito tempo comigo. Ela até disse que poderia ficar de presente para mim, mas eu insisti que traria outro para ela e ela acabou concordando no final.

– Obrigada. – Agradeci sem ver quem tinha me trago café. Eu estava há algum tempo analisando as contas da mansão e colocando um parâmetro de quanto se era gasto para cada coisa. Não estava sendo uma tarefa fácil, ainda mais pelas noites de poucas horas de sono que eu vinha tendo.

– Bom dia. – Disse Seth e pela primeira vez o vi adentrar a cozinha do segundo andar. Todos pareceram paralisar, como eu, ao ver aquela façanha. O que ele fazia ali?

Eu ainda tentava compreender a presença dele ali, num lugar que não fazia parte da nobreza de Seth, quando ele olhou para todos os lados e seus olhos se cravaram em mim.

Por um momento eu só senti minhas bochechas ficando extremamente avermelhadas e prontas para queimar todo o meu rosto. No outro, minhas mãos tinham ganhado vida própria e de repente eu estava entornando café por sob todas as folhas que eu tinha passado desde as cinco da manhã fazendo.

As lágrimas se juntaram no canto dos meus olhos prontos para se expandirem. Eu realmente não acreditava que tinha estragado todo o meu trabalho por ser tão tonta assim.

– Senhorita Agnes. – Arqueei uma sobrancelha. Lá estava o Seth profissional, chefe, mal-encarado que eu conhecia. Que me chamava de Senhorita. – Deixe esses afazeres para depois, preciso de algumas decisões da senhorita nesse momento. – Disse realmente como se mandasse eu fazer isso e não houvesse nenhuma possibilidade de recusa. Acabei por assentir.

– Sim Senhor. – Respondi me levantando apressada. Certamente, aquilo que eu vinha fazendo ia requerer meu trabalho novamente, mas eu precisava acudir Seth fosse no que ele precisasse de mim. Segui com ele seja lá para onde ele estava indo, em silêncio, até que nos dirigíssemos até onde era o escritório dele.

– Tem certeza que não está com soninho para isso, Senhorita Agnes? – Perguntou Seth zombando. Senti uma veia na minha testa querendo se sobressair. Ele tinha que arrumar algum momento do dia para me lembrar da minha gafe na noite anterior.

– Não, Senhor Seth. – Respondi fazendo questão de falar as palavras bem devagar. Seth parecia conhecer a arte de encher os outros.

– Aham. Facinho. Não vejo mais fácil. – Ironizei, mas acho que Seth não percebeu.

– Perfeito. Então vou pedir para agendarem tudo. Arrume suas coisas, Senhorita Agnes. Partimos em três dias. – Arqueei uma sobrancelha.

– Por que tão cedo?

– Por que você precisa me ajudar a escolher o anel de Nadirah. Certamente depois disso Matheus vai te monopolizar. – Eu ainda estava em choque. Mas talvez Seth tivesse razão. E, do jeito que Seth falava, não havia a possibilidade de eu negar a sua companhia.

– Obrigada. – Disse por fim. Seth demorou a compreender que essas palavras tinham saído da minha boca. Quando percebeu, deu um leve sorriso.

– Não há de que, “estou com soninho”. Seu desejo foi realizado. – E eu me virei indo até a porta, tentando esconder o sorriso que se formava em meus lábios. Afinal, Seth parecia outro depois de nossa conversa e os sorrisos com ele pareciam ser cada vez maiores.