Porque eu quero te tocar, amor
E quero te sentir também
Eu quero ver o sol nascer
Sobre seus pecados, só eu e você
Esquente as coisas, estamos em fuga
Vamos fazer amor essa noite
Nos aproximar, nos apaixonar
Tentar
Dusk Till Dawn - Zayn
(...)
Ella
Que noite! Eu nunca pensei que pudesse ser tão feliz, ou melhor, que ainda existisse chance para eu ser feliz, mas sim, estou radiante. Tudo no Justin me faz querer evoluir, crescer, me permitir, não sei explicar. É um sentimento que só descobri depois que ele entrou em minha vida e virou tudo de cabeça para baixo, me virou e desvirou, me fazendo perceber que esse é o meu lado certo.
Acordei antes dele e agora estou aqui, parada, ainda deitada, virada de frente para ele, o admirando. Não admirando somente sua beleza exterior, mas, principalmente a interior. Esse homem passou por tanta coisa, perdeu alguém a quem amava muito, se culpou, se puniu, sofreu e teve que se reerguer. Somos duas pessoas cheias de cicatrizes, dispostos a crescer um pouco dia após dia.
— Hum… — ele resmunga, ainda de olhos fechados, porém, sorrindo, e me abraça — Que cafuné gostoso…
Rio.
— Há quanto tempo está acordado?
— Acredite se quiser, acordei agora porque você parou de me fazer carinho. — sua voz soa sonolenta e finalmente abre os olhos.
— Ah, seu pilantra! Tá se acostumando muito mal, hein.
Ele me puxa para seu peito, quase me sufocando com seus braços enormes e me enche de beijos.
— Você é linda, sabia? — acaricia meus cabelos.
— Você é um bobo. — sorrio tímida.
— O que está fazendo comigo, Ella? Estou perdidinho por você. — me olha intensamente.
— Você não está sozinho nessa. Sei que não retribuí o que me disse ontem, fiquei assustada, paralisei com medo de não ter certeza sobre o que estou sentindo, mas você me conquistou, Justin. Pensei que isso jamais aconteceria outra vez, porém, me enganei… Eu me apaixonei por você, pelo seu jeito. Se existe um homem mais perfeito que você, eu desconheço. — me sinto leve ao finalmente deixar meus sentimentos a respeito dele fluírem.
Ele abre um sorriso largo.
— Isso é sério, Ella? Por favor, não brinca com meu coração, posso ser cardíaco. — solto uma gargalhada, levando-o a rir também.
— Sim, sim, sim! — praticamente grito.
Justin me aperta em seus braços mais uma vez e me beija. Um beijo cheio de ternura, repleto de sentimento. Sinto-me flutuando.
— Posso te fazer uma pergunta? — pergunto.
— Acabou de fazer uma… Brincadeira, pode falar. — responde rindo.
— Qual é o significado dessa tatuagem? — aponto para o braço dele — Fiquei intrigada desde a primeira vez que vi.
— Uma rosa descendo significa que perdemos alguém importante, fiz quando a Maria Julia faleceu. Foi uma forma que encontrei de tê-la sempre comigo.
Meus olhos brilham com a maneira carinhosa com a qual ele fala dela. Tem muito sentimento.
— É linda. — elogio a tatuagem, passando meus dedos por ela.
— Não mais que você. — beija minha bochecha.
Sorrio, sentindo-me muito querida.
— Se eu pudesse, ficaria o dia todo nessa cama com você, mas tenho que ir trabalhar. Tô com inveja de você agora… — faço biquinho.
— Por que? — franze o cenho.
— Está de folga hoje. — dou de ombros.
— A parte boa é que serei seu motorista particular, estou ao seu dispor, madame. — responde brincalhão.
— Não, Justin. Não vou te incomodar em sua folga, você precisa descansar.
— Bom, eu adoraria ficar cansado, se pudéssemos passar o dia todo na cama, se é que me entende… — pisca para mim — Mas como não posso, me deixa ao menos te levar e buscar no trabalho…? — faz cara de menino pidão.
— Tá booom! O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? — dou um beijo estalado em seus lábios — Agora vamos levantar, que ainda tenho que passar em casa para colocar a ração do Tom e dar um beijinho nele.
Saio de cima dele e me apresso em levantar da cama.
— Não quer que eu faça isso por você? Quer dizer, só não posso beijá-lo em seu lugar, mas posso colocar a ração dele.
— Agradeço a disposição, meu bem, mas eu realmente quero vê-lo, não gosto de ficar muito tempo longe dele — vejo-o me encarando e sorrindo, franzo o cenho — O que foi? Falei algo que não devia?
— Do que me chamou? — seu sorriso permanece intacto.
— Anh… — ponho a mão no queixo, tentando lembrar, porém, se chamei ele por algo diferente, não lembro ou não percebi.
— Ou estou ouvindo coisa, ou você me chamou de meu bem. — ele tem um olhar sapeca.
— Juro que não percebi, mas está incomodado com isso? Porque posso ter mais cuidado daqui em diante. — falo aceleradamente, meio nervosa.
— Ei! Relaxa, eu gostei. — pisca para mim.
Suspiro aliviada.
— Ok, vou tomar banho. — me direciono ao banheiro.
Tento não demorar no banho, porque não acordei tão cedo hoje e, para completar, ainda fiquei um tempo na cama com o Justin. Não posso me dar ao luxo de me atrasar, nunca fui disso.
Após alguns minutos, saio do banheiro com uma toalha enrolada no corpo e outra nos cabelos. Vou até o guarda-roupa dele e abro uma das gavetas que ele separou para mim. Não tenho muita coisa aqui, mas dessa forma minhas coisas não ficam a toa.
Percebo que Justin não está mais no quarto, certamente deve ter ido preparar o café da manhã. Visto uma roupa qualquer e deixo para trocar quando for em casa. Devido a praticamente só passar as noites aqui, não tenho opções de roupa para ir trabalhar, quando durmo aqui e vou trabalhar no dia seguinte, sempre passo em casa. Achei que se trouxesse muita coisa, estaria invadindo o espaço dele. Essa nunca foi a minha intenção.
Termino de me vestir, desembaraço meus cabelos, pego minha bolsa e saio do quarto, sendo guiada até a cozinha pelo cheiro de café recém-feito exalando pela casa.
— Humm… Que cheiro bom… — me encosto no balcão e aspiro o aroma no ar.
Ele se aproxima de mim e cheira meu pescoço.
— Prefiro seu cheiro. — sorrio abobalhada.
— Continue assim e não te largo nunca mais.
— Promete? — ele arqueia as sobrancelhas em expectativa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Perdição de Vizinho
Lindo, estou chorando 😢 😢 até agora...