Perverso romance Capítulo 12

Enrolei o máximo que pude, não queria voltar para o quarto, aqui eu teria mais chances de fugir, porém, Marília, muito menos os seguranças não abaixaram a guarda momento algum, enquanto eu me matava de comer pão.

Anna saiu da casa muitos minutos depois, eu soube porque foi quando Sebastian voltou para a sala de jantar. Ele franziu o cenho assim que me viu.

— O que ela ainda faz aqui? — Perguntou para o segurança como se eu não estivesse lá.

— Não queria que eu comesse, majestade?

Percebo suas narinas ressaltarem.

— Marília, leva a Jade pra cima, por favor.

— Ainda estou comendo. — Alego.

— Ainda temos o almoço, prometo a você que a comida não vai acabar. — Respondeu num tom de voz sarcástico.

Reviro os olhos e levanto.

Marília me escoltou de volta para o quarto, como de costume passou a chave pelo lado de fora.

Sentei no sofá encarando o nada, aquela moça de mais cedo me deixou com um nó na cabeça. Era perceptível que ela e Sebastian tinham algo mais.

Deito a cabeça no braço do sofá.

Por que ele não se casa com ela de uma vez por todas?

Eu diria "não" no altar, na frente de todos, não seria melhor evitar que eu enfiasse qualquer coisa pontiaguda em um dos convidados ou no meu próprio noivo?

Noivo... essa palavra deveria ter mais significado para mim, se fosse com Ethan tudo seria diferente, eu com certeza seria a noiva mais feliz e radiante do mundo.

Mais uma vez senti que iria chorar.

Não penso que ele iria querer me ver assim, Ethan iria dizer para eu tentar até conseguir, e será o que vou fazer. Sempre. Sebastian terá a pior esposa de todos os tempos, eu seria seu fim.

— Tenho pena de você. — Sussurro.

° ° °

Ouço a porta ser destrancada após horas. Com certeza Sebastian me puniu por mais cedo, pois não almocei. Marília abriu a porta quando já estava a noite, com um vestido vermelho sangue nas mãos e um scapim da mesma cor.

Ela joga os sapatos no chão e se aproxima de mim.

Me ajeito no sofá colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha.

— Sebastian quer que você conheça os irmãos dele essa noite, senhorita. — Ela segura o vestido, era curto e provavelmente colado. Meu cenho franziu. — Ele também deseja que vista isso.

— Nem pensar! — Balanço a cabeça.

— Vamos voltar a mesma ladainha de mais cedo? — Ela arqueia a sobrancelha. — Só estou fazendo meu trabalho.

Bufo.

Vesti o tal vestido no banheiro, era tão colado, parecia que eu estava sendo vestida a vácuo. Não ousei olhar no espelho, seria humilhação demais.

Saí do banheiro, vi Marília segurando os saltos nas mãos.

— Isso já é demais, Marília! — Passo por ela indo para o sofá novamente.

— Prefere que ele venha até aqui obrigá-la? — Ela alerta.

Tudo que eu menos queria era ver o Sebastian mais uma vez.

Peguei os sapatos das mãos dela e coloquei nos pés, incrivelmente era o tamanho perfeito. Olhei para Marília assustada.

— Como ele sabia disso?

— Sebastian é bom em dedução.

— Seu chefe é um sádico, isso sim.

Marília começou a trançar meu cabelo, era estranho ter alguém tocando meus cabelos, minha mãe nunca fez isso muito menos May. Fiquei apreensiva enquanto ela usava os dedos ágeis para laçar mechas do meu cabelo, mas depois me acostumei, passei até a gostar, na verdade.

— Aquela moça é namorada do Sebastian? — Pergunto.

— Anna?

— Sim. Eu acho.

— Por que deseja saber?

— Se vou me casar obrigada — enfatizo — tenho que saber pelo menos essas coisas, não acha?

Ela exclama um "tsc" com a ponta da língua.

— Deveria perguntar isso a ele. Não tenho permissão para dizer nada.

Cruzo os braços.

— Ele deveria se casar com a tal Anna.

— Não entendo porque está tão reclusa. Sebastian é um homem rico, jovem e muito bonito. Aposto que muitas mulheres dariam a vida para viver isso no seu lugar, aposto não, tenho certeza.

Olho para ela fazendo a mesma largar as tranças em meu cabelo.

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