Perverso romance Capítulo 19

Na manhã seguinte, quando despertei Sebastian não estava mais ao meu lado, apenas a cama afundada e os lençóis revirados.

Levantei procurando algum casaco, na mesa de cabeceira tinha um cartão escrito: "Herald espera por você do lado de fora. Não demore".

Joguei o cartão em cima da cama.

Procurei pelas roupas de frio que Marília colocou na minha mala, peguei uma calça e uma blusa de mangas compridas, vesti um casaco gigante e já estava pronta para sair.

Dei duas batidas na porta, então foi aberta por um homem moreno usando roupas pretas.

— Senhora Stan. — Ele fez um breve cumprimento.

"Senhora Stan"? Meu cenho franziu, porém, dei de ombros.

— Bom dia. Herald, presumo.

Eu o segui, entramos naquele elevador novamente, sob a luz do sol a vista parecia ainda mais bela. Um frio percorreu minha barriga. Ser acostumado com essas coisas deveria ser bom.

As portas se abriram, passamos pelo saguão até chegarmos em um lugar cheio de mesas, as cadeiras eram douradas enquanto as mesas tinham um pano branco por cima. No centro, estava Sebastian segurando um jornal nas mãos com uma xícara de café a sua frente. Aproximei-me, Herald arrastou a cadeira para mim, sentei agradecendo com um meio sorriso.

Sebastian largou o jornal e olhou o horário em seu relógio.

— Atrasou muito.

— Se tivesse me acordado teria sido mais fácil. — Coloco o guardanapo no colo, assim como Marília me ensinou.

— Não consegue fazer isso sozinha?

Olho para ele arqueando uma sobrancelha.

— Nem ao menos sei o dia que estamos, Sebastian.

Vejo ele dar de ombros sutilmente.

Um garçom nos entregou um cardápio, Sebastian falou com ele em outro idioma enquanto eu observava todas aquelas delícias no menu.

— O que vai querer?

Olho mais uma vez todos aqueles pratos, em específico um prato cheio de panquecas com mel chama minha atenção. Aponto para a fotografia e Sebastian faz o pedido.

Cruzo as mãos em frente a barriga enquanto ele volta sua atenção para o jornal.

Olho ao redor, o salão inteiro era em tons claros, uma mesa cheia de frutas variadas iluminava o salão enquanto uma melodia ambiente tocava ao fundo. Todas as mulheres ali vestiam roupas de grifes famosas, enquanto os homens fumavam charutos caros. O cheiro de café com cigarro era mais convidativo do que eu pensei.

Sou acordada de meus devaneios pelo garçom chegando com um carrinho, em cima estava o prato de Sebastian e as maravilhosas panquecas. Ele colocou meu prato, por fim em uma taça de cristal tinha um creme branco de baunilha, o homem colocou aquele creme em cima das panquecas, por fim jogou algumas frutas vermelhas e mel.

Minha boca salivou.

Ataquei a comida assim que ele saiu, talvez fosse a coisa mais gostosa que já comi. Revirava os olhos enquanto o creme se desfazia nos meus lábios.

Sinto os olhos de Sebastian arderem em cima de mim, criei coragem para revidar, mas ao contrário do que pensava ele não me olhava com nojo, parecia curioso.

Um canto de sua boca elevou-se.

— Você quer? — Perguntei engolindo.

Ele balança a cabeça.

Pego o guardanapo e limpo os lábios sujos de creme.

— Não estou sendo educada. — Levanto os ombros.

— Na verdade, é bom ver alguém comendo com tanta vontade. Estou acostumado com garotas que contam as calorias de tudo que comem.

Limpei os lábios com a ponta da língua.

Não consegui comer como antes, agora eu comecei a usar os talheres de forma certa, a medida que consegui.

Olhei para os lados, a duas mesas de distância estava uma garota de cabelos loiros, ela mirava seus olhos na nossa direção, mais especificamente em Sebastian. Olhei para ele, por trás do jornal o mesmo não fazia questão em disfarçar olhar de relance para a loira bonitona.

Engoli o resto das panquecas com força, quase rasgando a garganta.

Sebastian fez um sinal para um garçom, disse algumas coisas para ele e apontou com o queixo em direção a mulher.

Desviei o olhar dele assim que o garçom saiu, escondi meu rosto atrás do cardápio, pedi aos céus que ninguém notasse minhas bochechas vermelhas. Eu era ingênua, mas sabia bem quando duas pessoas estavam flertando.

O garçom entregou um champanhe na mesa da mulher, então apontou para Sebastian que observava toda a cena.

Limpei os cantos dos lábios uma última vez e me levantei.

— Para aonde vai? — Perguntou.

— Quero voltar para o quarto. Acho que esse creme não me fez bem.

Vejo suas sobrancelhas se juntarem discretamente.

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