Procura-se um pai romance Capítulo 41

MARCO FERRAZ

Observava Amélia adormecida ao meu lado. Os cabelos bagunçados, rosto relaxado e os lábios entreabertos, perfeita.

Ver que ela está ao meu lado nesse exato momento me faz lembrar do quanto que eu sentia a falta dela.

Quase não consigo acreditar que finalmente estamos deitados na mesma cama horas depois de um amor gostoso.

Os cílios se movem e percebo que ela está despertando.

- Oi. - A voz sai rouca e sonolenta.

- Oi, linda.

- Isso realmente aconteceu?

- Espero que sim. Se não eu vou ficar muito frustrado.

- Que horas são? - Pergunta se espreguiçando.

Movo meu corpo e pego meu celular na escrivaninha, vendo que já passava das sete da manhã. Ao dizer isso ela salta da cama.

- O Pedro. - Ainda sonsa, começa a caçar suas roupas pelo cômodo.

- Ok. - Faço o mesmo e nós nos trocamos rapidamente.

Coloco a minha calça jeans, e estou arrumando a minha camiseta para colocá-la quando percebo que ela está me observando.

- O que? - Dou um sorriso tímido, colocando os meus braços nas mangas.

- Nada, só olhando. - Encolhe os ombros com um sorriso malicioso.

Termino de me vestir e vou até ela, dando um selinho nos seus lábios. Como era bom beija-la quando eu quisesse.

- Limpa aqui, olha. - Passei o polegar no seu queixo e recebo um tapa leve no braço.

Ela envolve os braços no meu pescoço e da um sorriso preguiçoso.

- Não seja convencido!

- Ok. - Sorrio e beijo seus lábios.

- Agora vamos, o Henry vai me matar.

É impossível não virar os olhos ao ouvir o nome dele. A minha insatisfação transpareceu e vi os lábios dela entortarem em desentendimento.

Ignorei, não queria iniciar uma briga, ainda mais depois de uma noite dessa.

O problema é que eu não confiava nele, nem na boa vontade de estar perto do Pedrinho. O conheço há anos, não como amigos, mas pessoas próximas e já observei inúmeras vezes ele sendo um idiota. Não consigo acreditar no amadurecimento milagroso dele.

Porém Amélia acredita e eu não quero enfrentá-la nisso. Mesmo amando e me importando com o Pedrinho, não tinha o direito de me envolver no assunto deles.

No carro ela ficou em silêncio. Queria explicar pra ela que não era um ciúmes imaturo, era só preocupação. Contudo esse assunto não me agradava.

- E seus pais, como estão? - Perguntei, apoiando minha mão na sua coxa.

- Vão adorar te ver. - Sorriu. - Falaram muito de você.

- Estou com saudades deles também. Seu pai está me devendo dinheiro pelo truco. - Ri lembrando da nossa partida, Amélia riu.

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