Enquanto observava Adrian dirigir seu Corvette 97 preto, pelas ruas de São Francisco, Madeline se pergunta onde estava com a cabeça quando aceitou entrar no carro dele para sair de casa em pleno domingo.
Adrian dirigia em direção à sua casa, localizada em um bairro simples. Embora estivesse receosa de estar ali, Madeline estava curiosa para saber como e onde ele vivia. Quando pararam em frente a uma casa pequena, de paredes brancas que já estavam amareladas revelando a tinta desgastada, Adrian desce do carro e a convida a fazer o mesmo.
— Não vou demorar muito aqui, mas está muito quente para você me esperar no carro — explica, abrindo a porta para ela, demonstrando cavalheirismo.
Madeline desce do carro e o segue para dentro da casa. A aparência modesta do lado de fora não fazia jus ao ambiente minimalista e bem-organizado do interior. A casa de Adrian era acolhedora, com móveis modernos e bem cuidados.
Ele notou sua expressão surpresa e sorriu.
— Achou que por dentro seria pior do que por fora? — pergunta com tom de voz bem-humorado.
— Eu não pensei nada — responde ela, tentando esconder o que sentia.
— Pode ser sincera, eu não me importo — confessa, caminhando até a cozinha integrada à pequena sala. — Muitas pessoas julgam as coisas pela fachada, mas eu não me importo com isso. Quando consegui dinheiro para uma reforma, escolhi deixar o interior confortável, em vez de me preocupar com a aparência externa.
— Você está certo — concorda Madeline, se aproximando da bancada que dividia os ambientes. — O que vale é o interior.
Adrian prepara um suco de laranja e o serve com alguns biscoitos.
— Se soubesse que você viria, teria preparado algo melhor — diz Adrian, olhando diretamente em seus olhos. — Vou tomar um banho e trocar de roupa, fique à vontade — declara, saindo da sala.
Madeline fica ali, saboreando o suco com os biscoitos e admirando o capricho com que Adrian cuidava de sua casa. Quando termina de comer, caminha em direção ao quarto dele. Aproveitando que ouvia o barulho da água do chuveiro caindo, observou o quarto, que também era muito organizado. O fato de Adrian ser tão meticuloso a surpreendia. Ela viu um porta-retratos ao lado da cabeceira da cama. Na foto, Adrian estava abraçado a uma mulher de meia-idade e a um senhor, que supôs serem seus pais, e ao lado deles, havia uma criança de cerca de dez anos, que deveria ser sua irmã, pois se parecia muito com ele.
— Esta é a minha família — revela Adrian, fazendo Madeline se assustar. Ela se vira para o olhar, mas se arrepende no mesmo instante ao ver que Adrian está apenas com uma toalha branca amarrada na cintura e com o peito à mostra. Mesmo que não quisesse, seu olhar percorre aquele tanquinho perfeitamente esculpido. — A garotinha é a minha irmã mais nova — complementa, ao ver que ela fica muda.
— Eles moram aqui? — pergunta, tentando disfarçar seu embaraço.
— Não, moram no Texas.
— Por que veio morar tão longe?
— Devido às oportunidades — explica. — Mas eles sempre estão por aqui e eu vou visitá-los. É uma viagem de um dia e meio que gosto de fazer uma vez por ano.
— Por que vai de carro, se de avião é bem mais rápido?
— Porque amo aproveitar o caminho — revela, com um sorriso no rosto. — Gosto de apreciar as paradas e a paisagem, para mim é terapêutico — explica, caminhando até o armário para pegar uma peça de roupa.
— Sua vida parece bem tranquila — comenta Madeline, sentindo um pouco de inveja.
— Gosto de levá-la desse jeito.



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