Procura-se um pai romance Capítulo 31

A notícia de que existia a probalidade dos Vasconcelos ir até a casa dos meus pais os irritaram. Não tirava a razão deles, pois essa família abandonou meu filho e me expulsou.

Eliza com certeza já está pagando pelos seus pecados, pedaço por pedaço. Morrer com o filho a odiando é pior do que morrer queimada.

Pedro foi a cidade com a Gabi e o Edu, eles viviam pra cima e para baixo com o meu filho e eu já tinha certeza que eles seriam os padrinhos, já que aquele bebe gordo adorava eles.

Fico perdida nos meus pensamentos enquanto estou no sofá da sala. Penso em como tudo mudou tão rápido em pouco tempo, há um ano atrás eu estava aqui nessa mesma casa apavorada com a ideia de que teria um filho, Marco estava solteiro, não sabia quem era o pai do meu filho e ainda não tinha sido chutada pela Eliza. Sem contar que ainda meus pais ligavam para perguntar de mim, e não do neto.

- O que te preocupa, pequena? - Meu velho senta ao meu lado e estica o braço no sofá, colocando-o atrás de mim.

- Tantas coisas, pai. O Natal me deixa nostálgica. - Confessei soltando o ar.

- Realmente essa época do ano trás lembranças, todos os anos eu lembro do seu primeiro natal.

Virei o pescoço pra ele, seus olhos iluminados me encararam amorosos e sinto seu polegar acariciar meu ombro.

- Já faz muito tempo.

- Pois é - Ele concorda, dando uma risada gostosa. - Sua mãe estava doida pois sua prima tinha mordido o seu pé, ela encarava tão feio a tia Sueli que eu tive medo das duas irmãs saírem no tapa. - Rimos, a mamãe e a tia Su nunca foram muito chegadas. - Eu iria me vestir de papai noel, então subi correndo e sua mãe me ajudou com a roupa, extremamente quente e enorme, eu ainda não tinha essa barriga. Aposto que a mesma roupa ficaria apertada nos dias de hoje.

- Eu sempre acreditei no Papai Noel. Achava maravilhoso ele ir até a minha casa todos os anos. Nunca achei que fosse você.

- Eu sei. Passamos muitos Natal separados quando a empresa me fazia viajar, era horrível, eu queria estar com a minha família, com você! Depois de dois Natal seguidos eu finalmente passaria ele em casa, graças a Deus, o seu primo Maique estava acabando com o personagem do papai noel!

- Eu lembro dele caindo da escada. - Relembramos entre gargalhadas. Foi hilário.

- Sim. Ele rasgou a fantasia, eu tive que costura-la em cima da hora, eu não perderia a oportunidade de ver os seus olhinhos alegres na minha direção. Então depois de duas horas de avião, quatro horas de carro e um dia sem dormir, eu vesti aquela roupa e desci radiante pelas escadas. Eu não te vi entre as crianças, só depois percebi que estava destacada perto da janela olhando. Meu coração se desfez, eu sabia quem você estava esperando. Era eu. Você preferiria me ver chegando do que ver o papai noel descendo as escadas com o seu presente. Você queria o seu pai. Contudo eu não podia acabar com a magia e simplesmente arrancar o gorro, então fui ao teu lado e perguntei o que você queria de Natal. - Ele dá uma pausa, me aninho no seu peito enquanto escuto as lembranças - Você perguntou se podíamos ir buscar o papai com o trenó.

- Eu sentia tanto a sua falta. - Sinto os meus olhos arderem, ele beija o alto da minha cabeça.

- Eu sei, pequena. Às vezes precisamos sacrificar algumas coisas pelo bem-estar dos nossos filhos, sabe? Eu precisava estar lá se não perderíamos a nossa casa com a falta de dinheiro. Foi uma época ruim.

- Graças a Deus tenho vocês.

- Graças a Deus tenho você. - Apertou meu corpo contra o dele e senti todo o carinho e amor que ele queria transmitir. - Você está sendo muito forte, filha. Está se tornando uma mulher incrível a cada dia e eu tenho muito orgulho de você.

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