Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 241

- Mamãe.

- E Ben vai ser o papai?

- Claro que não. “Você” vai ser o papai.

- Eu? – Quase gritei.

- Ou você não quer a mamãe dela?

- Eu quero a mamãe – olhei no fundo dos olhos azuis dela – E tudo que vem junto... Absolutamente tudo.

Ela sorriu e disse:

- Obrigada por tudo, Heitor. Eu não pediria sua ajuda ou sequer abusaria da sua boa vontade. Mas não é por mim, juro. É por ela. Não quero fugir... Porque posso ter feito coisas erradas, mas não agi de má fé, nunca. Tudo que fiz por Maria Lua foi por amor. E se Breno e Anya ficarem com a guarda desta criança, eu jamais voltarei a acreditar na justiça... Divina ou dos homens.

- Isso não vai acontecer – garanti – Estarão sob minha proteção. Nada nem ninguém vai tirar sua criança...

- Eu... Agradeço. E... Seria errado confessar que amo você neste momento?

Não foram muitas as vezes que ela disse que me amava. Mas cada vez que eu ouvia aquilo vindo dos lábios dela era como se algo dentro de mim parasse de funcionar e eu viajasse para outro lugar, mesmo com meu corpo estando ali. E eu não entendia a porra que aquela mulher conseguia causar em mim.

- Não seria errado. – Eu disse, alisando o rosto dela, que embalava a menina.

- Podemos... Começar do zero? Me diz que sim. – Ela falou num tom de voz baixo e não sei se era porque a bebê quase dormia em seus braços ou porque ela estava temendo minha resposta.

Porra, será que não estava escrito na minha cara que eu era completamente louco por ela, a ponto de abdicar de tudo em nome do amor que ela me fazia sentir?

- Não... Não podemos começar do zero – alisei seus lábios macios e observar o pescoço arroxado me fazia sentir um ódio tão grande ao mesmo tempo uma dor sem explicação dentro de mim – Vamos começar de onde paramos... Exatamente de onde paramos.

- E onde paramos?

- Na sua cama. – Sorri, já me sentindo mais forte, mesmo depois de não ter pregado o olho, completamente inebriado e ansioso pela presença dela nos meus braços.

Ela sorriu travessamente, beijando meu dedo.

- Como começar do zero se já sou dono de seis calcinhas?

- Mas não esperou mais quatro para me oferecer o anel. – Ironizou, me quebrando ao meio.

- Mas agora vou esperar. Não temos pressa, afinal, estaremos sob o mesmo teto.

- Hum, isso quer dizer que eu receberia o anel só para ficar no seu apartamento? O casamento é mais que isso, desclassificado.

Arqueei a sobrancelha e disse:

- Exatamente. Por isso que preciso de mais quatro calcinhas. Precisamos de mais tempo.

- Para... Que você tenha certeza do que quer? – Ela perguntou, visivelmente decepcionada.

- Não... Claro que não. Eu já sabia que colocaria um anel no seu dedo quando não devolvi um deles na caixa de joias da sua mãe. Então você deve saber que eu já estava decido há bastante tempo.

- Por isso mesmo não entendo... Por que agora não?

- Pensei menos, viva mais. Pare de se preocupar um pouco.

- Eu acho que não consigo. – Ela sorriu lindamente, fazendo meu coração disparar com aquele leve mexer de lábios.

- Está na hora de eu lhe mostrar o meu mundo, Bárbara. E... Ele não é perfeito. Mas eu o farei ser perfeito para você.

Eu não precisava dizer que mataria e morreria por ela. Mas sim, ela era a razão da minha existência. E acho que eu até começava a gostar um pouquinho da criança que partilharia comigo a mulher que era o amor de minha vida, para sempre.

Porra, jamais teríamos filhos. Pelo menos, eu não.

Eu nunca quis ser pai. Mas conheci Bárbara. E justo neste momento, olhando-a com a bebê nos braços, por um momento vendo-a tão frágil, como há tempos atrás, naquela mesma noite, eu quis sim ver um filho nosso no futuro. Mas era tarde.

Creio que eu não pudesse gostar daquela menina. Muito menos como se ela realmente fosse minha filha, sangue do meu sangue.

Neste momento, o destino riu debochadamente para mim e decidiu provar que há laços que não são planejados, nem sanguíneos, mas que são fortes, resistentes e eternos.

POV BÁRBARA

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