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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 101

Quando ambas as amigas retornam à cobertura, a noite já havia caído, cobrindo a cidade com um manto de luzes cintilantes que entravam pelas janelas do luxuoso apartamento.

— Vou pedir uma pizza, o que acha? — pergunta Andressa, entrando no ambiente sofisticado com um sorriso casual.

— Acho ótimo! — responde Marina, largando as sacolas das compras no sofá e observando o espaço ao redor com um olhar de fascínio. Cada canto daquele apartamento parecia saído de uma revista de decoração, e ela ainda não conseguia acreditar que estava ali.

Caminhando até a mesa de centro, coloca a carteira com seus documentos sobre a superfície de vidro. Distraída, Marina não percebe o olhar atento de Andressa, que observa cada movimento, estreitando os olhos enquanto a amiga está de costas. Assim que Marina se vira para ela novamente, Andressa rapidamente disfarça.

— E agora, o que faremos? — Marina pergunta, com um sorriso leve, tentando disfarçar a sensação de estranhamento que sentia naquele lugar tão impecável.

— Vou tomar um banho rápido e depois pegar alguns cobertores para levarmos para a sala de cinema — responde Andressa. — Você espera a pizza e depois pode ir tomar o seu banho, tudo bem?

— Claro — concorda, assentindo com a cabeça.

Andressa se afasta em direção ao quarto, deixando Marina sozinha na sala, que parecia mais imponente e surreal a cada minuto.

Marina fica por ali, absorvendo o ambiente, cada detalhe decorativo, cada móvel meticulosamente posicionado. Havia um silêncio pesado, quase enigmático, como se o apartamento guardasse segredos que não revelaria facilmente. A ausência de objetos pessoais ou fotos a fez sentir um leve desconforto.

“Nem parece que alguém mora aqui… Quão rico é o namorado dela?”, pensa enquanto examinava os detalhes. Para se distrair, pega o celular e decide mandar uma mensagem para Sávio.

“Estou pensando em você”, digita e logo envia. A mensagem permanece não lida, o que a leva a concluir que ele estava provavelmente com a família.

De repente, o interfone toca e ela atende, com um leve sobressalto.

— Boa noite. Há um entregador com uma pizza para a senhorita Marina — informa o porteiro, educado.

— Certo, já estou descendo para pegar.

Marina sai do apartamento e desce pelo elevador, onde é recebida pelo entregador. Após pegar a pizza, retorna com a caixa quente nas mãos e entra de volta na cobertura. Assim que entra, encontra Andressa parada na sala, segurando sua carteira com aparente interesse. Andressa se sobressalta ao ver Marina entrar, mas rapidamente esboça um sorriso relaxado.

— Sua carteira está bem velhinha, amiga — comenta com um ar despreocupado, segurando-a como se fosse um objeto de curiosidade.

Marina sorri levemente, sem dar muita importância ao comentário.

— É, ela é bem antiga — responde, enquanto leva a pizza para a cozinha.

Assim que Marina se afasta, Andressa devolve a carteira à mesa com discrição e a segue até a cozinha, onde se posiciona ao lado da amiga.

— Tenho uma carteira nova que quase não uso. Quer? — oferece, tentando parecer generosa.

— Ah, não precisa — responde Marina, recusando gentilmente. — Esse foi um presente da minha avó, de quando fiz quinze anos. Tenho um apego especial a ela.

— Entendo — diz, abrindo a caixa de pizza e pegando uma fatia. — Então vamos comer. Ainda temos muita coisa planejada para esta noite.

— Vou tomar um banho antes de comer — diz Marina.

— Vai lá. Prometo que guardo um pedaço para você — brinca Andressa, com uma risada, já mordendo outro pedaço de pizza.

Marina sorri e se afasta, indo em direção ao quarto de hóspedes onde deixou sua bolsa com os pertences.

Assim que ela some pelo corredor, Andressa aproveita para pegar o celular e disca rapidamente o número de Xavier.

— Amor, estou disponível agora.

— Estava aguardando sua ligação — responde Xavier, com voz baixa e cheia de expectativa. — Como estão as coisas?

— Tudo está indo conforme o planejado — ela responde, a satisfação é evidente em seu tom. — Recebeu as informações e fotos que enviei?

— Sim, recebi tudo e já dei entrada nos procedimentos — afirma Xavier. — Agora, precisamos apenas de paciência para que todas as suspeitas de Victor e da minha esposa desapareçam de vez.

— Ah, e sobre o que descobri hoje? Ela ainda é virgem — sussurra Andressa, seus olhos se movem furtivamente para a porta, receosa de que Marina pudesse ouvir.

— Não disse que a convenceu a perder a virgindade com o namorado? — Xavier indaga, num leve tom de impaciência na voz.

Marina hesita por um momento, com o olhar introspectivo, antes de fazer uma pergunta que nunca imaginou compartilhar.

— E como foi a sua primeira vez?

Andressa solta uma risada suave, relembrando.

— Foi com um namorado que tive aos quinze anos — responde, com um sorriso nostálgico. — Eu estava apaixonada e achei que ficaríamos juntos para sempre. Então decidi que aquele era o momento.

— E o que aconteceu? Por que vocês terminaram? — Marina pergunta, com a curiosidade evidente.

Andressa dá um sorriso triste.

— Ele foi para o exterior estudar e me pediu para esperá-lo… — Ela pausa, com um olhar distante. — Mas conheci outra pessoa e, bom, foi isso.

— Ele deve ter ficado arrasado — comenta Marina.

— Talvez — responde, com um leve encolher de ombros. — Mas para mim foi fácil, porque eu já estava envolvida com outra pessoa.

Marina observa e a curiosidade cresce cada vez mais.

— E qual é o nome do seu namorado atual? — pergunta, não conseguindo mais conter a curiosidade.

— Ele se chama Carlos — mente.

— Me deixa ver uma foto dele? — pede Marina.

Uma expressão de desconforto surge no rosto de Andressa. Suas mãos começam a suar enquanto tenta disfarçar, mas a hesitação é evidente. Não esperava aquele tipo de pergunta e, por um instante, sente-se encurralada, como se estivesse numa armadilha que ela mesma havia criado.

O que faria agora para escapar daquela situação?

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