Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 119

— Claro, acho uma boa ideia — responde Marina, decidida a descobrir a verdade sobre o misterioso namorado da amiga.

Depois de toda a ajuda e apoio de Victor, sentia a necessidade de retribuir de algum modo e talvez, desvendando o que Andressa parecia esconder, conseguisse ao menos aliviar sua própria inquietação.

— Então, combinado para sexta? Assim que sair do trabalho, você pode ir direto para o apartamento. O que acha? — insiste Andressa, com um sorriso esperançoso.

— Não sei… — Marina hesita, tentando decifrar as intenções da amiga.

— Vai, amiga! Vou preparar um jantar só para nós duas, vai ser ótimo — persiste, demonstrando toda a sua boa intenção.

— Está bem — concorda Marina, ainda receosa.

Por mais que gostasse de Andressa, sentia que a amiga escondia algo. Havia uma voltagem inexplicável no ar, uma expressão no olhar dela que revelava segredos não ditos. Marina recorda das palavras de Victor: “A gente nunca conhece realmente as pessoas.” Confiança, afinal, podia ser um erro grave.

— Você já tomou café da manhã? — Andressa pergunta, tentando suavizar o ambiente.

— Comi um salgado a caminho de casa, mas só queria descansar. Sinto como se minha casa tivesse se tornado insuportável depois de tudo… — responde Marina, com um suspiro cansado.

— Nossa, que situação, amiga. Mas não fique assim. Pode descansar aqui no meu quarto, está bem? Vou preparar algo para a gente comer, e quando estiver mais calma, você vê o que quer fazer — oferece Andressa, saindo do quarto.

Ficando sozinha, Marina deixa o olhar vagar pelo quarto da amiga, observando cada detalhe: a cama impecável, os objetos de luxo sobre a penteadeira, e alguns itens que Andressa nunca mencionou ter comprado. No canto, uma mala aberta com roupas cuidadosamente dobradas chama sua atenção. Era a mesma mala que Andressa emprestou para ela em sua viagem para o Rio, mas agora repleta de peças sofisticadas, como se a amiga estivesse se preparando para ir embora por algum tempo.

“O que será que ela está planejando?” se questiona, observando a mala aberta com uma pontada de curiosidade, mas sem mexer em absolutamente nada.

Em meio ao turbilhão de pensamentos, ela se deita na cama da amiga, repousando a cabeça na esperança de relaxar e tentar descansar. Lentamente, o cansaço a vence, e acaba adormecendo.

[…]

— Mari… — a voz de Andressa a desperta suavemente. — Você está bem? — questiona, com uma expressão genuinamente preocupada.

Marina abre os olhos devagar, ainda grogue.

— Sim, estou bem… que horas são? — pergunta, percebendo estar escuro do lado de fora da janela.

— São seis da tarde — revela Andressa.

A resposta a faz sentar-se num sobressalto.

— Meu Deus, dormi demais — comenta, ajeitando o cabelo.

— Sim, fiquei preocupada, por isso resolvi te acordar — Andressa diz, apontando para um prato de comida na mesa de cabeceira. — Trouxe um pouco de comida para você.

— Não estou com fome — admite Marina, lembrando-se da confusão emocional em que está imersa.

— Mari, você não pode castigar o seu corpo por algo que não é culpa sua — a adverte com delicadeza. — Come um pouco, e se quiser, podemos sair mais tarde para distrair a cabeça.

Marina observa o rosto preocupado da amiga, e uma pontada de culpa a invade por desconfiar tanto dela. Mesmo assim, permanece em silêncio, ponderando.

— Está bem… já que teve o trabalho de me trazer comida, vou comer um pouco — diz ela, pegando o prato. — Mas depois vou voltar para casa. Preciso encarar essa situação de frente; ela saiu completamente do controle.